Batuque (Texto escrito por mim mesmo)

21/11/2014 11:52
Batuque
 
É o nome dado à Religião de Matriz afro-brasileira, cultuada na Região Sul do Brasil. O Batuque como todas as religiões dessa matriz, foi trazido para o nosso país, por meio dos escravos na época colonial.
O Batuque é uma religião considerada Politeísta, isto é, que cultua mais de um Deus. Baseia-se nas forças da natureza, onde cada Orixá (deus do Batuque) domina algum elemento e todos juntos, movimentam nosso planeta.
 
Essa religião cultua doze Orixás primariamente, porém dependendo do “ lado “ cultua-se alguns outros.
 
 
Os principais Orixás dessa religião são: Bará, Ogum, Iansã ou Oiá, Xangô, Odé, Otim, Obá, Ossanha, Xapanã, Ibeiji, Oxum, Iemanjá e Oxalá. Cada um tem suas peculiaridades, cores, comidas típicas e etc.
 
 
 
Referente ao lado, são cinco: Jejê, ijexá, Nagô, Cabinda e Oyó. Que podem ser únicos e também podem se misturar entre si como, por exemplo:  Jejê com ijexá, jejê com Oyó e assim sucessivamente.
Para ser um sacerdote dessa religião, isto é formar-se Babalorixá (pai de santo, no masculino) ou Ialorixá (mãe de santo, no feminino), precisa-se passar por determinados preceitos: desde a iniciação ao aprontamento. Segue abaixo, alguns rituais por ordem de feitura:
 
Amací ou Mieró
 
Antes de qualquer ritual feito ao Orí da pessoa, deve-se jogar os búzios, para ver qual Orixá que responde por sua cabeça, corpo e passagens. Esse jogo deve ser confirmado por alguns outros sacerdotes, para que não haja dúvidas referentes a isso.
O Amaci ou Mieró consiste em uma obrigação onde o babalorixá ou ialorixá, lava a cabeça do filho iniciando com ervas maceradas e misturadas com água.
 
 
Borí de aves
 
 
É considerada a obrigação mais importante no culto, pois quando morremos ela é a única obrigação que “vai junto conosco”. O Borí consiste em corte de aves, o que aumenta a relação do iniciando com seu Orixá e torna-o definitivamente um adepto da religião. Esse ritual é feito em uma mantegueira, na qual vão os búzios e uma moeda que representa a ligação do filho ao seu Orixá.
 
 
Borí de Quatro-pés
 
Obrigação na qual são assentados os Ocutás (pedras sagradas da natureza, que de acordo com o seu formato representam os Orixás) em vasilhas de barro, junto com as ferramentas de cada Orixá. Nessa obrigação, vai ainda uma quartinha com a cor correspondente ao Orixá. Inicialmente, essa obrigação ou popularmente falando “os Santos” fica na casa do Babá ou Iá, indo depois de um tempo para a casa do filho.
 
 
A festa
 
O Batuque (talvez do termo Batuque, lembrar toque de tambor que dá-se o nome da Nação) é feito depois que todas as obrigações são levantadas do quarto de santo. Inicia-se com o pai de santo, família religiosa e convidados ajoelhados e realizando a chamada aos Orixás, um a um de Bará a Oxalá, pedindo prosperidade, saúde, amor e etc. Feita a chamada, inicia-se o toque do tambor, um a um, a família religiosa e os convidados vão formando a roda, dançando em formas diferentes, de acordo com a característica de cada Orixá (Bará punhando a chave, Ogum portando a espada, Iansã jogando raios e assim por diante), sempre em um sentido único (anti-horário).
 
Dentro do batuque, existem axés específicos que devem ser tocados em um dado momento. São eles:
 
 
Axé da Balança
 
 
Toque feito quando se realiza corte de quatro-pés. O Axé da balança é tocado durante a reza de Xangô e é um ritual no qual só participam pessoas prontas. A Balança é composta por 6 ou seus múltiplos números de pessoas (número místico do Orixá Xangô), que de mãos dadas, dançam do centro ao fundo do salão. No momento da Balança, há sempre grande numero de ocupação de Orixás em seus filhos e independente disso, o ritual segue o mesmo, até o fim do axé. Roga a lenda, que se a Balança arrebenta (alguém solta a mão do outro, por ventura), deve-se imediatamente pedir misericórdia ao Orixá Xangô (em alguns lados, um Oxalá ocupado em seu filho, dança com o Amalá pedindo misericórdia ao Xangô).
 
 
Axé do Ecó
 
 
O Ecó serve para sugar as energias negativas contidas no Batuque (não que existam). O Ecó fica no ritual até um dado momento e depois em outro, é despachado (ao término da reza de Xapanã). O despachar o ecó, abre o toque para os Orixás mais doces, os chamados “ cabeça grande “, isto é: Oxum, Iemanjá e Oxalá.
 
 
Obrigação do Peixe
 
Trata-se de uma obrigação, feita após a levantação da obrigação de quatro-pés. São cortados peixes vivos, de manhã cedo,correpondente ao Orixá e de acordo com sua numeração mística.
 
Obé e Ifá
 
 
Obé (faca) e Ifá (búzios) são os axés de merecimento máximo que um iniciando pode receber. Com o Obé, ele pode realizar os mesmos preceitos que ele passou para um iniciando (isto é, cortar animais e prepará-lo). Com o Ifá, ele pode jogar os Búzios, através de consultas para quem lhe procurar.