Dicionário de Umbanda

21/11/2014 10:28
 
Dicionário de Umbanda
 
Hoje, começarei a postar algumas palavras que encontrei no dicionário da Umbanda. Começaremos pela letra A e terminaremos na Z, diariamente postarei uma letra.
 
A
 
AAPÉ - Aí, neste lugar. Esta palavra é usada quando, em alguma prática umbandista, se quer dizer a alguém que permaneça no mesmo lugar em que se encontra.
ABA - Termo que significa paz espiritual, ou esperança para melhores dias.
ABAÇÁ - Templo, tenda, Terreiro de Umbanda.
ABAÇAÍ - Espírito sem luz e causador de obsessões.
ABACÊ - Cozinheira que prepara as comidas de Santo, no culto Gegê.
ABADA - É o nome, dado a uma túnica branca larga e de mangas compridas, usada nos terreiros pelos malês.
ABADÔ - Milho, na linguagem africanista, quando usado em trabalhos.
ABAGUALADO - Individuo arisco. Pessoa muito inculta.
ABALA - Comida muito semelhante ao acarajé.
ABALUAÊ - Nome com que é designado S. Lázaro. No culto Gegê, significa o mesmo que Omulu.
ABAÔ - Quer dizer um iniciando do sexo masculino, desenvolvendo-se mediunicamente num terreiro de Umbanda.
ABARÁ - Comidas de pretos africanos como seja bolo de feijão, que vem enrolado em folhas de bananeira.
ABARÉ - Médium em pleno desenvolvimento, que pode ser padre católico, como missionários de outras religiões.
ABARÉ-GUASSU - Bispo, Babalaô, Chefe de Terreiro, podendo também ser mestre nos segredos de Quimbanda.
ABARÉ-MIRIM - Médium seminarista, ainda quando em início o seu desenvolvimento.
ABATI - Tanto significa o milho, como o vinho especial feito do mesmo e muito usado nos terreiros.
ABATINGA - Significa, na língua Nagô, pessoa envelhecida e de cabelos brancos.
ABEDÊ - É o leque da Oxum, quando feito de latão, ou de Iemanjá, quando todo pintado de branco.
ABERÊ - Tatuagem feita em qualquer parte do corpo.
ABEREM - Pasta de milho feita de água e açucar, enrolada em folhas de bananeira.
ABIÁ - Mocinha ainda muito nova que frequenta o candomblé. Médium feminino que chegou a cumprir apenas a parte inicial do ritual, não tendo chegado ainda a ser "feita".
ABICHORNADO - Significa pessoa abatida, doente.
ABLEPSIA - É a cegueira espiritual, quando se quer fazer referência a um espírito sem luz.
ABÔ DOS AXÉS - Água contendo ervas maceradas, sangue de todos os animais mortos no terreiro.
ABORÉ - Significa o Babalaô de mais idade, sendo o maioral entre os demais pais-de-santo e Sacerdote-chefe dos trabalhos no culto Nagô.
ABRICÓ - O mesmo que damasco (fruta).
ABRIDEIRA - Aperitivo, que tanto pode ser cachaça como outra bebida alcoólica qualquer.
ABRIR A GIRA - Significa o início ou abertura dos trabalhos nos terreiros de Umbanda. V. Gira.
ABRIR A MESA - Trata-se de uma cerimônia na qual, estando presente o pai-de-santo, este resolve todas as perguntas que lhe são dirigidas. O aparelhamento é composto da seguinte forma: uma mesa na qual é acesa uma vela e um copo com água, é entendida uma guia, sendo que, no círculo por ela formado, são jogados os búzios.
ABRIR A TOCA - O mesmo que dar início à sessão. 
ABROQUE - É um manto usado somente pelas mulheres durante a sessão.
ABU - Referência a um individuo silencioso, calado e muito quieto.
ABUNÃ - Prato confeccionado exclusivamente com ovos de tartaruga.
ABUSÃO - Crendice baixa. Erro. Superstição. Engano.
ABUTIUIM - Licores fermentados feitos exclusivamente à base de milho.
ABUXÔ - É o nome das faixas usadas pelos pais-de-santo para fins de caridade, ou seja, curar os doentes que vão ao centro em busca de saúde.
ACA - Catinga, fedor. Aguardente de qualidade ordinária.
ACAÇÁ - Comida originária da África, com a aparência de bolo do angú do arroz.
AÇAFATA - É a denominação da dama de companhia que acompanha uma rainha do Congo.
ACAFELADO - É o individuo que procura se encobrir para se disfarçar.
ACAIA - Ameixa.
ACAJIBA - Caju.
ACAJUÍ - Vinho feito com caju.
ACALEPO - Significa Urtiga, ou seja, uma planta muito usada em medicina doméstica e muito aplicada também em alguns trabalhos de terreiro.
ACANAN - Gavião. Ave que os escravos consideravam como de mau agouro e portador de má sorte e de infelicidade.
ACANGA - Cabeça.
ACANGA-ASSY - Dor de cabeça.
ACANGAPEMA - Uma arma de guerra usada pelos índios com a qual desferiam golpes violentíssimos na cabeça dos seus inimigos, rachando-as e por vezes levando suas vitimas à morte.
ACANGATARA - Enfeite confeccionado com penas coloridas muito usado pelos índios, principalmente na cabeça, onde dava uma volta.
ACANGOABA - Carapuça ou chapéu confeccionado com penas.
ACARAJÉ - Comida de santo feita na base de feijão com pimenta malagueta e outros temperos. E confeccionado na forma de bolo e enrolado na folha de bananeira.
ACARISSOBA - Também chamada Erva Capitão. É uma planta muito usada em tratamentos caseiros, sendo também de grande valor em banhos de descarga.
ACAUÃ - Trata-se de uma espécie de gavião do qual os índios têm muita superstição, acreditando na sua má influência quando se ouve o seu canto, significa um péssimo agouro.
ACENDE - CANDEIA - É uma planta muito usada em banhos, sendo conhecida também pelo nome de Candeia-Mucerengue.
ACHANTI - Nome dado aos negros originários de certa região africana.
ACHI - Significa indiferença, desprezo e desdém na linguagem dos negros africanos.
ACHIRÊ - Desincorporação completa.
ACHOCHÔ - Nome dado à comida de Oxossi.
ACICE - Significa irmão espiritualmente.
ACOBÁ - É o predador de cabeças que são utilizadas nos trabalhos de terreiro. É a designação também do sacerdote gegê-nagô.
AÇOIABÁ - Capa feita de peles e penas.
AÇOITE - Chicote feito de tiras de couros, feito especialmente para espancamento dos escravos.
ACÓLITO - Significa o seminarista que já tenha completado o 4.º grau de ordens menores. Como ajudante das coisas da igreja, ele pode ser considerado como uma espécie de cambono dos padres.
ACONCONE - Quer dizer folha de cajá-manga, sendo termo de grande uso entre os negros-minas.
ACORDAR A ÁGUA - ou: ACORDÁ A ÁGUA - É um aviso muito importante que a água não seja empregada, principalmente em trabalhos, sem que primeiramente seja bastante agitada.
ACORI - É o nome do coral azul, que é uma pedra dotada das mais altas virtudes mágicas, sendo, por isso, de grande uso como amuleto.
ACOSTAR - Quando há a incorporação no médium.
ACRA - Nome do dialeto dos negros-minas.
AÇUBA - É a primeira oração que os malês rezam pela manhã.
ADAGA - Mulher que toma conta de Terreiro no culto gegê.
ADAMORIXÁ - É o funeral dos negros iorubanos, que consiste num cerimonial complicadíssimo, com orações, músicas e danças. O mesmo cerimonial é também usado no dia de finados.
ADARRUM - É o toque feito seguidamente pelos atabaques, quando da invocação dos protetores para se incorporarem nos médiuns.
ADÊ - Significa o capacete destinado a Oxum.
ADEJÁ - É uma campainha usada nas cerimônias de terreiro.
ADIMAN - Carneiro originário da África, de porte muito grande e de pêlo muito espesso.
ADIXÁ - Entre as orações feitas pelos malês, está é a quinta e última rezada à noite.
ADJULONÁ - É um assobio feito de folhas e usado pelos índios.
ADJUNTO DE JUREMA - Significa uma reunião clandestina e destinada exclusivamente a trabalhos com finalidade má, isto é, para fazer mal a alguém.
ADO-CHU - É uma espécie de barrete que as filhas-de-santo trazem à cabeça durante as danças que precedem a incorporação dos guias nos trabalhos de terreiro.
ADÔ-LÁ - Significa o Adeus quando numa despedida.
ADOBA - Saudação que traduz o agradecimento de alguma proteção conseguida em sessão.
ADOGLOFESSO - É a denominação, em linguagem africanista, de uma divindade destinada ao mal.
ADUBALÊ - Saudação que é feita diante do peji. Aquele que a faz terá que se deitar de bruços, tocando com o rosto no chão. Diante do pai-de-santo pode ser fazer o Adubalê, variando somente o modo como é feita essa saudação, pois que além de ficar deitado de bruços, o que a faz, deverá ter a mão direita aberta, tendo os dedos virados para cima.
AÊ - É uma interjeição feita o terreiro, destinada à chamada de alguém.
AETITE - É um cálculo ou pedra encontrado na cabeça de uma águia e que tem propriedades mágicas muito extraordinárias, sendo utilizada, inclusive, como amuleto, bem como nos diversos trabalhos mágicos de terreiro da linha umbandista.
AFAN - Este termo tem vários significados, tais como: búzios, anjo da guarda, para os africanos, horóscopo, oráculo etc.
AFÃ - DU - São as diversas figuras que se vão formando quando se joga os búzios.
AFOCHE - Dança ritual de terreiro. O mesmo que aruanã.
AFOFIÊ - É uma flauta feita de bambu ou taquara, usada, às vezes, em certos centros.
AFOLOAR - Tornar uma coisa inútil. Alargar ao máximo.
AFONJÁ - Resistência ao fogo. Nome dado a Xangô, em linguagem nagô.
AFOXÉ - Palavra pejorativa usada para designar terreiros ou candomblés mal recomendados, geralmente de Quimbanda. Termo usado também para mencionar festas quimbandistas e danças dentro do ritual.
AFRICANAS - Assim são chamadas as argolas que são presas às orelhas das mulheres, usadas como enfeite durante o período dos trabalhos.
AFRICANISTAS - Os negros africanos, pode-se dizer fetichistas, consideravam-se médicos e adivinhos, utilizando-se de amuletos e artes mágicas. Entre as suas práticas religiosas, o seu ritual é por demais complicado, contendo uma infinidade de tabus, dando-se também ao uso de tatuagens produzidas por incisões na pele e pintada de diversas formas. Esses negros acreditam em Deus, mas preferem cultuar a crença nas divindades maléficas, originando-se daí o Ambequerê-Kibanda, ritual utilizado pelos gêges, Nagôs e Bantos, cujas origens são as mais recentes. Esses fetichistas são dados, quase que exclusivamente, à pratica da magia negra, resumindo-se seus trabalhos, em grande parte, na aplicação e uso de beberagens, com as quais praticam o curandeirismo. Algumas dessas tribos vieram para o Brasil, sendo bem grande nos nossos dias o numero de descendentes desses povos africanos, devendo-se a eles a origem de nossos terreiros e a consequente intromissão de baixas correntes espíritas, notadamente, de Quimbanda, Candomblé, Nagô e outras.
AFRICANO - Candomblé nagô. Originário da África.
AFRO - Em linguagem africanista, quer dizer: Espuma da água do mar.
AFUAZADO - Quer dizer: Espantado, raivoso, encolerizado.
AFURÁ - É o bolo de arroz feito pelos negros africanistas.
AGAMI - Galinha silvestre, ou melhor, galinha do mato.
AGAMUM - Sacrifício da vida de crianças.
AGANJU - Uma das diversas divindades nagô, simbolizando a Terra. Significa também: Região selvagem, bem como o nome dado a Xangô.
AGBÓ - Carneiro, quando se refere a trabalhos em que este animal seja mencionado.
AGÊ - Quer dizer: Piano de cuia, ou seja, instrumento musical que é constituído por uma cabaça com pedras no seu interior e recoberto com uma rede na qual se encontram alguns búzios.
AGÊ - CHALUGÁ - É o Deus da Riqueza cuja adoração é feita numa concha. Para muitos é o Deus da Medicina, ou melhor, o Deus da Saúde.
AG-BAGA - É uma espécie de esteira usada em trabalhos de terreiro.
AG - BAGI - Trata-se de uma cobertura de pano usada quando o pegi está armado ao ar-livre.
AGIBONAN - Espécie de cambona auxiliar de mãe-de-santo.
AGNUS-DEI - Assim é chamado o amuleto dos católicos-romanos o qual consiste num pedaço de cera bruta acompanhado de uma oração envolvida em pedaços de pano com uma pequena alça, a fim de que ela possa ser presa à roupa.
AGO - É uma planta dotada de propriedades mágicas, sendo usada em muitos trabalhos africanistas.
AGÔ - Significa, em linguagem africanista, pedir licença ou permissão, havendo certos momentos em que esse termo traduz pedido de proteção para os guias.
AGOGÔ - É o nome de um instrumento musical muito original, pois que é composto de duas campainhas de ferro de tamanhos diferentes, batendo-se sobre as mesmas com uma vareta de metal, para reproduzir a música que se queira fazer ouvir.
ÁGUA DAS SETE PROCEDÊNCIAS - A água é assim chamada quando se reúne, em um só vasilhame, uma pequena quantidade de cada uma das seguintes: água do mar, do rio, da cachoeira, de mina, de lagoa, do orvalho, da chuva. Esta água é utilizada pelos Guias nos mais diversos trabalhos e com muitas finalidades de caridade.
ÁGUA DE OXALÁ - Consiste na mudança das águas nas cerimônias. Assim, se faz a mudança das águas nos candomblés, quando elas estão contidas em potes, garrafas, copos, cuias etc. Essa água que é apanhada pelas filhas-de-santo, também é denominada como purificadora nos candomblés.
ÁGUA DE XANGÔ - Trata-se de uma água que é preparada, deixando uma pedra de raio, ou seja meteorito, uma pedra de cachoeira e outras, dentro de um vasilhame de água pelo espaço de algumas horas, ou melhor, da noite para o dia. É muito importante que essa água não seja bebida por ninguém que, na véspera ou no dia tenha tido contatos sexuais com mulher menstruada.
ÁGUA DOS AXÉS - É uma água contendo uma pequena quantidade de sangue de animais levados ao sacrifício nos terreiros.
ÁGUA FLUIDIFICADORA — Trata-se de água potável que tenha
recebido vibrações dos Guias, quer seja em terreiros, ou pela
simples exposição ao sereno, ou ainda em algum compartimento
da residência, a fim de que adquira propriedades que a água
comum não possui. Convém notar que a água, depois de
verificada a sua fluidificação, geralmente torna-se como se que
adocicada, saloba, ligeiramente amarga ou ainda sem nenhum
gosto, pois que cada sabor verificado significa uma indicação
diferente.
ÁGUA GREGORIANA — É uma água preparada com vinho e cinza,
sendo de grande valor quando utilizada como agente  deslocador 
de   fluidos  muito   pesados,   bem  como 
larvas astrais, toxinas psíquicas. Geralmente é muito empregada
também, tanto em banhos, como em uso interno, sendo de grande
valor os seus resultados.
ÁGUA MAGNETIZADA — V. Água Fluidificada.
ÁGUA-MIRANGA — É um bracelete de penas para ser usado
durante os trabalhos de terreiro.
AGUÊ — É o nome de um instrumento musical que consiste numa
cabaça, na qual são colocados alguns pedaços de pedra.
AGUERÊ — Brasa em linguagem nagô.
ÁGUIA BRANCA — Índio, Chefe de Falange dos Peles Vermelhas.
Linha de Oxóssi.
AGUIRI — Amuleto exclusivo dos escravos, tendo por finalidade
protegê-los contra todos os males materiais e espirituais,
constando de três estrelas de cinco bicos.
AGURÊ — Toque em ritmo muito lento para chamar Iansã.
AI-A-SARI — Fazer Sala.
AI-LA — V. Fazer Sala.
AIA — Toalha branca para uso em terreiro.
AIACÔ — Mãe da noite.
AIAPÃ — São os chocalhos confeccionados com caroços de frutas
diversas e usados nos tornozelos, com a finalidade de puxarem
danças em festas de Quimbanda.
AIBA — Quando se trata de uma pessoa macambúsia, entristecida,
aborrecida, que vai a um centro em busca de melhorar a sua
situação.
AIBERÉ — É a determinação de certas plantas ruins aproveitadas
em trabalhos de fins maléficos
ALCUNA — Interjeição africanista que tem o sentido de traduzir
surpresa, admiração, espanto, raiva etc
AIDJE — Instrumento musical muito usado nas tribos indianas, os
quais, agitados no ar produzem ruídos característicos, sendo
muito aproveitados em trabalhos.
AIDOKUEDO — É a designação de
Oxum-Marê
entre os iorubanos.
AIÉ — Festa para todo o dia primeiro de janeiro, destacando-se
como o maior acontecimento do ano para os negros.
AIMORÉ — É o nome de uma grande tribo guerreira. É a designação
também do Deus da caça.
AIOCÁ — Referente à Deusa Iemanjá e ao fundo do mar.
AIORÉ — Amuleto usado pelos pretos africanos para a proteção
contra a lepra.
AIRÁ — É o Xangô dos pretos-velhos.
AIÚ — Forma de jogo recreativo usado pelos escravos libertos.
AIUCARA — Colar feito de dentes de animais.
AIUÊ — Interjeição que tanto pode exprimir espanto, medo, alegria
ou satisfação.
AIUKA — Fundo do mar. Iemanjá, Mãe d'água. Rainha ou Princesa
do mar.
AJA — Fada a quem se pode fazer pedidos.
AJA — É a Deusa da Medicina, designando-se com o mesmo nome
os espíritos que somente praticam o bem.
AJÔ — Reza. Dança. Oração que é feita enquanto se prepara um
feitiço ou trabalhos para o mal.
AJÓ-CÓ — É a ordem do chefe negro para que os presentes ao
trabalho se sentem.
AJUCÁ — É a festa da cabocla Jurema entre os índios havendo
bebidas e defumações no terreiro, tudo com a finalidade única de
ser duplicada a proteção e as forças aos Guias e às entidades
superiores. V. Jurema.
AJULATA — É uma espécie de tanga muito usada pelos índios.
AJURI — Termo que traduz auxílio mútuo. Mutirão. Multidão.
AJU-U — Ordem do Pai-de-Santo para que sejam iniciadas as
danças.
AKAPALÓ — É como se chama o contador de histórias.
AKERÊ — É como se designa o arbusto mágico que é dotado de
propriedades protetoras, saneando os ambientes e afastando a
influência dos maus espíritos.
AKIRIJEBÓ — Em linguagem nagô significa o freqüentador de
candomblés e terreiros.
AKPEMAS —É a festa com a qual é encerrada a iniciação da Filha-
de-Santo, também  chamada
vodunci.
ALA — Docel no terreiro, debaixo do qual são servidas as comidas
de Santo.
ALABÉ — É um lenço que é amarrado no pescoço dos músicos nos
trabalhos de terreiro, o qual é também puxador de pontos. É
também o nome do chefe dos tambores que dirige a música
durante a sessão. É também assim chamado o chefe dos músicos
do terreiro.
ALAFI — É o que aparece como desmascarador de médiuns
embusteiros e, sobretudo, mistificadores.
ALAFIN - Sacerdote africanista, chefe da corrente dos Ogboni
ALAFIN-ECHÈ — São Jerônimo. V. Xangô.
ALAMÔA — Fantasma de Mulher.
ALDEIA — Povoado de índios, constituído por várias tribos.
Tratando-se de terreiros, esta palavra quer dizer a moradia dos
espíritos de caboclos, o que corresponde a Aruanda, ou seja,
Terreiro de Caboclos.
ALECRIM — Planta das mais conhecidas e muito usada, não apenas
em banhos, defumações e amuletos para afastar maus espíritos e
atrair bons fluidos e proteção, dadas as altas virtudes mágicas e
espirituais que possui, sendo muito usado também na medicina
popular.
AFABAR — Planta muito usada pelas suas grandes propriedades
mágicas, sendo também usada para defumar ambientes e roupas.
ALGUIDAR — Bacia feita de barro muito empregada para fazer a
comida destinada aos orixás, ademais de outras finalidades,
inclusive servir de depósito d'água para os trabalhos de terreiro.
ALI-MANGARIBA — É a quarta oração usada pelos malês.
ALIACHÊ — Camarinha, ou seja, quarto onde fica retida a filha-de-
santo durante o  período da sua iniciação.
ALIGENUM — Espírito sem luz e desprovido de progresso. É uma
espécie de Exu que, apenas por interesse, tanto pode trabalhar
para o mal como para o bem.
ALIKÁLI — Na linguagem africanista significa juiz ou conselheiro.
ALJAVA — É um depósito que se leva pendurado ao ombro e que
serve para conduzir setas ou flechas.
ALLAH — Deus, ou seja, o Pai Todo Poderoso.
ALOUTIXÁ — É a Mãe-de-Santo, ou melhor, o médium feminino
que dirige os trabalhos do terreiro. É chamada também Babá.
IALORIXÁ.
ALUA — É uma bebida feita para ser usada durante os trabalhos,
sendo composta de aguardente (marafa), infusão de café e
gengibre, água de arroz e de fubá, sendo adoçada com açúcar.
ALUBOSA — É o aproveitamento do jogo de búzios visando a
solução de problemas ou questões difíceis.
ALUFÁ — Sacerdote africano entre os negros malês. Babalaô, pajé.
ALUJÁ — São os passes cadenciados e insistentes verificados
durante determinada dança, consistindo, além disso, em palmas
que são batidas, ora para a direita, ora para a esquerda. Trata-se
de uma dança de origem africanista, sendo mesmo uma espécie
de marcha.
ALUVAIÁ — Significa Exu, para os bantos.
ALUVOISIO — Exclamação que significa:  Salve!   Hurrah!
AMACÉ — Santa Isabel. Cultos de Guiné e Loanda.
AMACI — É um líquido preparado com o suco de diversas plantas e
que tem muita aplicação na firmeza de cabeça dos médiuns,
servindo também para a lavagem dos chifres, patas, tacos e
cascos dos animais, antes de serem sacrificados para diversos
trabalhos e cerimônias.
AMACI-NI-ORY — Cerimônia de lavar a cabeça com ervas de
Orixá.
AMALÁ — Comida de santo. Da mesma forma que o "curiador", o AMALÁ é o que se denomina, na Umbanda, de Comida de Santo, representando um ritual todo especial, para o qual os
umbandistas deveriam dispensar um especial carinho. Tal como
se rende homenagem a uma grande personalidade de Estado,
assim também se homenageia um Orixá da Umbanda, dando-lhe o seu banquete predileto. Essa é a finalidade do Amalá.
AMANNACI — É a Mãe da Chuva. É também o nome de um
pássaro cujo canto é prenúncio de chuvas.
AMANSA-BESTA — É a canela apimentada preparada para ser
usada em diversos trabalhos.
AMÁO — Divindade protetora dos índios.
AMARRADO — É como se diz da pessoa que tem a sua vida em
atraso, sendo de supor que isso seja decorrente de trabalhos de
magia negra. É o caso de pessoas completamente dominadas por
correntes ocultas de teor vibratório muito baixo.
AMATIN — Relâmpago, corisco, raio.
AMBEQUERÊ — Do culto Gêge surgiu o Ambequerê-Kibanda que, com a significação de Grandes Feiticeiros,
evocava, os poderes da alta magia, na encarnação das seguintes entidades: AMBEQUERÊ, por analogia traduzido como:
Deus do Bem ou as Forças do Bem. Kimbanda, pela junção de duas palavras: Kim, com a denominação de
Demônio, e Banda, significando Lado, lugar etc., traduzido como Deus do Mal ou das Forças do Mal,
lado oposto ao bem.
AMBIRA — Defunto. Cadáver.
AMBURÁ — Pessoa morta.
AMÉM — Palavra cabalística muito usada em orações e cujo valor,
também cabalístico, é 99.
AMERABA — Nome dado aos índios das Américas.
AMOFUMBADO — Escondido no interior do matagal.
AMOLOCÔ — Comida de Oxum.
AMORI — Prato da cozinha africana feito com folhas de mostarda
bastante temperadas e fritadas em azeite-de-dendê.
AMORÔ -
Mulher igual à 1.a Samba do Culto Nagô.
AMPARO — Chicote sagrado usado especialmente para afastar os
espíritos atrasados e maléficos, sendo usado também em certas
danças do ritual.
AMULETO — A palavra amuleto vem da língua latina
amuletum,
com a mesma significação. O amuleto é representado por uma
medalha ou objeto semelhante, que certas pessoas trazem
consigo, por uma questão de superstição e ao qual atribuem a
virtude do afastamento de malefícios, doenças,
olho grande
etc.
AMURÉ — Embora este termo signifique a vida em comum com
várias mulheres, ou seja, a poligamia, ele significa também o
casamento entre os negros malês.
AMUXÁ — É aquele que empenha e maneja o Ixá. V. esta palavra.
ABAAN — Em língua africanista quer dizer Exu, Diabo, Satanás.
ANAANTANHA — Em dialeto africano quer dizer: Imagem do
Diabo.
ANAMBURUCU — É o primeiro e o mais antigo de todos os orixás,
tanto masculino como feminino, excetuando Oxalá, que não foi
nascido nem criado. Ele exerce a missão de mãe dos orixás e dos
espíritos das Linhas de Umbanda. O seu dia é quarta-feira e suas
cores são: roxo-claro e branco.
ANANA — Bracelete feito de penas e com o qual alguns médiuns
procuram  se  enfeitar para trabalhar nas   sessões.
ANARGIRO — Indivíduo que faz tudo graciosamente, agindo pelo
coração e pelos princípios fraternais, sem nunca pensar em
receber recompensas materiais pelos bens praticados.
ANCILA — Escrava. Criada. Empregada.
ANDA-FARA — Significa lugar ou compartimento do terreiro, onde
são guardados amuletos e outros objetos empregados nos
trabalhos do culto.
ANEL AMULETO — É um anel preparado especialmente para o seu
portador, possuindo um poder protetor, possuindo também a
particularidade dos dedos das mãos, pois que estes são
considerados pontos de grande sensibilidade, pois que por eles
são recebidos os fluidos benéficos.
ANGA — Mau olhado. Espírito demoníaco. Alma penada.
ANGÁ — Significa alma ou espírito.
ANGA-TURANA — Assim é chamado o espírito protetor dos índios.
ANGAINGAIBA — Neurótico. Obcecado. Louco.
ANGATECÓ — Alma penada. Espírito sofredor que necessita de
proteção.
ANGELIM AMARELO — É o nome da
andiroba,
que é uma das
plantas de grande uso nos banhos de defesa em defumações.
ANGOMBA — É a designação do segundo tambor dos atabaques.
ANGORÔ — É o nome de arco-íris entre os negros bantos de
Angola. ANHANGÁ — Espírito caboclo protetor dos animais.
Também
é tido como Deus do mal, alma errante o espírito mau.
Demônio. Gênio da floresta.
ANHANGÁ-RATÁ — Inferno.
ANHANGUERA — Alma, Espírito.
ANHUMA — Pássaro de grande porte, quase do tamanho de uma
galinha, tendo dois chifres nas asas e sendo tido como portador
de virtudes mágicas e magnéticas, atraindo sorte para quem
possui os seus chifres, que são utilizados também contra
malefícios, venenos e doenças.
ANTOJO — Desejo.
AOBA — Pano. Roupa.
APARELHO — Médium.
APARIÇÃO — É a aparição de um morto, cujo espírito se
materializa. Também chamada assombração.
APIABEBÉ — Anjo.
APICAIRÉ — Louco. Obcecado.
APINCHAR — Pegar uma coisa e jogá-la longe.
APINHA — Arco, argola, circunferência.
APIPAÍBA — Índio selvagem.
APIRASSABA — Dar um salto. Passar por cima.
APORANGABA — Atraente. Belo. Bonito. Fascinante.
APORO — Questão ou problema cuja solução é muito difícil.
APOTROPENO — Termo aplicado a tudo que desvia as correntes do
mal. AQUICI-AQUICI — Estoraque. Termo de uso dos negros-
minas.
ARA-OUROUM — São os espíritos de pessoas que se suicidaram ou
foram assassinadas.
ARAÃ — Exclamação usada pelos índios que significa saudade.
ARABITÁ — Um dos muitos nomes da Jurema Branca.
ARACANGA — Cacete ou porrete curto.
ARACAPÁ — Escudo com que os índios se defendem.
ARACI — Mãe do dia. Madrugada. Uma das variedades dos tipos de
cigarras.
ARAÇOIA — Saia feita de penas muito usada nas festas dos índios.
ARAÇU — Grupo de estrelas que é chamado Constelação de Orion.
ARAOIE — Arma de guerra usada pelos índios, tendo a forma de
disco.
ARARA — É uma ave trepadora de grandes virtudes mágicas, sendo
certo que a sua presença é um forte dispersador de fluidos
pesados e maléficos e muito nocivos ao ambiente.
ARARIBÓIA — Caboclo, chefe de falange. Linha de Oxóssi.
ARAUANÃ — Dança do ritual africanista.
ARAUNA — Índio, chefe de falange dos Guaranis. Linha de Oxóssi.
ARCANO — Mistério. Segredo. Assunto oculto. ARCO-ÍRIS —
Oxum-maré. Traduz também a simbolização da serpente sagrada.
ARIAXÉ — Banho preparado com ervas e folhas durante o
desenvolvimento de médiuns na corrente gêge-nagô. Esse banho
consta de 21 diferentes espécies de vegetais. Dizem os
entendidos, inclusive os próprios chefes de terreiro que este
banho tira, por completo, a consciência do médium.
ARIBÉ — Panela ou frigideira feita de barro.
ARIGAU-BARI — É o nome de um dos instrumentos musicais
usados pelos índios.
ARIGÓ — Indivíduo rústico e sem nenhuma cultura.
ARIMBÁ — Pote de barro usado para guardar o azeite-de-dendê.
ARIOLO — Pessoa que tem o privilégio de prever o futuro de
qualquer um.
ARIPÁ — Veneno e feitiço muito usado pelos escravos e que é
preparado com o veneno extraído da cabeça da cobra cascavel.
ARIPÓ — Panela ou alguidar de barro.
ARISCO — É a denominação do médium que falta muitas vezes às
sessões do terreiro de que faz parte.
AROKIN — Narrador das tradições das linhas negras. Contador de
histórias.
ARREBENTA-CAVALO — Planta cujas cinzas são aproveitadas na
confecção de sabão caseiro, sendo também muito utilizado nos
banhos de descarga.
ARROLO — Cantiga para fazer adormecer uma criança.
ARRUDA — É uma das plantas mais conhecidas e empregada como
amuleto, sendo muito usada em banho e em defumações para
destruir os efeitos maléficos de cargas fluídicas negativas.
ARUÁ — É uma espécie de búzios ou conchas contendo no seu
interior um marisco comestível e dotado também de grandes
propriedades medicinais. É a designação do espírito de demanda
e de pessoa dada a brigas.
ARUANÃ — Dança, conforme o ritual.
ARUANDA — Céu, Nirvana ou Infinito significam a mesma coisa,
isto é, a morada daquele que é criador de todos os mundos.
Trata-se, pois, de um dos planos da maior elevação espiritual, ou
seja, o céu.
ARUÊ — Espírito de pessoa já desencarnada.
ARUMOQUÊ — Parar, suspender, descançar.
ARUNQUILTA — Objeto dotado de força maléfica que é usado para
fazer mal a algum inimigo.
ARUSPÍCIO — Forma de interpretação do futuro com o
aproveitamento de vísceras de animais.
ASHOGBÁ — É o trabalhador de terreiro a cujo cargo está o preparo
das cabeças.
ASIAM — É o médium ainda em desenvolvimento, mas que já fez a
lavagem das contas da sua guia, isto é, do seu colar.
ASÍLI — Pessoa entendida em direito. Advogado ou rábula.
ASSA-PEIXE — Planta que possui grandes propriedades mágicas,
sendo, por isso, muito utilizada em banhos e
defumações contra cargas maléficas feitas para pessoas e
ambientes.
ASSENTAMENTO DE ORIXÁ — É o lugar no pegi onde é
colocada a representação de Orixá, ou do seu fetiche, ponto
riscado etc., tudo de acordo com o ritual apropriado para essa
cerimônia.
ASSENTO — Tratando-se do terreiro, este termo quer dizer
santuário exclusivo dos Orixás e Exus.
ASSIQUI — Patuá. Breve.
ASSISTENTE DE MESA — Assim é designado o protetor espiritual
das sessões de terreiro.
ASSIVAJIÚ — Mestre de cerimônias das sessões.
ASSUMI — Festa de jejum anual. Culto Malê.
ASTARTÊ — Nome divino cuja significação é Deusa.
ASTRAGALOMANCIA — É a adivinhação
quando é feita por meio de dados.
ATATINGA — Fumaça.
ATAÚRU — Castiçal usado no terreiro.
ATÔ — Orações escritas sobre tábuas, usando-se tinta feita de arroz
queimado. Além de orações fazem-se também pontos riscados
com pemba, cuja finalidade é a proteção e auxílio, tendo, além
dessas, mais um grande número de aplicações.
ATUADO — É o termo que se emprega quando se quer dizer que
uma pessoa está sob a influência de um espírito.
ATURA — Cesto que os índios carregam às costas.
AUÊ — Sementes secas que fazem muito ruído quando usadas nos
braceletes das índias nas suas danças e festas de terreiro.
AUENO — É assim chamada a esposa principal na poligamia
dos negros africanos.
AUGÚRIO — É a interpretação dos bons ou maus presságios,
sobre os acontecimentos do futuro.
AULI — São pequenas imagens que os africanos usam como
oráculos.
AUM — Palavra verdadeiramente mágica e dotada de grande poder,
pois que ela atrai os fluidos  benéficos para todo
aquele que a pronuncia dentro de certo ritual, ou a escrever com a
atenção mentalizada.
AUTISMO — É quando ocorre o afastamento mental do mundo
exterior, sendo também uma espécie de concentração.
AUTOCOSPIA — Faculdade muito rara em alguns médiuns, que
podem ver tudo quanto se passa no interior do seu próprio
organismo.
AVE — É o nome dado aos médiuns dos catimbós nordestinos.
AVEJÃO — Visão do desconhecido. Aparição. Assombração.
AVRIKITI — Divindade do mar.
AXÊ — É a força mágica do terreiro representada pelo
segredo composto de diversos objetos pertencentes às várias Linhas,
Entidades, Falanges etc, e que são enterrados na centro do
terreiro, ou embaixo.
AXEXÊ — Cerimônia fúnebre iorubana, semelhante a uma missa de
sétimo dia. São feitas orações espiritualistas para o Chefe de
terreiro, sendo que, durante essa cerimônia, tira-se do terreiro
tudo quanto havia pertencido ao mesmo chefe.
AXÔ — Roupas em linguagem nagô.
AXOGUM — É o nome dado ao encarregado de sacrificar os animais
que se destinam aos cerimoniais do culto nagô.
AXOQUÊ — Significa Deus entre os malês.
AZÊ — Capuz feito de palha e muito usado pelos Omulus.
AZEITE-DE-DENDÊ — É o óleo, muito especialmente baiano, que é
extraído das sementes do dendezeiro, sendo muito empregado na
culinária doméstica e no ritual de Umbanda, Quimbanda e
Candomblé.
AZIMO — É um pão especial feito sem fermento, sendo por isso
escolhidos de terreiro, orientados pelos Guias.
 
B
 
BAAL — Deus do povo fenício.
BAAMI — Protetor de terreiro umbandista.
BABÁ — Chefe dos trabalhos. Mãe, chefe de culto. Mãe-de-Santo já
envelhecida. Sacerdotisa.
BABALÁ — Avô, na linguagem africanista.
BABALAÔ — Pai-de-Santo. Sacerdote do terreiro de culto
umbandista.
BABALAXÉ — Chefe de terreiro no Culto Gêge.
BABALORIXÁ — Grão-sacerdote. Pai-de-Santo. Chefe de terreiro
de Umbanda. Sumo sacerdote.
BABÁ-OKÊ — Grande chefe de trabalhos.
BABASSUÊ — Terreiro de Candomblé; onde são praticados os
cultos de todas as religiões africanistas.
BABATIMBA — Mulher com poderes especiais e muito elevados de
mediunidade.
BABUGEM — Resto de bebidas e comidas em trabalhos de terreiro.
BACAFUSADO — Desordem num Centro.
BACALHAU — É o nome do chicote com que eram castigados os
escravos.
BACURO — Entidade espiritual. Filho. Protetor no Culto Banto.
Guia. Orixá.
BACURO DE PEMBA — Filho-de-santo.
BADA — Campo ou terreiro para a iniciação de médiuns.
BADÊ — Significa Xangô.
BAGATÁ — Quer dizer: feitiçaria, bruxaria ou qualquer outro
trabalho com má finalidade. Magia Negra.
BAGOYON — É todo aquele que pratica a magia negra.
BAIANI — Nome da festa com que os nagôs faziam o encerramento
do seu ano religioso, ou seja, em 30 de setembro. Este termo
significa também qualquer coisa ou objeto ligado a Xangô.
BAIXAR — Quer dizer quando os protetores ou guias baixam nos
terreiros durante as sessões, para se incorporarem nos médiuns.
BALANGANDÃ — Enfeites e ornamentos. É também assim
chamado o amuleto feito com objetos que servem de proteção,
como figas, tesouras, chaves, anéis etc.
BALBA — É o fluido que se desprende durante uma sessão,
geralmente de Quimbanda, para prejudicar a uma certa pessoa à
distância.
BALÊ — Segundo a crença africanista, significa a casa dos mortos,
onde os espíritos desencarnados permanecem, antes da partida
definitiva para o plano espiritual no infinito.
BALI — É quando no meio dos trabalhos descem dois espíritos com
diretrizes diferentes, causando, assim, certos distúrbios difíceis
de serem contidos pelos chefes de terreiro.
BALIBÊ — É um amuleto de grandes poderes que presta grande
proteção aos caçadores e pescadores. É de muito valor também
para o tratamento de muitas doenças, aparentemente sem
solução, mesmo pára os médicos.
BALOMÁ — Com este nome são designados, entre as tribos de
índios africanos, os espíritos evoluídos de parentes.
BALONGO — É todo aquele que pratica a feitiçaria com qualquer
intenção, seja boa ou má.
BALSAMOS DE TOLU — Apesar de ser uma droga muito
empregada na medicina popular, bem como na indústria
farmacêutica, é muito empregada em trabalhos, quando a sua
defumação serve para atrair as forças benéficas, pois é fora de
qualquer dúvida o seu grande poder de proteção.
BAMBA — É todo aquele que, por ser terrível e poderoso, é muito
respeitado, pois que todos temem a sua força.
BAMBA — Comida de terreiro. Cangerê.
BAMBARÉ — Balançar.
BANDA — É o lugar ou terra do guia. É também a Linha a que está
ligado o protetor.
BANGANA — Significa um velho iniciado que tenha alcançado o
mais elevado grau de desenvolvimento mediúnico, tornando-se
por isso, o mais profundo conhecedor de todos os segredos dos
rituais de Umbanda.
BANGANDRO — Planta da flora africana de grandes propriedades
mágicas, sendo, por isso, muito utilizada em qualquer parte do
corpo, em forma de pomada, para afastar os espíritos
perseguidores.
BANGO — Dinheiro ou valores.
BANGOLAR — Andar sem rumo.
BANQUEIRO — É todo aquele que, por influência espiritual ou não,
é dado ao vício da bebida, principalmente da cachaça.
BANGULÊ — Dança dos pretos africanos.
BANHOS DE DESCARGA E DEFUMADORES — Após os motins
da mata, inicia-se nas grandes e frondosas árvores, com as suas
folhas e os seus frutos, mais uma magia, não só para a Umbanda,
a Quimbanda, o Candomblé, como para toda e qualquer religião.
Porque é no fruto, ou é na folha ou na flor, que se buscam os
aromas para purificar o ambiente em que as religiões desejam
trabalhar. Aí, essa parte divide-se em duas. Uma, a magia da
descarga humana, para os médiuns receberem os seus guias
através dos chamados banhos de caboclos e para outros misteres
usados, como todos bem conhecem, e outra, a das flores e dos
frutos, que vem purificar o ambiente de toda e qualquer religião,
a fim de que possam ter lugar os ofícios religiosos. Por tudo isso,
pela grandiosidade com que ela se apresenta e pelo que produz
em benefício da humanidade, é a mata considerada, para os
humildes filhos do sertão, a soberba Rainha.
BANTO — Um dos dialetos mais falados em vários pontos do sul e
do centro da África, inclusive o Congo e Angola.
Os negros, originários dos pontos em questão, são chamados
Bantos, como Banto é também o nome de uma corrente trazida
por eles para o Brasil.
BANZÉ — Discussão, conflito, briga, barulho.
BANZO — Sentimento de saudade que os escravos africanos sentiam
da sua terra, tomando-os indiferentes a tudo e dominados por
uma grande nostalgia.
BAQUETA — Assim é denominada uma vareta de pau que serve
para tocar os tambores nas sessões de terreiro.
BARA — São Pedro. Também Exu-Bará.
BARAKA — Força considerada misteriosa e que, entre as tribos
africanas é tida como uma verdadeira bênção de Deus.
BARICADA-SUBÁ — É uma forma de cumprimento dos malês que
significa:  Deus lhe dê um dia muito feliz.
BARKISSU — Assim é denominado o Pegi dos negros da corrente
dos Bantos. Barkissu é também o nome de Santuário no terreiro
dos mesmos negros Bantos.
BARRACÃO — É o local destinado às danças, quando estas se
realizam em complemento de uma sessão de terreiro.
BASTÃO DE OGUM — É uma planta também conhecida pelo nome
de Espada-de-São-Jorge.
BASULAQUE — É uma das formas do doce de coco feito pelos
índios, com mel de abelha.
BATÁ-COTÔ — Assim é chamado o tambor de guerra utilizado
pelos negros escravos durante as lutas com os inimigos.
BATARA — É o nome dado ao galo utilizado nos trabalhos de
terreiro, devendo ter penas claras ou vermelhas, com manchas
pretas.
BATE-BAÚ — É a denominação de uma dança um tanto semelhante
ao samba e introduzida no Brasil pelos negros de origem
africana.
BATE-CHOQUE — Tambor usado pelos negros africanos.
BATECUM — É o barulho produzido pelo grande número de palmas
com que o público presente às sessões aplaude e acompanha as
danças.
BATER A BAQUERA — Significa morrer, em linguagem indígena.
BATER A CABEÇA — Quando se faz uma batida de cabeça, seja ao
pegi, ou em respeito a algum guia que esteja incorporado, tal
cumprimento representa um sinal de grande respeito e também
de humildade.
BATER NOS OMBROS — É uma espécie de saudação que tem
lugar durante os trabalhos de terreiro, quando o guia, com seu
ombro esquerdo, toca no ombro direito de algum outro guia ou
mesmo de algum assistente, e com o ombro direito bate no
esquerdo. V, Saravá.
BATUCAJÊ — É uma dança religiosa que se realiza dentro do
terreiro, cuja finalidade é proporcionar maior facilidade à
incorporação dos protetores nos médiuns.
BATUQUE — Dança, sapateado. É também o nome que é dado aos
terreiros e centros espíritas em alguns lugares do Norte,
sobretudo na Bahia e no Amazonas. Batuque é também o nome
das danças que os escravos africanos praticavam sob o som de
um instrumento com a semelhança de um tambor. No Rio
Grande do Sul esta designação corresponde ao mesmo ritual da
Umbanda; muito usado pelos umbandistas do Sul.
BAZAFAN — Produto da flora africana que é muito aproveitado na
confecção de amuletos para proteger os seus portadores. Toda
pessoa que tiver essa planta no jardim ou quintal de sua casa, terá
uma proteção completa para todos os moradores da mesma.
BEDENGUÊ — Dança muito popular dos pretos da Costa. BEIJADA
— É o nome dado às falanges quando constituídas
apenas de crianças. Também diz-se, ibeijadas. BEIJIS — Assim
são chamados Cosme e Damião em muitos
terreiros de lugares do Sul. Também ibeijis. BEJA — É o nome
dado à cerveja branca quando usada nos
trabalhos de centros.
BEKU — Pessoa já desencarnada, cujo espírito é chamado em
sessão.
BENDENGÓ — É o meteorito que se encontra no Museu Nacional e
que caiu na Bahia no ano de 1888. Embora os cientistas tenham
as suas convicções sobre o mesmo, para os umbandistas a pedra
de Bendengó é apenas e
tão-somente um grande e autêntico fetiche de Xangô, pois
ninguém pode ignorar o seu extraordinário poder de vibração.
BENGUÊ — É o nome como é designado o amuleto destinado a
proteger as casas de moradia, sendo a sua confecção à base da
planta chamada Kongo.
BENTERERÊ — Ave cujo canto é sinal de bom agouro.
BENTINHOS — É um escapulário que se traz pendurado no
pescoço e que contém orações, rezas e figuras de santos.
Pode ser considerado também como um patuá para dar
proteção a quem o conduz.
BENZEDURA — É o meio usado para curar doenças, tendo-se» em
vista as orações e as práticas mágicas e espiritualistas, quando
feitas numa sessão de terreiro.
BERIMBAU — Instrumento de percussão ou urucungo.
BERUNDANGA — Feitiço. Trabalho para o mal. BETULÉ —
Machado feito de pedra pelos negros e pelos índios, tendo também a
designação de machado de Xangô.
BICO-DE-PATO — É o nome como é conhecida uma planta de
grande uso em defumações, pois que a sua ação é infalível para
desfazer trabalhos e afastar os fluidos maus e pesados que
possam prejudicar pessoas ou ambientes.
BIFROST — Na Umbanda este nome é como que um sinônimo de
Exu,  enquanto, na mitologia, significa arco-íris.
BILONGO — Amuleto muito usado pelos caçadores que têm uma fé
absoluta na sua proteção.
BIMBA — Coxa.
BINGA — Copo feito de chifre.
BINGBA — Arvore natural do Sudão, na África, tida como elemento
protetor dos campos na sua produção.
BIRAIA — Mulher de maus sentimentos e de mau comportamento.
Megera. Prostituta.
BIRUPIÇA — Assim são chamados os arranjos e os preparos para
uma festa, desde que tenha fundo espiritualista.
BI-SI-MI-LAI — Expressão sempre usada para proceder a qualquer
trabalho a ser realizado pelos negros malês.
BISORONHA — Aparição. Assombração. Fantasma.
BODE — Assim é chamada a comida votiva de Exu.
BODO — Raiz de planta africana com grandes propriedades de
proteção.
BOI — É um cachimbo de confecção muito rústica, muito usado
pelos fumadores de maconha.
BOJÁGUASSÚ —
Bojá, Bojámirim
— Entidades espirituais que em
ordem decrescente, estão colocadas num Terreiro de Umbanda,
depois do
Aberémirim.
BOLA DE CRISTAL — É uma bola feita de cristal, através da qual o
vidente detentor de poderes especiais, poderá interpretar o que
estará para acontecer a alguém que o tenha procurado.
BOLARO — Espírito atido apenas e exclusivamente à prática do
mal.
BOLOI — Esta palavra quer dizer também praga ou enfeitiçamento
por palavras ou gestos.
BOMBO-GIRA — Assim é denominado Exu entre os pretos do
Congo. Denomina-se também Exu Pomba-Gira.
BONECO — Assim é denominada a figura de uma pessoa ou de um
animal, que é feita de preferência com cera podendo também ser
feita com outro material. Esse boneco é feito para ser empregado
em trabalhos de terreiro, principalmente trabalhos de Alta Magia
ou mesmo Magia Negra, ou seja, fazer o bem ou mal a alguém.
Para fazer o trabalho com o boneco, é preciso que o mesmo traga
um trapo de roupa, bem como uma pequena quantidade de saliva,
de urina, de suor, de sangue, bem como pedaços de unha e de
cabelo, ou ainda qualquer outra coisa que tenha estado em
contato com o corpo do indivíduo a quem se quer fazer bem ou
prejudicar.
BONGAR — Procurar alguma coisa na senda espiritual. Termo de
linguagem indígena de origem africana.
BONHURA — Esse é o nome de um amuleto especial destinado a
proteger, quem o possui, contra qualquer espécie de doença, seja
física ou espiritual.
BONI — Negros escravos originários da Guiné, na África.
BOODÓ — Comida africana feita de legumes.
BORI — Significa Espíritos, tanto na linguagem africana, como nos
meios espirituais de Umbanda. Pode significar também
Protetores.
BORÓ — Assim é chamado o pagamento que é feito a um, medium,
ou chefe de terreiro, antecipadamente a qualquer trabalho, sendo
desta forma mercantilizada de um modo absoluto a mediunidade.
BOSUM — Assim é chamado, tanto a Divindade, como também os
Santos e os Espíritos de Luz e ainda Orixá e Vodum.
BOTAR A MÃO NA CABEÇA — É quando o chefe de terreiro
manda que os médiuns recebam seus protetores. Então, cada um
dos médiuns presentes à sessão, coloca as mãos na cabeça para
receber o Guia ou Protetor.
BOTAR NA MESA — É quando um médium, mesmo sem estar
numa sessão, atende a alguém para fazer adivinhações ou
orientar o seu consulente sobre casos a resolver. Esta consulta é
feita estando o médium e o consulente sentados numa mesa, um
em frente ao outro.
BOTAR BOZÓ — Significa trabalhos de Magia Negra ou de
feitiçaria com a finalidade de trazer a desgraça a alguém, o que é
comum na Linha de Quimbanda.
BOTAR FUMO — O mesmo que enfeitiçar ou fazer trabalhos para
dar azar a alguém.
BOTIRGA — Corrente espiritualista de pretos africanos.
BOTO — A crença popular assim designa um peixe, o qual tem dente
e olhos fora do comum e que dizem possuir virtudes mágicas,
motivo por que são muito usados em amuletos, bem como em
trabalhos apenas dedicados à magia do amor, ou seja, muito
indicados para os namorados que visam terminar o seu romance
com o casamento e a felicidade.
BOYLA — Colar feito de contas, muito usado pelos médiuns
femininos, bem como pelos cambonos.
BOZÔ — Trabalhos de Magia Negra. Jogo de dados. Feitiço.
Quando se faz essa feitiçaria, é indispensável uma galinha morta,
bem como farofa e azeite-de-dendê e ainda moedas de cobre,
além de uma grande variedade de outras coisas, de conformidade
com o fim que se tenha em vista com este trabalho.
BRADA-MUNDO — É o nome de uma planta conhecida com a
designação de Cardamomo, sendo as suas folhas muito usadas
para banhos e defumações, sendo também um poderoso
condensador de fluidificações e grande atrativo de forças
benéficas.
BRAKALI — Assim é designado, entre os povos africanos, o Grande
Gênio dos Oráculos.
BRAMA — É uma força de grandes poderes mágicos e de evocação
sagrada, que é realizada sob os cânticos e sacrifícios de trabalhos
ritualísticos.
BREA — Oração usada em terreiros de Quimbanda, antes do início
dos trabalhos.
BREVE — Embora se trate de uma palavra comum é muito
conhecida em Umbanda. Ela quer dizer Patuá, ou seja, uma
oração guardada numa espécie de envelope de couro, sempre
acompanhando o seu possuidor para protegê-lo em tudo e em
todos os momentos da vida.
BRIQUITAR — Ter paciência. Saber esperar sempre sem perder a fé
em Ogum.
BRÓDIO — Festa espiritualista dentro do ritual de Umbanda.
BRONGAR — Procurar alguma coisa importante.
BRUXA — Pode-se dizer que é o feminino de Bruxo, pois se a
Bruxa é a feiticeira que trabalha para todos os fins,
principalmente para o mal, o Bruxo é também um boneco feito
de pano e utilizado para trabalhos de Magia Negra, tanto nos
terreiros de Quimbanda corno fora deles.
BU — Entre os negros africanos é o grande Gênio que tem o poder
absoluto de dominar os ares.
BUGIAR — Significa importunar, isto é, quando alguém, durante o
decorrer de uma sessão, dirige-se a outra pessoa que esteja presa
a algum trabalho e, por isso não possa tratar de outro assunto.
BUGIGANGA — Coisa desprovida de valor. Objetos miúdos,
vidrilhos etc.
BUJAMÉ — Assim é chamado o mestiço, isto é, o filho de preta
com mulato. É também o nome como é conhecido um
instrumento musical de sopro, usados pelos pretos da Costa de
Angola.
BURRO — Médium em Quimbanda. Médium de Exu. Trata-se de
um termo de grande uso entre os Exus e pelos protetores de caboclos.
BÚZIOS — Os búzios são pequenas conchas marinhas em outras
épocas usadas como dinheiro, sendo hoje empregadas como enfeites,
inclusive em pulseiras, colares e braceletes, bem como amuletos,
dado às altas virtudes mágicas que possuem. Os búzios também são
empregados para adivinhações, para o que são usados da seguinte
maneira: Doze búzios são convenientemente preparados pelo
Babalorixá
e, para se saber alguma coisa, eles são fechados na mão
direita, a qual sendo aberta a seguir, os búzios são atirados sobre a
mesa, formando então várias figuras, as quais são interpretadas pelo
Babalorixá.
Não devemos esquecer que, quando o
Babalorixá
está jogando os búzios, há sempre espíritos, ou protetores, junto dele
e do consulente. Esses protetores auxiliam o
Babalorixá a interpretar as figuras, quando estas se tornam muito complicadas
e difíceis.
Antes de iniciar a adivinhação, o Babalorixá dirige uma
prece ao seu Guia e ao Guia do consulente.
Um dos búzios representa o consulente, enquanto os outros
representam as pessoas a respeito das quais o mesmo consulente
está interessado em saber alguma coisa. Uma só pergunta não
pode ser respondida num lance de búzios apenas. De um modo
geral, uma resposta completa para cada pergunta só pode ser
obtida com três lances.
Depois de terminada a adivinhação, o
Babalorixá
deve indicar ao consulente o que este tem a fazer. Assim deverá
receitar remédios, se ele se dedicar à medicina de ervas e banhos,
bem como dar conselhos e indicar os trabalhos que devem ser
feitos para afastar dificuldades.
Os búzios só servem para a adivinhação se, depois de
apanhados na praia, receberem um batismo, isto é, se forem
preparados pelos
Babalorixás
que conhecem o sexo dessas
conchas, dando-lhes nomes. Os búzios assim preparados e
consagrados são guardados dentro do altar.
De um modo geral, o número de búzios é de 12, mas esta
quantidade pode ser aumentada até 16 ou 20. Todos os búzios
recebem, cada um, o nome de um
Orixá.
Para que uma pessoa que faça uma consulta a um Babalorixá
possa obter respostas certas, é indispensável que o seu corpo e a
sua aura estejam perfeitamente limpos. Desta forma, se for
mulher, não poderá fazer consultas se estiver em período de
menstruação. Se for homem, na véspera não deve ter relações
sexuais, bem como não deverá ir à consulta em estado de
acoolismo.
Há também Guias e Babalaôs que trabalham com 7, 12, 16 e
21 búzios, embora a maioria, de um modo geral empregue 7 ou
16 misturados, ou seja, búzios masculinos e femininos. Os nomes
como são chamados os 16 búzio empregados na adivinhação, são
os seguintes: 1.° — EIDI-OBÊ; 2.° — OJECU-MEIJI; 3.° —
JORI MEIJI; 4° — URI-MEIJI; 5.° — OROSÊ-MEIJI; 6.° —
NANI-MEIJI; 7.° — OBARA-MEIJI; 8.° — OCAIRÁ-MEIJI;
9.° — EGUNDA-MEIJI; 10.° — OSÊ-MEIJI; 11.° — OTURÁ-
MEIJI; 12.° — ORETÉ-MEIJI; 13.° — ICÁ-MEIJI; 14.° —
ETURAFAN-MEIJI;   15.° — ACHÉ-MEIJI;  16.º — OGIO-
OFUN.
Como já ficou dito, o Babalorixá faz uma prece ao seu Guia
e concentra o pensamento. Faz então um primeiro lance dos
búzios, com o fim de verificar as condições e intenções do
consulente e verificar as possibilidades do mesmo ser atendido.
Em qualquer hipótese, o
Babalorixá
deverá ser extremamente
sincero, manifestando ao consulente o que há a seu respeito.
Somente depois dessa verificação é que terá início a consulta.
 
C
 
CAÁ-CANGAB — Mato, floresta.
CAAPOMANGA  —  Erva   com   virtudes   divinas,  usada  tanto
como remédio, como em trabalhos de terreiro, sempre com
resultados maravilhosos.
CAAPORA — É assim designado  o
espírito protetor da caça
na selva amazônica.
CABAÇA — Vaso feito do fruto maduro do
cabaceiro depois de esvaziado do miolo.
CABAIA — Assim é chamada a túnica de mangas largas muito
usada nos terreiros pelos médiuns, babalaôs e cambonos.
CABALA — Magia oculta. Reunião para sessão de práticas mágicas
e religiosas.
CABANA — Casa rústica ou palhoça. É o nome também dado aos
lugares onde são instalados terreiros ou centros espíritas,
sobretudo de Umbanda.
CABEÇA FEITA — É como é denominado o médium que se
desenvolveu e foi cruzado em terreiro, tendo um protetor ou
Guia como chefe espiritual.
CABECEIRA — Aqueles que orientam materialmente uma Tupã oca
até a chegada do Morubixaba.
CABELUDO — Assim é chamado o espírito obsessor que baixa nos
trabalhos de terreiro.
CABOCLO — Termo designativo de certos Guias das linhas de
Xangô, Ogum e Oxóssi. Também chamado caboclo de terreiro.
Os caboclos são espíritos guias das raças ameríndias, os quais
não têm nenhum impedimento em baixar nos terreiros ou tendas
de Umbanda. Os caboclos são também espíritos adiantados.
Embora não tenham a brandura dos Pretos-Velhos, são muito
prestativos e sabem agir com eficiência, nunca se negando a beneficiar ou praticar a caridade.
CABORGE — Trata-se de um termo que tanto designa patuá,
amuleto e fetiche, como feitiço, malefício, prostituta e meretriz.
CACARUCAI — Idoso, velho, provecto.
CACARUCAIA — Mulher velha, idosa.
CACHIMBO — Muito usado nos trabalhos de terreiro.
CACUETO — Denominação de filho em iorubano.
CAFIOTO — Embora pouco empregado, este termo quer dizer:
adepto da Umbanda.
CAIR DE SANTO — Transe mediúnico, isto é, quando o médium
está pronto para receber o protetor.
CAIR EM TRANSE — É quando, no terreiro em que se realiza uma
sessão, um médium se encontra em perfeitas condições para
receber o seu protetor.
CAJANJÁ — É o mesmo que Omulu para os negros africanos de
Angola.
CAJILA — É o nome como se designa um amuleto que tenha
diversas finalidades de proteção, trazendo felicidade, tanto para o
próprio que o possui como para outros a quem se deseja
felicidade.
CALANDRINIA — É uma variedade de capim usada, tanto em
banhos, como defumações, pois em qualquer caso, havendo fé e
alta concentração, somente bons resultados serão obtidos.
CALÇO DE MARCA — É uma mistura de fumo com incenso usado
durante os trabalhos de terreiro e muito apreciada pelos caboclos.
CALENDÁRIO DE UMBANDA — Muito embora as sessões das
correntes umbandistas não tenham dias certos para a sua
realização, sendo os dias mais comuns as 2.as 4.as e 6.as feiras,
deve se destacar os dias comemorativos para sessões festivas,
que são os seguintes: 1.° de Janeiro — Festa da Fraternidade
Universal. 20 de Janeiro — Dia de São Sebastião e de São Jorge
— Ogum — no culto nagô.
1.° de Março — Dia de Xangô Aganju (São José da Igreja
Católica).
23 de Abril — Dia de Ogum no Culto nagô.
13 de Maio — Dia de Festa dos pretos-velhos em que se
comemora também a abolição da escravatura no Brasil.
13 de Junho. Da mesma forma que no Catolicismo, também em
Umbanda, nesta data, é comemorado Santo Antonio.
24 de Junho — Dia das solenidades de São João.
29 de Junho — Comemoração de São Pedro e São Paulo.
26 de Julho — Dia de Sant'Ana.
15 de Agosto — Dia de Nossa Senhora.
8 de Setembro — Natividade de Maria Santíssima.
27 de Setembro — É a grande data de Cosme, Damião e
Doum. .
30 de Setembro — Dia de Xangô Alafim (São Jerônimo)
4   de Dezembro — Comemorações de Santa Bárbara.
25 de Dezembro — O maior dia da cristandade pois a ele
corresponde o nascimento de Jesus Cristo. Oxalá.
CALUNGA — Cemitério.
CALUNGA GRANDE — Oceano. Mar.
CAMANÁ — É uma prova rara, pois o médium que passou por ela
teve que ir ao cemitério com uma vela apagada e voltar com a
mesma acesa, sem ter levado fósforos ou qualquer objeto de
ignição para acendê-la. Camaná é também a designação de
médium entre as tribos malês.
CAMARINHA — É o nome dado ao compartimento existente no
terreiro e que tem como finalidade abrigar os iniciados em
trabalhos, sejam homens ou mulheres, os quais ali ficarão retidos
alguns dias, enquanto perdurar o desenvolvimento da
mediunidade e aprendizagem de tudo quanto se relaciona com os
trabalhos de terreiro, como o ritual, os nomes e as finalidades dos
objetos usados, os pontos riscados e cantados, os passes e tudo o
mais que um médium não pode desconhecer para poder ser
admitido nas sessões.
CAMBA — É o nome dado ao chefe de terreiro na Linha das Almas.
CAMBA — É um amuleto de proteção para todos os fins. Ele deve
ficar enterrado na entrada das casas de residência, ou pendurado
nas paredes, atrás das portas, não só nas casas de família, como
também nos estabelecimentos comerciais ou outros. É bom não ficar esquecido: sempre que
não houver lugar para ser enterrado, ele deve ficar pendurado
atrás de uma porta. O seu efeito é magnífico e absoluto. O chefe
de terreiro é quem o poderá preparar para aquele que estiver
interessado nos seus efeitos e na sua proteção.
CAMBONO — Servidor de Orixá e auxiliar de médium em transe. O
cambono, pode-se dizer, é um médium que não obteve o
necessário desenvolvimento, sendo, por isso, apenas um auxiliar
dos guias e médiuns nos trabalhos de terreiro.
CAMINHOS ABERTOS — Quando os caminhos estão abertos, tudo
se torna fácil e tudo dá certo.
CAMINHOS FECHADOS — A expressão
caminhos fechados
emprega-se quando uma pessoa se encontra sob a influência de
maus espíritos que perturbam o bom êxito do seu trabalho e
provocam males de toda sorte, tornando-a vítima de intrigas,
calúnias etc.
Devemos dizer que são vários os motivos que podem tornar
fechados os caminhos de alguém, sendo que, na maioria dos
casos, a culpa é da própria vítima que, desta forma, estará
pagando erros de vida anterior ou mesmo da vida atual. Outras
vezes, a vítima não tem a menor culpa, mas os caminhos acham-
se fechados pela ação de inimigos gratuitos, invejosos, desafetos,
que não têm o menor escrúpulo em recorrer a trabalhos de
quimbandeiros para prejudicar o seu semelhante.
Para combater a ação dos caminhos fechados, o que se tem a
fazer é consultar um
Babalorixá,
o qual, pelos búzios, verificará
a realidade da situação e indicará o consulente sobre o que deve
fazer.
A vítima dos caminhos fechados deverá tomar banhos de
descarga, conforme as prescrições do seu
Babalorixá
e fazer
preces ao seu espírito protetor, as quais deverão ser pela manhã,
ao levantar-se, à noite, antes de deitar-se, dar auxílios aos pobres
e evitar o uso de bebidas, bem como não discutir, não se irritar e
não se zangar com ninguém. Convém que peça ao
Babalorixá
que lhe prepare um amuleto, o qual não deverá deixar de trazer
sempre consigo.
CAMOLETE — É um lenço branco de tamanho grande que é
colocado na cabeça dos médiuns durante os trabalhos.
CAMUCITÊ — Nome dado ao templo, altar e pegi.
CAMUTUÊ — Cabeça (em africano).
CANDOMBLÉ — O candomblé, entre nós, surgiu primeiramente no
Estado da Bahia, originário da mistura de rituais praticados pelos
escravos que ali aportaram, vindos dos diversos países aos quais
estavam submetidos e que, ramificando-se através dos estados
circunvizinhos, foi pelo próprio povo erroneamente denominado
de Umbanda. E, pelo fato da pluralidade desses cultos, o termo
Umbanda também se pluralizou.
O Candomblé não deixa de ser uma religião, pois assemelha-
se às demais religiões que praticam rituais evocativos das
entidades dos planos Astrais superiores e inferiores, tais como as
crenças:
Ortodoxa, Anglicana, Bramanista, Budista,
Confucionista, Protestante, Islâmica e Católica.
O Candomblé como crença espírita, simboliza perfeitamente
os cultos
Nagô, Banto, Gêge, Malê, Ameríndio, Cabinda,
Benguela, Loanda
etc. etc, tanto de origem africana como
ameríndia.
Tanto a teogonia, como a liturgia e a hierarquia que se
pratica no Candomblé, não passa de uma mistura de credos, os
quais variam de conformidade com as seitas afro-brasileiras. No
entanto, as suas práticas são perfeitas, e tudo que se distingue
como fazendo parte do seu ritual, define-se de um modo claro e
insofismável.
A composição dessa seita, inclui, na teogonia, a crença nos
seus deuses, considerados como
Orixás Maiores,
constituindo o
que se denomina de SUPREMA CORTE DE ARUANDA, onde
as mais altas divindades irradiam para a Terra sua força fluídica,
sem no entanto, darem-se ao trabalho de baixar neste planeta.
Possuem, no entanto, esses Orixás, os seus subalternos, os quais,
com a denominação de
Orixás Menores,
trazem até nós as ordens
e as irradiações que desejam espalhar sobre a Terra.
Como entidades superiores, consideram os praticantes do
Candomblé, as seguintes:
1.° - Os chamados Espíritos de Luz, encarnando as forças na
natureza, considerados como  elementais. São os espíritos
evoluídos que se projetam através dos planos superiores
do mundo Astral e que aceitam, como qualquer elemento
humano, os AMALÁS (comidas de santo), quando incorporados
nos seus médiuns.
2.° - Os EGUNS, ou espíritos desencarnados, considerados como
ELEMENTARES. São as almas ou espíritos dos mortos, ou
ainda: os espíritos humanos que não chegaram a atingir as mais
altas camadas espirituais do mundo astral, por isso sujeitos
muitas vezes a novas reencarnações.
3° - Os EXUS, ou espíritos diabólicos, considerados como ser- • vos
ou escravos dos
Orixás,
servindo de intermediários entre os
Orixás Menores,
e o homem. São essas entidades que se
incumbem de castigar os filhos de fé quando eles erram, pois que
aos Orixás não é dado o direito ao castigo e tampouco têm a
incumbência da prática do mal.
Com relação à escola hierárquica dos praticantes, iniciados
ou sacerdotes do culto no Candomblé, conhece-se como chefe
principal o chamado PAI-DE-SANTO conhecido também por
outras denominações tiradas dos dialetos negros, tais como:
BABALAÔ, BABALORIXÁ, BABALOXÁ, BABALUAÊ, ou
ainda: Chefe de terreiro, Senhor de Olurum, Chefe do Rebanho,
Príncipe de Umbanda etc. etc, do lado masculino; e MÃE-DE-
SANTO ou BABÁ, do lado feminino.
Como intérpretes e ajudantes do Pai-de-Santo, temos os
Cambonos, que são os encarregados de preparar e facilitar a
chamada dos filhos da fé, ao se dirigirem ao Babalaô.
As sessões de Candomblé, embora muitos digam que elas
somente servem para trabalhos maléficos, podemos afirmar que
tai não ocorre, dado que os verdadeiros trabalhos apenas têm em
vista dar a proteção a todos os que recorrem à sua prática. Assim
todos aqueles que fazem magia negra e dizem que estão
praticando a religião do Candomblé, estão apenas fazendo uma
confusão que chega a ser revoltante, pois que os caminhos do
Candomblé são apenas os caminhos da Graça de Deus, nada
mais.
CANDURU — Assim são chamadas as brasas do defumador em
linguagem nagô.
CANELA-PRETA — Também chamado Pau-de-Sant'Ana. Ê muito
empregado para banhos e defumações de limpeza, bem como no
preparo de amuletos.
CANGERÊ — Trabalho com fundo de feitiçaria visando fazer mal a
alguém. É também a denominação de uma dança de negros em
alguns terreiros, embora o seu fundo religioso.
CANJIRA — Lugar onde são realizadas as danças, de acordo com o
ritual que seja praticado.
CANZÓ — Casa, lar, vivenda, moradia. (em africano).
CANZUÁ DE QUIMBÊ — Assim é denominado o lugar onde ficam
retidos os espíritos dos desencarnados, de conformidade com a
crença dos negros bantos.
CAÔ BECILHÊ — Saudação a Xangô.
CAPEBA — É aquele que trabalha apenas em feitiçaria.
CAPIANGO — Quer dizer ladrão em Angola.
CARAJURU — É uma planta de grandes virtudes mágicas, servindo,
tanto para remédio, como para trabalhos no cerimonial
umbandista.
CARAPIAPEMBA — Exu. Entidade maléfica, muito respeitada
entre os negros bantos.
CARGAMELA — Esta é a designação de São Lázaro entre os negros
cabindas.
CARREGADO — Assim é chamada a pessoa que sente sempre um
mal estar inexplicável, como nervosismo e medo, tudo de
proveniência de encosto espiritual, mau olhado, trabalhos, bem
como influência de algum irmão inconsciente. Quem se achar
nessa situação, deve recorrer ao trabalho de terreiro, pois o
tratamento médico nenhum resultado dará.
CARUARA — Doença causada por trabalho de feitiçaria. Tanto pode
ser chamada quebrante, como mau olhado.
CARURU — Planta muito conhecida e de grande uso nos terreiros.
CARVÃO — É um elemento muito usado, tanto nos trabalhos de alta
magia, quando tem a finalidade de observar os fluidos maus,
como na magia negra, quando a sua ação é a de provocar os
maus fluidos. É um elemento que depende dos trabalhos onde é
empregado.
CASA DE MINAS — É o nome como se denomina os terreiros em
alguns pontos do Norte e Nordeste do Brasil.
CASEBRE — Além de designar casa pobre ou rancho, é também
assim chamado o lugar destinado para os trabalhos de terreiro
pobre.
CASSAIÚ — Elemento muito usado para banhos e defumações, dado
o seu grande valor como dispersador de fluidos de fundo
maléfico.
CASSINGA — Cipó muito empregado para banhos e defumações,
dada a sua grande ação como dissolvente de fluidos maus, tanto
em pessoas como em residências.
CASSUTO — Divindade maléfica protetora das doenças.
CATALAMBO GUNZA — Entre os negros de Angola, este é um
dos nomes como é conhecido Oxóssi.
CATIMBAU — Cachimbo velho. Prática de feitiçaria.
CATIMBÓ — Termo de uso no Nordeste e que significa terreiro
onde  baixam os espíritos protetores de caboclos.
CATIMBOZEIRO — Espécie de cambono ou médium sem
desenvolvimento, embora seja adepto das sessões de terreiro.
CATULÁ — É o termo usado em sessão e que significa a anulação
de trabalho maléfico feito contra alguém. Sacaanga.
CAÚBA — Alguidar usado em sessão.
CAURI — É a concha marinha que, entre os escravos, valia como
dinheiro. Búzio.
CAVALO — Médium dos Guias em Umbanda. Como em todas as
correntes espíritas, este termo quer dizer o mesmo que
aparelho,
isto é, todo o médium que está sempre pronto a receber o protetor
ou Guia.
CAVALO COMPLETO — Quer dizer o médium que,
indistintamente, trabalha em qualquer linha, seja ela umbandista
ou não.
CAVALO-MARINHO — Peixe que se tem em casa como poderoso
amuleto, não só para, proteção, como para evitar os efeitos de
trabalhos, feitiçaria e mau olhado, pois as suas virtudes mágicas
são extraordinárias.
CAVÔ — Não somente significa despacho, como traduz também o
sacrifício de animais para trabalhos e determinadas cerimônias
de terreiro.
CAXAMBU — Nome de cidade brasileira de origem africana.
Significa um tambor especial que os negros usam nas suas
danças.
CEPO — Tronco de árvore muito largo, em forma de tora, de cujas
raspas são feitos trabalhos que somente devem ser orientados e
dirigidos pelos Protetores dos Centros.
CERA DOS TRÊS REINOS — É a cera que resulta da fusão de três
outras ceras, que são: cera de abelha, cera de carnaúba e parafina.
O produto assim obtido é muito empregado pelos Guias e
Protetores conscientes para quem necessite de proteção e
amparo.
CERVEJA — Tanto a preta como a branca, a cerveja é a bebida
preferida por muitos guias, sendo também usada em muitos
trabalhos, inclusive em banhos, dentro do ritual de Umbanda.
CHÁ DE RASTRO — É o chá feito com a terra apanhada no lugar
onde uma pessoa tenha dado sete passos. Este chá é utilizado
com grandes proveitos tanto nos trabalhos de magia negra como
nos de magia branca.
CHAMA — É sabido que o emprego do fogo em trabalhos de alta
magia de Umbanda, vem de épocas bastante remotas, sofrendo
muitas transformações no seu ritual, mas conservando toda a sua
essência em toda a sua pureza assim podendo se compreender o
reconhecimento e a homenagem às Entidades Superiores. A
chama, pelo fato de conter luz e calor, encerra um real e
profundo significado no que diz respeito à ligação e às ligações
entre r Terra e o Astral. Em casos de interpretação, quando se
tem em conta trabalhos de terreiro, a interpretação da chama
pode ser feita da seguinte forma: Se a oscilação da chama
verifica-se da direita para a esquerda, quer dizer um
acontecimento muito próximo e que tanto pode ser bom ou mau.
Se oscila em forma espiral, quer dizer intrigas ou traições.
Dando-se o caso da chama se extinguir, isto é, se apagar,
significa um fato muito importante e muito desagradável.
Quando a sua luminosidade aumenta, mesmo sem ninguém
soprar ou se aproximar dela, isto apenas deve ser interpretado
como bons augúrios, sobretudo para a pessoa para quem a chama
foi acesa.
CHAVE — A chave pode ser utilizada como uma espécie de
amuleto, sendo muito grande o seu número de aplicações nos
trabalhos de ritual de Umbanda.
CHEFE DE CABEÇA — É um dos nomes como é designado o Guia-
chefe do médium de terreiro que tenha sido desenvolvido e
cruzado no mesmo.
CHIBAMBA — Palavra de origem africana que quer dizer fantasma,
assombração, aparição.
CHOQUE DE RETORNO — Quando o despacho não produz efeito
contra aquele a quem fora destinado, esse efeito não desaparece,
pois volta-se contra quem o preparou e também contra quem o
encomendou. Isto é que se chama choque de retorno, o qual se
verifica algum tempo depois de ter sido praticado. A pessoa que
encomendou o despacho de Exu, para fazer mal a alguém, fica
doente ou cai na pobreza ou sofre algum desastre, ou às vezes,
acontece morrer alguma pessoa da sua família. Muitas vezes,
também, nada disso acontece, pois que a pessoa vai sofrer depois
de desencarnada, esse caso é muito freqüente e é por isso que
existem milhões de espíritos sofredores. Outras vezes, o choque
de retorno somente vai produzir efeitos em outra encarnação, isto
é, a pessoa desencarna para sofrer em outra encarnação, sendo
este o motivo por que se justifica, ou se explica, o fato de muita
gente nascer aleijada, cega, muda, enquanto outras morrem em
desastre ou assassinadas, sem nunca gozarem nenhuma
felicidade.
Os males do choque de retorno são devidos aos perigos da
magia negra, os quais são tantos que não podemos mencioná-los
todos aqui. Entretanto, um dos maiores perigos está em que, os
que se dedicaram à magia negra, quando desencarnam , são
escravizados pelos Exus, que somente os soltam quando é
chegada a hora de voltarem a reencarnar. Um grande número dos
espíritos das Linhas das Almas e Mista, compõe-se de criaturas
humanas que praticaram ou se utilizaram da magia negra para
fazer mal aos seus semelhantes, com fins puramente egoísticos.
Os
babalorixás
e os médiuns têm grande responsabilidade
nos trabalhos de magia negra. Por isso, quando eles
desencarnam, os seus espíritos vão passar séculos no astral, em
meio aos mais horríveis sofrimentos, constituindo-se em
espíritos perigosíssimos, como se fossem verdadeiros Exus.
CHOUPO — Trata-se de uma árvore que, pelas virtudes mágicas que
contém é de grande emprego em vários trabalhos mágicos de
Umbanda.
CHUGUDU — Assim se define o gênio do mal cujo símbolo é uma
galinha preta usada nos trabalhos de magia negra dos terreiros de
Quimbanda.
CHUMBADO — É quando uma pessoa é alcançada por uma carga
fluídica negativa, ou seja, uma espécie de enfeitiçamento
produzido por trabalho de magia negra.
CHURUMANGUNGO — Espírito obsessor, ou melhor, espírito
atrasado e sem luz que, em plena ignorância, pratica o mal sem
saber o que está fazendo.
CINDA — Nome do orixá Oxum nos terreiros de Omolocô.
CINZAS — Resíduos decorrentes da queima de madeira e muito
usados em trabalhos de terreiro de Umbanda, pois é muito
reconhecida a sua força protetora contra espíritos atrasados e
fluidos maléficos.
CITA — Nome do orixá Iansã, nos terreiros de Omolocô.
CLARIVIDÊNCIA — Ê o poder de percepção de médium vidente ou
clarividente que tem o dom de ver coisas às vezes muito
importantes, e que são totalmente ignoradas por eles médiuns e
também pelo consulente e pelos assistentes.
COBRA DE DUAS CABEÇAS — É uma cobra não venenosa e
muito empregada em trabalhos de Quimbanda.
COISA FEITA — Quer dizer trabalho feito para levar o mal a
alguém, como seja, despacho, feitiço, bruxaria etc. Às vezes uma
pessoa, sente-se como que diminuída, doente, desanimada,
sentindo mesmo coisas que não sabe explicar. Isto é o que se
pode chamar
trabalho
ou perseguição espiritual, pois que quem
se sente em tal situação, não pode atinar com o que seja a causa
dos seus males, pois que os mesmos, se não são uma resultante
de algum trabalho feito nalgum centro de Quimbanda por um seu
inimigo, pode resultar de um encosto de um espírito ignorante e
sem luz. De qualquer forma, todo aquele que se encontrar em tal
situação, deve procurar a proteção recorrendo  aos trabalhos de
um centro de Umbanda, pois
somente assim poderá tudo ser desfeito e ser dado fim ao
sofrimento.
COMIDAS DE SANTO — As comidas de santo, também chamadas
comidas dos Orixás ou de Amalá, são, resumidamente, as
seguintes que passamos a mencionar: XANGÔ — Abará.
Caruru. Pamonha. Adô. Aberem. Olubê. Efum. Ecuru. Belo.
OGUM — Feijão fradinho. Feijão Preto. Abóbora. Agrião.
Batata.
OXALÁ — Cangica, Acassá. Peixe. Doces. OXUM —
Muqueca de peixe. Carne. Cabrito. Aussá. Xin-Xin.
IANSÃ — Pescado. Camarão. Acarajé. Xin-Xin. Abará. Ipete.
IEMANJÁ — Guisado de cabrito. Muqueca de peixe. Sardinha.
Camarão. A pipoca, embora não esteja citada, é uma comida
comum de todos os Orixás.
CONCENTRAÇÃO — É assim designado o estado mental em que
nos colocamos para ater a nossa atenção e o nosso pensamento
em alguma coisa de nosso interesse, seja ela material ou
espiritual. Para se conseguir que a concentração seja a mais
perfeita possível, isto é, para evitar que fuja do nosso pensamento
aquilo que está preso no nosso subconsciente, existem várias
modalidades. Uma delas é a seguinte: Pensamos em Jesus e em
São Gabriel que anunciou que a Virgem Maria seria a Sua Mãe,
não esquecendo o seu nascimento na mangedoura e a fuga para o
Egito, bem a sua vida de misericórdia, seus inúmeros
sofrimentos, a sua crucificação e esplendorosa ressurreição. Se,
quando precisarmos concentrar o nosso pensamento, fizermos
assim, estaremos em perfeitas condições para afastar quaisquer
outras idéias da nossa mente. Podermos, também, ao invés de
Jesus, procurar outro assunto que nos mantenha preso o
pensamento, livrando-nos, de manter a confusão em nosso
cérebro, pois somente assim estaremos em condições de nos
atermos à questão para a qual uma concentração perfeita é
indispensável. Assim, sempre que estivermos presentes a uma
sessão, seja apenas para acompanharmos os trabalhos, ou para
esperar alguma graça, devemos sempre nos manter na maior
concentração, evitando de um modo absoluto manter conversas
e tendo o pensamento na forma como já somente assim as
correntes poderão ser bem encaminhadas e produzir os
benefícios esperados.
CONCHAS DO MAR — As conchas do
mar nada mais são que fetiches de Iemanjá, sendo também
usadas como amuletos, pois que após serem preparadas pelos
Guias, elas passam a ter uma poderosa influência sobre o seu
portador, além de o proteger também com o seu extraordinário
poder mágico.
CONDENSADOR FLUÍDICO — É uma solução aquosa ou oleosa
que tem a capacidade de aumentar e acumular a força fluídica
que os médiuns recebem durante os trabalhos de terreiro. A água
utilizada para o condensador fluídico, não deve ser filtrada e,
sendo óleo, este pode ser qualquer um, mas que esteja
absolutamente puro, isto é, que não tenha servido para qualquer
outra coisa. Para o seu uso no ambiente de trabalho deve-se
colocar uma pequena quantidade numa vasilha, a qual deve ser
posta no meio de um círculo feito com pemba.
CONFIRMAÇÃO — A confirmação do protetor tem lugar depois da
lavagem da cabeça, quando são cantados os pontos indicados
para tal fim, baixando os protetores de terreiro, os quais
preparam colares —
guias
— que o médium terá de usar. O
Babalorixá ou o chefe de terreiro coloca na cabeça do médium
uma coroa feita com espadas-de-São-Jorge, guiné e ramos de
arruda. Nesta altura, derrama-se um pouco de vinho tinto sobre a
cabeça do médium, cantando-se os pontos de caboclos, até que o
Protetor de médium se incorpore o risque seu ponto. Então tudo
escara pronto para que os trabalhos sigam o seu ritmo normal.
CONFUCIONISMO — Com o nome de Khong-tseu ou
Khongfu-Tseu, ou ainda com a denominação de sábio, mestre ou doutor
Khong, e mais tarde
CONFÚCIO,
foi esse grande filósofo,
historiador e homem de Estado chinês, o verdadeiro criador e
impulsionador da doutrina
Confucionista.
Confúcio conseguiu
reunir cerca de 3.000 discípulos, morrendo com a idade de
setenta e três anos, em 479 antes de Cristo, tendo antes revisto os
Kings e dado um último impulso às suas obras filosóficas e espiritualistas. Confúcio, sem
a menor sombra de dúvida, pode ser considerado um dos grandes
precursores da Doutrina de Umbanda.
CONGA — Protetor do terreiro de Umbanda. Pegi. Altar.
CONGO — Vegetal de cujas altas virtudes mágicas se aproveitam os
negros africanos no preparo de amuletos e fetiches. Região da
África.
CONSAGRAÇÃO — Após ser consagrada pelo Guia Responsável
dos trabalhos, o candidato é entregue ao Presidente da Casa, o
qual procederá à leitura do texto evangélico que se encontra em
Lucas, cap. 10 vers. 1 a 20. Em seguida, de pé, e enquanto se faz
ouvir música em surdina, colocará a mão direita sobre a cabeça
do novo doutrinador, e dirá: Em nome de Deus, de Jesus e do
Guia Responsável dos nossos trabalhos, eu te recebo (diz o nome
do candidato), aos trabalhos da Ordem Umbandista, rogando a
Jesus Misericordioso que sobre ti derrame as suas bênçãos.
Após cumprimentar o novo trabalhador, o Guia Responsável
encaminha-o ao diretor da mesa das Almas, que receberá o
recém-escolhido com um abraço, promovendo, em seguida uma
breve palestra relativa ao ato. Depois de terminada, será cantado
o ponto do Guia chefe, fazendo o Presidente a prece de Jerônimo
de Praga. O candidato será abraçado por todos os demais irmãos.
CONSAGRAÇÃO DE CAMBONOS — Para esta consagração, o
presidente abrirá os trabalhos na forma do ritual, mandando
cantar logo em seguida, sete pontos, correspondendo cada um a
uma linha de Umbanda. Em seguida determinará a formação da
corrente mediúnica, colocando ao centro do círculo, que será
formado por todos os elementos das mesas e do terreiro, o
candidato ou candidatos. O diretor de terreiro fará a prece de
Jerônimo de Praga e, a seguir, o presidente fará a declaração,
dando por empossados ou empossado o novo ou os novos
trabalhadores, com um abraço fraternal. Os trabalhos serão
encerrados com o ponto da casa e o presidente encaminhará os
novos ou novo companheiro aos demais irmãos, a fim de receber os abraços. Assim, terminado o cerimonial, os
cambonos já estarão em condições de prestar seus trabalhos no
terreiro.
CONVOCAÇÃO DE XANGÔ — O dia de Xangô, é um dia
destinado ao balanço das atividades gerais dos trabalhadores de
Umbanda, encarnados e desencarnados. Para a Umbanda é uma
solenidade de alta importância e, assim sendo, deve ser
observada com interesse especial. Daremos os esclarecimentos
na parte referente às festas umbandistas. V. esse título.
CORES — Na magia de Umbanda, as cores são observadas e
empregadas sob vários aspectos. Para explicar melhor, vamos
aqui relacionar, num pequeno esquema, tudo quanto diz respeito
ao simbolismo das cores, como se segue:
Alaranjado
— É uma cor decorrente da combinação do amarelo
com o vermelho. Simboliza a indissolubilidade e a iluminação
espiritual.
Amarelo
— Esta cor simboliza a revelação Divina da Iniciação.
Azul
— É o símbolo da verdade Divina e Eterna, simbolizando,
também a castidade, a fidelidade a lealdade.
Branco
— Cor que simboliza a pureza absoluta e que, pela sua
excelência, anula todos e quaisquer fluidos nocivos. Além de
pureza, esta cor simboliza também a verdade e a inocência.
Cinza
— Esta é a cor que simboliza a morte, ou melhor o
desencarne terrestre e a imortalidade do espírito.
Preto
— Também é o símbolo do desencarne espiritual.
Verde
— Dentre as três cores fundamentais, o verde é a
principal, sendo as demais, o amarelo, o azul e o vermelho, sendo
que do amarelo e do azul que se forma o verde. É o símbolo do
amor e da verdade.
Vermelho
— esta cor simboliza as virtudes espirituais e as
energias materiais da vida, bem como a força moral e a alegria.
Rosa
— Tudo quanto nos está oculto é simbolizado por esta cor.
Ela simboliza também o primeiro grau de regeneração na vida
terrena.
Violeta ou Roxo
— Esta cor, que é formada pela combinação do
azul com o vermelho, é o símbolo do amor e da verdade.
CORIFEU — Assim é denominado o chefe de seita, seja ela
umbandista ou quimbandista.
CORPO ASTRAL — Assim é chamado o perispírito, dado a sua
consistência puramente fluídica, sem nenhuma influência de
qualquer substância material.
CORPO LIMPO — Quer dizer o médium (homem ou mulher) que
venha de longo tempo fazendo um preparo conveniente para
trabalhar nos terreiros. É indispensável que não deixe de tomar o
seu banho de firmeza, fazendo também higiene mental, para isso
pensando apenas em coisas de grande elevação espiritual. É
indispensável também que não tenha tido relações sexuais nos
dias dedicados aos trabalhos de terreiro.
CORPO SUJO — É justamente o contrário do Corpo Limpo, ou seja,
o médium (homem ou mulher) que justamente nos dias de
trabalhos não tenham tomado banho de descarga e tenham tido
relações sexuais. O médium feminino estará com o corpo sujo se
em período de menstruação, não podendo em tais condições
tomar parte, de modo algum, nos trabalhos de terreiro.
CORREDOR DE GIRA — É assim denominado o freqüentador de
terreiros que se tem na conta de perfeito, pois que se julga mais
espiritualizado e com muito maiores conhecimentos que as
próprias entidades de grande elevação espiritual, com as quais,
durante as sessões, procura manter conversas, embora isto seja
contra-indicado.
CORRESPONDÊNCIA ZODIACAL DO CORPO HUMANO —
São os seguintes signos do Zodíaco que estão ligados às diversas
partes do corpo humano:
ÁRIES — Destinado a governar a cabeça de um modo geral,
inclusive a massa cerebral e os olhos.
TOURO — Tem a sua ação na garganta, na boca e nas glândulas
salivares.
GÊMEOS — Oxigenação orgânica, braços, espádua, olfato e
sistema nervoso.
CÂNCER — Pulmões, baço e suco gástrico.
LEÃO — Coração, nervos, estômago e fígado.
VIRGEM — Barriga, ventre e intestinos.
LIBRA — Bexiga e rins, inclusive órgãos urinários.
ESCORPIÃO — Governa apenas a próstata.
SAGITÁRIO — Tem ação única nos órgãos genitais.
CAPRICÓRNIO — Musculatura em  geral, coxas, nádegas e
ânus.
AQUÁRIO —  Circulação sangüínea, pernas e  respectivos
nervos.
PEIXES — Os tecidos em geral e os pés.
COSME E DAMIÃO — A festa de Cosme e Damião é aquela em
que a Umbanda celebra o advento da criação do homem em seu
duplo aspecto: Físico e Astral. Dois corpos exatamente iguais em
sua aparência e traços fisionômicos. É uma festividade na qual a
magia divina é exalatada de forma especial; geralmente é
dispensada atenção especial à criação, porque ela esconde o
segredo da mesma que há de crescer dando lugar a um mundo
melhor, se educada e conduzida ao seu verdadeiro destino. Os
idólatras confundiram aqueles corpos: Físico e Astral com
gêmeos, daí as figuras de Cosme e Damião, dois médicos
lendários de um país africano. Esotericamente não há festa, visto
que a magia da criação do homem é assunto de longos estudos
para o umbandista. Exotericamente organizam-se programas
festivos para as crianças e ensina-se aos pequeninos a viver sem
violência, afastando-os da infausta doutrina racista, das castas e
das condições de cor. A criança deve ser vista como a esperança
do amanhã, a luz da vida para um mundo mais civilizado e
cristão. Organizam-se festejos adequados à infância e distribui-se
presentes e doces em local apropriado, onde possam brincar
aprendendo coisas úteis e agradáveis.
São festas simbólicas e teúrgicas, isto é, aquelas que se
revestem de sentido especial e que são programadas pelos Guias,
ou pelo Guia Responsável pelos trabalhos.
Festa de Ogum
Festa de Oxóssi
Festa de Oxum
Festa de Iemanjá Festa de
Pretos-Velhos.
Para elas todos os membros da entidade umbandista deverão
estar preparados de conformidade com as instruções do Guia da
Casa.
COSTUME — Quer dizer menstruação, isto é, o período em que a
mulher, sendo médium, não poderá tomar parte nos trabalhos,
muito embora possa estar presente como simples assistente.
COTAS — São assim chamadas as zeladoras de terreiro, quando
médiuns femininos, se já tiveram alcançado o terceiro grau de
desenvolvimento. Os dois primeiros graus são IAÔS e SAMBAS.
COVÃO — Termo usado para designar cemitério.
CRAVO — Flor de grande uso em banhos de descarga, bem como
em defumações e outros trabalhos de terreiro, dadas as suas
grandes virtudes mágicas.
CREDO-EM-CRUZ — É uma interjeição, que traduz espanto,
admiração e repulsa, sendo também usada para evitar e afugentar
os maus espíritos. Fazer o sinal-da-cruz para, em seguida, rezar o
Credo.
CRÉDULO — É a pessoa de boa fé e ingênua, que aceita e acredita
em todas as tolices que os fanáticos soltam em nome de
Umbanda e outras correntes espiritualistas.
CRENÇA — É a convicção e firmeza em tudo quanto é grande e
elevado.
CRENDICE — É o crédito que muita gente dá a coisas falsas e
absurdas decorrentes da ignorância, do falso espiritismo.
CRISMA — É assim chamado o óleo com essência aromáticas,
usado em terreiros para trabalhos de rituais de desenvolvimento e
de Alta Magia.
CRISTIANISMO — Deu-se o nome de Cristianismo à religião
surgida em Roma, nos tempos de Nero, professada pelos
chamados Cristãos, os quais professavam a lei de Cristo ou
Chrestos,
com a significação hebraica de
bom, doce, agradável,
saudável, nutritivo
etc. Cristo não representava nome próprio, mas sim o equivalente a Messias, ou enviado de
Deus.
A crença cristã afirma a existência de um só Ente, o qual
consideram como imutável, absoluto, infinito, onipotente,
onipresente e criador único de todas as coisas e substâncias.
Dessas substâncias compreende-se a criação dos entes espirituais
puros (anjos), das matérias (astros), e dos homens, considerados
de origem mista, por conterem em seu Eu o espírito e a matéria
ou o corpo e a alma. Deus é esse espírito supremo, consciente e
onisciente. Acreditam os cristãos que os anjos, por serem
criaturas de Deus, permanecem no céu os bons, e no inferno
aqueles que se rebelaram contra as suas leis. Tem como ponto
fundamental a filosofia cristã, a crença na imortalidade da alma,
condição essencial aos dogmas e moral do cristianismo.
Acredita-se que todas as almas retomarão seus corpos, a fim de
comparecerem ao tribunal de Deus, no dia do
 Juízo Universal,
onde receberão o castigo ou o prêmio pelas boas ou más ações
praticadas durante a passagem pela terra. Segundo os católicos,
cismáticos ou protestantes, a alma vai para o céu ou para o
inferno; e ainda; segundo a crença católica, irá para o purgatório,
segundo a desobediência das leis da Igreja.
Na própria Igreja Católica, muita coisa errada se tem feito
em nome de Deus. Para resumir, vamos falar sobre os Papas.
Constituindo doutrina na igreja romana, o Papa representava o
ponto vital da igreja universal de Cristo, investindo-se de
autoridade suprema sobre bispos e pastores do mundo inteiro.
Assim, o Papa investiu-se de plenos poderes e veio a ser, quase
que universalmente, reconhecido como o enviado de Deus na
terra, possuindo autoridade sobre a Igreja e sobre o Estado. Os
mandamentos da Lei de Deus foram suprimidos em alguns
pontos e insertos em outros, a fim de que permanecessem com
número exato. Passaram a adorar as imagens, em completa
desobediência às Leis Divinas. Houve o protesto em virtude de
que com o estabelecimento do papismo, a fé em Cristo deixara de
ser o verdadeiro fundamento da Igreja, atribuindo-se ao Papa o
poder de autoridade em confiar e perdoar os erros dos homens.
Foi imposta ao povo a condição de que o Papa  representava o
mediador  de Cristo sobre a terra, e que ninguém podia chegar junto ao Pai, a
não ser por seu intermédio e que por esse motivo devia ser
incondicionalmente obedecido e respeitado. O papado encheu-se
de força e de dinheiro, à custa das chamadas
indulgências,
sendo que, no século XIII instituiu-se o mais hediondo e horripilante
instrumento da catequese romana, a chamada
Santa Inquisição.
 Tornara-se o Papa o maior déspota do mundo, enquanto a igreja
católica atingia o clímax do seu poderio universal. CRUZAMENTO
— O cruzamento de médiuns na Umbanda, é um ato que deve ser
revestido de toda a solenidade. Ele significa o entrosamento completo
da mente do médium com a mente do Guia-chefe de sua cabeça, que
passará, daquele dia em diante, a estabelecer uma corrente fluídica
definitiva, corrente esta adquirida no decorrer do seu
desenvolvimento, através dos fluidos das entidades presentes no
terreiro, durante a fase desse desenvolvimento.
O cruzamento terá lugar quando o Guia-chefe do terreiro,
que tem a responsabilidade da boa orientação e da harmonia que
devem imperar no mesmo, sentir que os fluidos daquele médium,
até então em desenvolvimento, atingiram a sua fase de
aperfeiçoamento. Então é chegado o momento de fazer-se a
chamada definitiva da entidade-Chefe de sua cabeça, para que
ela, tomando conhecimento de que se acha em completa ligação
fluídica com esse médium, determine os materiais que deseja,
como parte integrante de seu ritual, para que o cruzamento se
realize com os fluidos de cada um desses materiais, dos quais a
entidade vai se servir nos seus futuros trabalhos de magia.
Falando sobre a parte prática dessa cerimônia, devemos
dizer que o cruzamento é feito da seguinte maneira: o Presidente
ou o Chefe de terreiro, faz com uma pemba branca 7 cruzes no
médium, sendo uma na cabeça, uma na nuca, uma acima do peito
do lado esquerdo, uma no peito de cada pé, uma nas costas de
cada mão, ao mesmo tempo que será cantado em voz baixa:
Encruza, encruza esse filho de Umbanda, encruza,
encruza, encruza na lei de Umbanda.
As demais etapas do cruzamento do médium, são as
seguintes:
A lavagem da cabeça, a confirmação dos Protetores e a
confirmação dos
Guias.
 A lavagem da cabeça é feita derramando-se vinho tinto na
cabeça do médium, depois de se cantar um ponto de caboclo.
A confirmação do Protetor tem lugar depois de terminada a
lavagem da cabeça, cantando-se os pontos adequados, quando
baixam os protetores do terreiro que preparam os colares —
guias
— que o médium terá de usar. O Presidente ou o chefe do
terreiro coloca na cabeça do médium uma coroa de espada-de-
São-Jorge, guiné e ramos de arruda. Derrama-se sobre a cabeça
do médium uma pequena quantidade de vinho tinto, cantam-se os
pontos de caboclos, até que o Protetor do médium venha a se
incorporar e risque seu ponto. E assim está terminado o
cruzamento, podendo o médium agora tomar parte nos trabalhos
de terreiro.
CUBANGO — É a designação de Exu entre os negros cabinda.
CUBATA — Quer dizer Choupana africana no angola.
CUCUMBIS — Festa de circuncisão dos meninos, celebrada pelos
Congos e Munhambanas.
CUIPEUNA — Flor de Quaresma. Planta cujas flores são muito
usadas em trabalhos, em banhos e defumações.
CUMAÇÃ — Planta muito semelhante ao cipó e possuindo grandes
virtudes mágicas, sendo por isso muito empregada em trabalhos
de terreiro.
CUMBA — Indivíduo forte, valente e provocador. Esta palavra serve
também para designar o Feiticeiro e todo aquele que se dedica a
trabalhos de bruxaria.
CUNDIM — Farofa preparada com cebola, vinagre e azeite, cuja
finalidade é acompanhar os despachos feitos nas encruzilhadas.
CURANDEIRISMO — Concebe-se na Umbanda como
Curandeirismo,
o ato que os povos antigos praticavam no
exercício do que, hoje, se concebe como
falsa medicina.
Nas antigas civilizações, onde o progresso era falho e a
prática da medicina ainda não havia tomado o seu
incremento, exercia-se o curandeirismo entre as tribos, com a
finalidade de curar aqueles que se julgavam enfermos, ou
possuídos por seres infernais. Os curandeiros eram tidos como
sábios, pelo fato de conhecerem profundamente o uso de
fórmulas químicas obtidas com a infusão de ervas e raízes, com
as quais obtinham impressionantes resultados. Por outro lado, os
curandeiros das tribos eram também chamados
feiticeiros
pelo
fato de praticarem o que o vulgo chamava de feitiçaria, por
trabalharem com as correntes espirituais, na evocação de
entidades demoníacas. Durante o período da Idade Média, mais
acentuada se tornou a prática do curandeirismo, estendendo-se
até o período compreendido entre os séculos XV a XIX.
Na época atual, a questão do curandeirismo deixou quase
que praticamente de existir, a não ser nas práticas exercidas por
alguns cultos fetichistas, entre eles o CANDOMBLÉ. Na
Umbanda atual, entretanto, as autoridades policiais exercem uma
séria fiscalização nesse sentido, pois representa crime contra a
saúde pública o exercício ilegal da medicina. A Umbanda, não
obstante todo o bem que pratica em benefício dos que recorrem à
sua ajuda, em qualquer caso age contra o que determinam as leis.
Acontece, porém, que numa Umbanda codificada, a questão
do curandeirismo poderia ser interpretada de outra maneira, e,
assim, aquilo que denominamos de
Curas Mediúnicas,
passaria a
ser encarada de um modo mais lisonjeiro e interpretado como
CIÊNCIA MÉDICA RELIGIOSA,
como já existe nos Estados
Unidos e na Inglaterra.
Acreditamos mesmo que o curandeirismo jamais deixará de
existir, pois existindo na realidade os Espíritos de Luz e os Guias
Espirituais, não deixarão eles de nos ministrar os seus passes e
receitar-nos os seus remédios feitos com elementos vegetais que
traduzem o perfeito conhecimento que possuem da medicina do
espaço.
Acompanhemos a evolução da Umbanda, e dia virá em que
a própria medicina se curvará ante a magia dominadora das
poderosas entidades espirituais.
CURANDEIRO — Na Umbanda o curadeirismo não existe, pois nos
seus terreiros há sempre irmãos médicos prontos a atender os que
necessitam de tratamento, contando para isso com a ajuda de irmãos protetores que foram médicos quando
na vida terrena. Todavia, devemos dizer que curandeiro é todo
aquele que deturpa as suas qualidade espirituais, pensando
beneficiar os seus semelhantes.
CURIADORES — São as bebidas que se oferecem às entidades
espirituais que baixam nos terreiros. Essas bebidas variam de
acordo com a exigência de cada entidade, e têm também a sua
significação esotérica. Da mesma forma que Cristo, ao reunir os
discípulos, por ocasião da ceia, irmanou-se com eles, bebendo
vinho, em confraternização de amizade, da mesma maneira
praticam as entidades espirituais o uso desse costume que se
tornou tradicional entre as civilizações. Assim, acreditam todos
os que praticam a Umbanda, e mesmo aqueles que cultuam
outras religiões, que o ato de beber, quando é feito no sentido de
reunir pessoas amigas em um mesmo círculo com a finalidade de
festejar um acontecimento qualquer, traz-nos alegria e momentos
de felicidade. Do mesmo modo, as entidades espirituais, atraídas
pelo seu
curiador
predileto, trazem boas irradiações espirituais,
ao mesmo tempo procurando satisfazer os nossos desejos e
vontades. O fato de um espírito não precisar absolutamente de bebida ou
comida, não implica no ponto de vista de um ritual antigo, e que
ainda hoje é largamente cultuado. Nesse caso, quando os católicos
fazem suas promessas aos Santos, prometendo-lhes braços de cera,
velas etc, isto não quer dizer que os Santos estejam precisando desses
objetos. A finalidade dessas ofertas é unicamente uma crença na
LEI
DA OFERTA E DA PROCURA, lei essa da qual a humanidade jamais
se poderá afastar. Dar para receber, é uma das condições espirituais,
e essencial ao elemento humano, cuja origem é DIVINA,
e reside no íntimo de cada um.
CURIAU — Despacho. Comida de santo.
CURUPIRA — Fantasma ou espírito de assombração, que tem a
particularidade de somente aparecer à noite.
CURUPIRO — Ajudante de trabalhos de terreiro, exercendo papel
semelhante ao dos cambonos.
 
 
D
 
DA — Serpente simbólica de Exu, no culto Gêge.
DADA — Espírito dos vegetais, assim chamado entre os crentes de
culto Nagô.
DAGIDE — Este é o nome dado às figuras e objetos confeccionados
com cera e que representam pessoas ou órgãos do corpo humano,
como também as bonecas representando pessoas e que, após
certo cerimonial, são empregados em trabalhos tanto de magia
branca como negra.
DANDÁ — É um vegetal, espécie de capim, que exsuda um
princípio odorífero, muito usado em trabalhos, como banhos e
defumações dentro do ritual umbandista.
DANDALUNDA — Mãe Dandá. Iemanjá, Janaina.
DAR COMIDA A CABEÇA — Significa o desenvolvimento parcial
do médium de Umbanda, ou seja, o médium que não se
submeteu a toda a iniciação, não tendo também completado o
ritual constante do cerimonial indicado.
DAR COMIDA AO SANTO — Quer dizer o oferecimento de
alimentos aos orixás, seja como parte do ritual, como pagamento
de algum favor recebido.
DAR Nó — Significa enfeitiçar, atrapalhar, atrasar a vida de alguém
por meio de trabalhos de magia negra.
DAR Nó NO PANO — É um trabalho de magia negra que tem como
finalidade provocar a impotência masculina.
DEDOS — Os dedos, tendo em vista a importância da magia, estão
em perfeita relação com os planetas, bem como com as linhas de
Umbanda, conforme passamos a indicar:
Polegar
— Está em relação com Vênus, Iemanjá e o Éter.
Indicador
— Em relação com Júpiter, Oxóssi e o Ar.
Médio
— Saturno, Almas e o Fogo.
Anular
— Sal, Oxalá e a Água.
Mínimo
— Mercúrio, Xangô e a Terra.
Palma da mão
— Marte e Ogum.
Com respeito à importância dos dedos nos trabalhos má-
gicos-umbandistas,  a   classificação na  ordem  decrescente
é a seguinte, mas para as duas mãos:
1.°   Anular da mão esquerda. 2.°
Anular da mão direita. 3.°   Os dois
dedos mínimos. 4.°   OS dois dedos
polegares. 5.°   Os dois dedos
indicadores.
Devemos ainda dizer que os dois dedos médios não são
classificados, pois com eles não se trabalha em alta magia, visto
serem considerados impúdicos.
DEFUMAÇÃO — A defumação, por se tratar de um ritual de alta
magia, tem como principal fundamento afastar os maus espíritos
que, segundo todas as crenças, são representados por uma tênue
fumaça. A queima de ervas é concebida como operação mágica
que possui um poder na tural, superior às forças ordinárias da
natureza. Por ser de origem muitíssimo antiga, o processo dos
defumadores trouxe até os nossos dias a crença dos poderes
benéficos nos perfumes queimados e, por essa razão, em todos os
rituais religiosos, essa prática é concebida, interpretando-se,
entretanto, por vários modos essa questão. Na religião católica
conhece-se o turíbulo, que simboliza a divindade do Messias por
ocasião do seu nascimento, quando os três REIS MAGOS, além
de outros presentes, lhe ofertaram incenso, ouro e mirra,
representando as forças da natureza. O ouro, simbolizando a
riqueza da terra, e o incenso e a mirra, com fatores mágicos que
somente são queimados quando oferecimento aos verdadeiros
deuses.
Esses perfumes divinos, representavam um alto sentido
kabalístico e o seu uso acobertava dos malefícios todo aquele que
os utilizava.
Nos rituais de alta magia, o emprego dos perfumes e do
fogareiro são em grande número, obedecendo, entretanto, a sua
classificação e uso, conforme as correspondências planetárias. O
incenso pode e deve ser empregado em toda e qualquer operação
branca (Magia Branca), pelo fato de que os seus resultados são
de molde a produzir perfeitas manifestações espirituais e boas
influências astrais. Ao serem jogadas as ervas ou os perfumes
sobre as brasas do fogareiro mágico, deve-se ter em conta que
toda a fumaça produzida, traz, nas evocações, um alto sentido
vibratório, pois através dessa fumaça manifestam-se os poderes
mágicos e as altas irradiações das correntes espirituais.
Os antigos utilizavam-se dos defumadores para os
exorcismos mágicos, nos quais supunham captar para si as
irradiações dos espíritos de luz. Assim, para Saturno, queimavam
enxofre; para Júpiter, açafrão; para Marte, pimenta; para o Sol,
sândalo vermelho; para Vênus, galo; para Mercúrio, mástique e,
finalmente, para a Lua, óleos. Pelo fato de possuir a queima
desses perfumes, um alto significado, costuma-se, mesmo
independentemente da questão religiosa, queimar-se
ALFAZEMA, quando nasce uma criança, pela crença de que
essa irradiação traz-nos alegrias e compensações. Portanto todo
aquele que desejar dentro de sua casa paz de espírito e boas
irradiações espirituais, deverá defumar constantemente o seu lar,
bastando unicamente que o faça consciente de que, ao fazer esse
trabalho, mantenha sempre firme o seu conceito e, procurando
equilibrar os seus bons pensamentos, busque a tranqüilidade de
que tanto precisa.
DEKA — Ritual do 7.° aniversário de iniciação sacerdotal. (Ioruba).
DELÊ — Significa Ogum. O Deus da guerra.
DELOGUM — Jogo de búzios para se obter a solução de uma
consulta ou problema de assunto espiritual.
DEMACHE — Espécie de muleta usada em alguns terreiros como
instrumento de Xangô.
DEMO — Satanás. Demônio. Espírito sem luz. Deus das trevas e do
mal.
DENGUÊ — Qualidade feminina de requebros e vaidades.
DENTALIA — Assim são chamados os búzios entre os índios
americanos, valendo para eles dinheiro, tal como para os nossos
antigos escravos.
DENTÃO — Aparição. Fantasma.
DESACOSTAR — Significa desincorporar quando se dá o
afastamento do Guia, ao deixar o corpo do médium.
DESATAR O NÓ — Significa o auxílio para tornar sem efeito a ação
maléfica de um despacho ou feitiço.
DESCARGA — É o trabalho que tem por finalidade a retirada do
corpo de uma pessoa de um lugar onde haja fluidos maléficos
utilizando-se, para isso, de passes, banhos de descarga, queima
de pólvora etc.
DESENCARNAR — É quando o espírito deixa o corpo por ter
completado a sua missão terrena.
DESENFEITIÇAR — É, por meio de trabalhos, livrar alguém de
sofrimentos decorrentes de feitiçarias.
DESENVOLVIMENTO — O desenvolvimento visa aumentar a
capacidade mediúnica de uma pessoa, variando os processos para
esse fim, tendo-se em conta, porém, que o médium tenha um
padrão de vida da maior pureza. Com o comparecimento ao
centro que tiver escolhido, em dias marcados para o
desenvolvimento, o médium, alcançará o seu fim, para poder
então praticar a caridade.
DESENVULTAMENTO — Significa os diversos processos e
métodos para desmanchar e anular os efeitos de enfeitiçamento,
embruxamento, vampirismo, quebranto, fascinação, mau olhado
etc, sobre coisas e pessoas, sendo inúmeros os recursos para a
execução desses trabalhos. O mais acertado é o interessado se
dirigir a um centro onde a idoneidade dos seus médiuns esteja
acima da menor dúvida ou suspeita, tornando-se, assim, possível,
com os seus Guias livrar a perseguição de qualquer efeito dos
trabalhos.
DESMANCHAR TRABALHO — É tornar livre uma pessoa dos
efeitos de trabalhos de enfeitiçamento, como também beneficiar
alguém que tenha  sido vítima da magia-negra.
DESPACHOS — Devemos dizer que a finalidade dos despachos da
verdadeira Umbanda é desmanchar e anular os trabalhos de
Quimbanda, bem como para desmanchar dificuldades da vida.
curar doenças e obsessões, bem como abrir caminhos etc.
Na medida do possível, os despachos contra alguém somente
produzem efeito nas seguintes condições: primeiro: quando é
preparado rigorosamente com os ingredientes apropriados;
segundo: quando o perispírito dessa pessoa não está normal em
virtude de alguma doença, ou porque essa pessoa seja dada a
vícios, normalmente o das bebidas alcoólicas; terceiro: quando se
trata de uma pessoa com maus sentimentos e pensamentos
egoísticos, pois tudo atrai os maus espíritos que auxiliam a ação
do despacho.
Quando o perispírito está enfraquecido pelos vícios e pela
doença, os despachos agem prontamente contra a pessoa contra a
qual ele foi feito. Acontece também que os protetores dessa
pessoa não são fortes e, assim, não podem afastar de modo algum
a ação dos Exus e dos fluidos dos despachos.
O despacho também produz efeito quando a pessoa visada
fez mal a alguém nesta encarnação ou na passada, pois assim vai
pagar o mal que já praticou, segundo a lei expressa por Jesus,
quando disse:
Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Mas quando uma pessoa não fez mal a ninguém na encarnação
passada ou na atual, quando o seu perispírito está funcionando
normalmente, quando os seus protetores são fortes, então o
despacho não produz efeito, ou, se produz, é insignificante,
chegando mesmo a voltar-se contra quem o encomendou.
Nos despachos de Umbanda, bem como em outros trabalhos
das suas linhas são empregados os charutos, o marafo. a farofa
amarela, velas etc., tudo em relação com o astral de cada linha,
de cada Falange, de cada Orixá.
Se o procedimento incorreto de um médium, de um Babalorixá,
de um Chefe de Terreiro, não determinar o afastamento da entidade
espiritual, então haverá a possibilidade do Guia ou Protetor não ser,
na realidade um espírito de Umbanda, mas sim, alguma entidade de
Quimbanda que tenha conseguido passar como sendo da Umbanda,
pois é sabido que os espíritos de Quimbanda não fazem questão de
pureza. DESPRENDER — Significa desincorporar, isto é, a saída do
espírito, seja guia ou não, do corpo do médium. DIA DE DAR O
NOME — Trata-se de uma das cerimônias do ritual umbandista que
tem lugar durante a sessão de desenvolvimento mediúnico de um iniciado, na qual o Guia,
chefe de sua cabeça se identifica, não apenas dando o seu nome,
mas também o seu ponto cantado, seu ponto riscado, sua bebida
predileta, amalá e todos os demais detalhes necessários à
continuação do desenvolvimento.
DIA DE OBRIGAÇÃO — É o dia de sessão quando os médiuns e os
consulentes observam certos atos de ritual umbandista e
cumprem tudo quanto lhes é determinado pelos Guias.
DIAMBA — Erva para cachimbo usada nos terreiros pelos caboclos.
DIDI — Divindade maligna, ou seja, espécie de gênio do mal ou
Exu, entre os negros africanos
DIJINA — Nome do orixá dado ao iniciado na Umbanda e outras
nações.
DILONGA — É um prato que representa uma das ferramentas, ou
melhor, um dos utensílios de Ogum.
DIVINDADES — Das lendas africanas surgiram as divindades
principais que, com a denominação de
Orixás Maiores, são evocadas nos terreiros onde impera o Candomblé. Aconteceu, no
entanto, que, com a imposição sofrida pelos negros, quando os
missionários católicos proibiram terminantemente que eles
praticassem esses cultos fetichistas, administrando-lhes,
entretanto, as crenças católicas, esses negros procuraram furtar-
se à perseguição, fingindo que admitiam perfeitamente os deuses
cristãos, dizendo que, na sua linguagem, os seus deuses eram os
mesmos católicos
Desta maneira, criou-se um novo mito e, até os nossos dias, os
praticantes dessa seita evocavam a XANGÔ (ou Béri, Chefe do
Oyô, capital da Ioruba, terra dos negros Nagôs), como SÃO
JERÔNIMO, ou simplesmente OXÓSSI, como SÃO
SEBASTIÃO; OGUM, como SÃO JORGE; XAPANÃ, como
SÃO LÁZARO; IANSÃ, como SANTA BÁRBARA: OXUM,
como NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO; IEMANJÁ, como
NOSSA SENHORA DA GLÓRIA etc. etc. No culto de
Umbanda são as seguintes as divindades reverenciadas:
Anamburucu
— Deusa das chuvas.          
Agê-Salugá
— Orixá da saúde.
Anhangá
— Orixá da peste.
Caramuru
— Orixá do trovão.
Dadá
— Orixá dos vegetais.
Elebá
— Gênio do mal.
Ibeiji
— Orixá das crianças.
Iemanjá
— Deusa da Água Salgada.
Iansã
— Deusa dos ventos.
Jurupari
— Deus do mal.
Iara —
Deusa da Água Doce.
Jurema
— Deusa das matas.
Jandira
— Deusa dos rios.
Mitã
— Deus das crianças.
Nananburuquê
— Deusa das cachoeiras.
Ogum
— Deus da guerra, das lutas, das demandas.
Oxóssi
— Deus das matas, da caça, dos caçadores.
Oloxá
— Deus dos lagos.
Oiá
— Deusa do Rio Niger.
Okô
— Deus da Agricultura.
Obá
— Deusa do Mar.
Olokum
— Deus do Mar.
Okê
— Deus das Montanhas.
Omulu
— Deus dos Mortos.
Rudá
— Deus do Amor.
Tupã
— Deus do Fogo.
Urubatão
— Deus da Guerra.
Xalunga
— Deus da Riqueza.
Xangô
— Deus da Justiça.
Xapanan
— Deus da Varíola e da Peste.
DOBALÉ — É assim chamada a saudação dos médiuns que possuem
guias femininos.
DOENÇAS OBSESSIVAS — A doença obsessiva pode resultar de
despachos feitos pelos quimbandeiros e feiticeiros. Quando não é
tratada no devido tempo, a obsessão pode conduzir a sua vítima à
loucura.
Os vícios favorecem em muito o assalto dos obsessores,
sendo que o álcool é o elemento que mais favorece as obsessões.
Quando a obsessão aumenta, isto demonstra que o obsessor já
tomou conta da sua vítima, tornando-a um verdadeiro autômato
que somente se livrará da tirania do obsessor, recorrendo à
intervenção das Falanges de Umbanda.
Tratando-se de um mal-estar produzido por um espírito
sofredor, o babalorixá, conforme o caso, tratará primeiramente
de purificar a aura do doente, receitando banhos de ervas,
indicando os chás necessários e os fortificantes, recomendando
que dê esmolas aos necessitados, de tratamento médico, bem
como, com os passes nas sessões de caridade, os despachos e
presentes aos espíritos, não esquecendo também as preces.
No seu próprio interesse e para o bem da lei da Umbanda, os
babalorixás e Chefes de terreiro, como todos os médiuns, devem
ser muito cautelosos nessa questão de doenças, visto que o seu
fracasso poderá repercutir sobre o conceito da Umbanda nos
meios hostis à sua crença.
A cura das doenças depende, antes de mais nada, dos
méritos não somente do doente, como do
babalorixá, do Chefe de terreiro e do médium.
Somente um babalorixá, um Chefe de terreiro ou um
médium competentes e perfeitos conhecedores dos segredos de
Umbanda, mas que sejam verdadeiramente caridosos, sem
nenhuma ambição e com apreciáveis qualidades morais, poderão
dispor de meios que ajudem a cura de uma doença qualquer.
Os Babalorixás, conscientes da sua missão de caridade e
possuindo os necessários conhecimentos, justamente por isso não
assumem a responsabilidade em todo e qualquer caso, utilizando-
se de meios que apenas têm eficiência em certas doenças.
Como já se explicou, não há separação rigorosa entre o
mundo material, o etérico e o astral. Os remédios atuando no
mundo material, auxiliam o corpo físico a reagir favoravelmente
aos fluidos psíquicos do mundo astral, empregados pelos
espíritos, pelos babalorixás e Chefes de terreiro. É assim que nos despachos e outros trabalhos de Umbanda,
são empregados charutos, marafo, farofa amarela, velas etc., em
relação com o astral de cada Linha, de cada Falange, de Cada
Orixá.
Esses elementos físicos preparados conforme um ritual,
produzem vibrações fluídicas no mundo etérico e astral.
Por outro lado, a aura do doente, sendo ele tratado
convenientemente pela medicina, produz vibrações fluídicas
etéricas e astrais, produzindo uma concentração poderosa de
forças e agindo a um só tempo no plano material, no etérico e no
astral.
DOENÇAS OCULTAS — São fenômenos psíquico-doentios
desconhecidos da medicina e dos médicos, que atacam e afetam,
respectivamente, o espírito e o corpo físico, agindo por
manifestações sutis de forças extra-terrestres manipuladas por
entidades malévolas, insondáveis que não se revelam aos exames
e diagnósticos clínicos, resistindo às medicações usuais da
medicina oficial. Entre elas citam-se a mania depressiva,
perturbações das faculdades mentais, mania de suicídio,
obsessões, sonambulismo provocado, histerias, perturbações dos
movimentos, taras sexuais em ambos os sexos, idiotia,
alcoolismo, enfim, um interminável rosário de doenças
arquitetadas por obsessores conscientes ou inconscientes, por
praticantes da magia negra e feitiçarias, ou indivíduos perversos
animados de despeito e ódio feroz contra seus semelhantes, pelo
próprio doente, devido a uma permanente vibração de
pessimismo ou de maldade. Pode-se tentar a cura por inúmeros
processos, dos quais damos abaixo uma pequena relação, como
se segue:
1.° — Valer-se dos recursos espirituais de um Terreiro de
Umbanda, ou de um centro kardecista, cuja idoneidade moral de
seus dirigentes esteja comprovadamente demonstrada.
2.° — Ter absoluta confiança em si próprio.
3.° — Negar a persistência da doença sobre o corpo astral
(perispírito) da pessoa afetada, desejando destruir pelo poder da
vibração e da irradiação as suas causas e os seus efeitos, quer
sejam psíquicos ou fisiológicos, substituindo mentalmente as
células doentes por outras novas e vitalizadas e, também, mentalmente, destruir e queimar todas
as toxinas psíquicas existentes na aura e no organismo da pessoa
em tratamento.
4.º — Pedir à Forças Superiores para que sua vontade de
fazer o bem se coloque em harmonia e sintonização com a
Medicina Espiritual e a Farmacopéia Universal no sentido de
beneficiar o indivíduo em tratamento.
5.° — Sobre uma fotografia do doente ou uma roupa que
tenha recebido sua vibração com o uso em seu corpo ou que
contenha qualquer exsudação sua, fazer passes magnéticos de
desimpregnação e depois da tonificação, desejar fortemente o
restabelecimento do enfermo do corpo ou do espírito, ou de
ambos (corpo e espírito).
6.° — Usar água magnetizada, quer interna quer
externamente.
7.° — Usar um pantáculo (vide este termo) apropriado ao
caso e corretamente preparado por pessoa competente.
8.° — Quando possível combinar com o doente uma
determinada hora do dia, em que ele fique em posição de
receptividade, de passividade e, nessa hora, durante uns dez
minutos, irradiar ativamente o pensamento, desejando o seu
restabelecimento, destruindo as causas determinantes da sua
doença.
9.° — Aliar a metaloterapia com a Cromoterapia, como por
exemplo: ferro e vermelho para um anêmico necessitado de
glóbulos vermelhos; prata e azul para infecções microbianas,
acidez sangüínea, má circulação e excitação nervosa; e para o
leitor melhor se orientar, pedimos ao mesmo consultar as
palavras Metaloterapia e Cromoterapia.
10.° — Colocar o retrato da pessoa doente entre os dois
pólos de um ímã.
11.º — Utilizar os métodos descritos no termo TROCA DE
CABEÇA. Finalmente uma inifinidade de métodos existem, os
quais irão sendo aproveitados pelos Guias espirituais no
tratamento do enfermo, conforme forem sendo observadas as
suas necessidades.
DOGAN — Primeira mulher médium, no Culto Nagô.
DOMÍNIO DOS ESPÍRITOS — Para que se tenha uma verdadeira
orientação do que seja o espírito que integra o corpo humano,
necessário se torna uma explicação detalhada dessa concepção.
Assim, considera-se como parte integrante de todo o ser humano,
três elementos essenciais, que são:
A Alma ou o Espírito — cérebro ou inteligência, onde
imperam a vontade, o pensamento, o livre arbítrio e o senso
moral.
O Corpo ou Matéria — invólucro físico que sustenta o
espírito, pondo-o em contato com o mundo exterior, formando o
Eu. O Perispírito — camada fluídica ou envoltório leve, incolor, intermediário entre o espírito e a matéria.
Pelo fato de existir a questão da hierarquia, que se conhece
através das manifestações espirituais, alguns espíritos
permanecem presos ao orbe terráqueo, ao passo que outros
evoluem. A realidade é que todos nós somos dominados pelos
espíritos, seja desta ou daquela natureza e, se soubermos
controlar as suas manifestações, deixará de existir o caos e
guiados por aqueles a quem denominamos
Espíritos de Luz, o mundo sobreviverá às hecatombes e o curso das
Leis Divinas tomará o seu devido rumo. Esta é uma das razões porque a
Umbanda será a futura religião do Universo. A Humanidade, conhecedora perfeita das
forças espirituais, procurará dentro do verdadeiro espiritismo, o
lenitivo para as suas aflições, a razão de ser das suas privações, e
os caminhos que a conduzirão à morada do Pai Celeste,
estarão abertos pela força poderosa dos mentores, guiados e orientados
pelo Verbo Criador. Nas irradiações das poderosas falanges do bem, os sublimes
PRETOS-VELHOS, os audazes CABOCLOS e todos os maiorais da
Umbanda, derramarão sobre a humanidade sofredora, o bálsamo consolador.
DOUTRINA — A doutrina umbandista se apóia e se funda no
verdadeiro princípio da fraternidade humana.
O umbandista aprende com os espíritos de caboclos e
pretos-velhos a admirar as forças da natureza, a venerar os seus
deuses e a idolatrar o seu Criador.
Com esse ternário maravilhoso o filho de fé ama a Deus
sobre todas as coisas e confia no Seu poder incomensurável.
A doutrina de Umbanda, em toda a sua plenitude humanista,
acautela os filhos da fé contra os desregramentos e apetites
insaciáveis. Defende o corpo e o espírito contra os excessos dos
sentidos e dos instintos. Ela esclarece acerca dos deveres
conjugais o ensino a supremacia do espírito sobre a matéria.
Tanto na Terra como no Espaço, essas leis são indestrutíveis,
por isso a doutrina da Umbanda continuará, através dos séculos e
gerações, na sua trajetória esplendente de espiritualizar os
homens para aproximá-los, sempre e cada vez mais, do Criador.
DOUTRINAÇÃO — É a doutrinação dentro dos princípios que
regem a crença do ser humano no Criador. Para o umbandista é o
caminho que conduz ao Criador, sendo que a principal meta
desse caminho é a caridade.
DUÊ — Uma das divindades maléficas entre os índios.
DUMBA — Mulher na língua de Angola.
DUNGÁ — Valentão, na linguagem angolense.
 
E
 
EBAME ou EMBAMI — Filha-de-Santo com mais de sete anos.
EBI — Serpente que é representada por um ferro retorcido, fazendo
parte da ferramenta de Xangô e que é colocada junto ao seu
machado.
EBIANGÔ — É uma planta muito usada pelos negros africanos em
amuletos e que é tida como portadora de virtudes mágicas, entre
elas a de afastar os maus espíritos durante o sono das pessoas. É
uma planta também usada em defumações e banhos de descarga.
EBÔ — Presente para espíritos de Exu. Despacho. É uma oferta que
se coloca nas encruzilhadas ou em qualquer outro local, tanto
para o bem como para o mal, variando grandemente seus
componentes, conforme seja a determinação da entidade ou
pessoa e também de acordo com a sua finalidade.
EBOMIN — Assim é designado o médium feminino quando conta
mais de sete anos de desenvolvimento.
ECHÊ — É o golpe mortal que o Axogum ou Oté-Axogum aplica
num animal, quando o mesmo é destinado ao sacrifício.
ECOPOCU — Significa a Vida Eterna.
ECTOPLASMA — É o líquido coagulável de origem imaterial-
psíquica fornecido por médiuns em materialização. É, em
resumo, a forma material, visível e palpável, do fluido psíquico.
ECU — É a dança das filhas-de-santo em candomblés.
EDANGONA — Divindade africana que, quando invocada, descobre
todas as moléstias e as causas de sua origem, indicando ainda o
seu tratamento.
EFOD — Imagens ou estátuas cobertas ou revestidas com uma
vestimenta sacra e utilizada, dentro de certo ritual, para
adivinhações.
EFUM — É a cerimônia do ritual durante o desenvolvimento
mediúnico, consistindo em pintar a cabeça das iniciandas com
círculos concêntricos, com tintas de várias cores, principalmente
vermelha, azul, branca, preta, enfim, todas as cores do Orixá de
quem ela é filha. Depois dessa cerimônia a inicianda tem a
cabeça lavada com uma infusão de ervas do mesmo Orixá.
EGE — Através do Ege é que tudo foi criado para o homem e se a
ciência deu a esse mesmo homem o Ege da sabedoria e o Ege
material de todos os elementos de que ele carecia para a sua vida,
assim também a magia necessita dos vossos objetos utensiliares
para os seus trabalhos mágicos. O Ege, que é composto de duas
partes, como se sabe, carece na sua parte material, para os
trabalhos mágicos, de vestes de acordo com os elementos que,
com a luz solar, fornecem as cores dessas mesmas vestes. E
como as cores se dividem em sete e sendo o ponto de partida o
branco, é justo que alvas e puras sejam as vestes que se
dignificarão para os trabalhos mágicos. O branco é a cor
iniciática, porque os trabalhos iniciais da Linha Branca, são os
primeiros trabalhos que demandaram o mundo no começo da
civilização. Esta a razão por que esse Ege inicia os seus trabalhos
em branco.
EGUNGUN — Materialização de encarnados. Aparição. Evocação
de espíritos protetores.
EGUNS — Os Eguns ou espíritos desencarnados, considerados como
elementares, são almas ou espíritos dos mortos, ou melhor, os
espíritos humanos que ainda não atingiram as mais altas camadas
espirituais do mundo astral, estando, assim, sujeitos muitas
vezes, a novas reencarnações. Egun significa, também a
cerimônia de evocação dos espíritos.
EJILÉ — Pomba que é destinada ao sacrifício com a finalidade de ser
empregada em algum trabalho.
EKEDI — São as auxiliares femininas voluntárias das mães pequenas
e que não recebem os guias (espíritos protetores).
EKEJI — Orixá. Chefe dos sacerdotes do culto Ogboni.
ELEDÁ — Anjo de Guarda.
ELEGBA — Exu ou Diabo, Satanás, deus da maldade.
ELEMENTAIS — São os espíritos dos elementos Fogo, Ar, Água e
Terra.
ELEMENTARES — São resíduos fluídicos que não devem ser
confundidos com os elementos.
ELEMENTOS — Os elementos são em número de cinco, a saber;
Éter, Terra, Fogo, Ar e Água, porém magicamente exclui-se, e,
sobre os demais, suas características e correspondências para os
trabalhos a serem realizados, conforme os elementais.
ELEMI — Planta do qual se extrai uma resina e um óleo, com
diversas aplicações em trabalhos umbadísticos.
ELUÔ — Adivinho, Vidente. Pessoa que prediz o futuro. Alto posto
hierárquico do chefe de Terreiro.
EMANAÇÕES — São projeções e irradiações de todas as formas
psíquicas ou materiais.
EMBALA — Planta de origem africana, muito usada pelas
propriedades mágicas de que é dotada, na confecção de amuletos
e em defumações para limpeza psíquica de pessoas e ambientes.
EMBANDA — Mensageiro. Feiticeiro. Orador de terreiro. Dirigente
de Cábula.
EMBARABÔ — Exu no idioma nagô.
EMBRUXAMENTO — Enfeitiçamento. Envultamento.
ENCAFIFADO — Enfeitiçado, triste, acanhado, azarado.
ENCANHADO — Adoentado, enfraquecido, magro, enfeitiçado,
macumbado.
ENCANTADO — Guia. Espírito. Orixá.
ENCANTAMENTO — Operação mágica realizada com a finalidade
de se conseguir um resultado benéfico ou maléfico para alguém
ou alguma coisa.
ENCANTO — Sedução. Grande prazer. Dotar um objeto de força
mágica boa ou má.
ENCARNAÇÃO — Regresso à vida material terrestre, do espírito,
em outro corpo, com o fim de resgatar débitos contraídos em
existências anteriores.
ENCOSTO — Espírito que, consciente ou inconscientemente se
aproxima e encosta em pessoas vivas, prejudicando-as em saúde,
negócios, afeições, harmonia doméstica e, para elas, trazendo um
rosário interminável de contrariedades e aborrecimentos. Quando
isto acontece, o caminho a seguir, é a pessoa ou alguém de sua
família procurar um Centro para, por meio de trabalho espiritual
desmanchar tudo.
ENCRUZAMENTO — Termo usado em certos terreiros
significando o ritual da iniciação.
ENCRUZAR — Parte do ritual umbandista no início das sessões,
consistindo em fazer uma cruz com pemba na nuca, nas mãos, na
testa dos médiuns e algum assistente, a fim de proteger,
fortificar, auxiliar psiquicamente e estabelecer uma ligação com
as falanges que tomarão conta da segurança dos trabalhos, bem
como das pessoas que neles tomarem parte; enquanto o guia ou o
chefe de terreiro encruzam, é puxado, isto é, cantado o ponto apropriado a essa cerimônia.
ENCRUZILHADA — Lugar onde se cruzam ruas ou estradas e que é
aproveitado para o lançamento de despachos de Quimbanda.
ENDILOGUN — É a sorte revelada pelos búzios quando eles são
manejados  pelos pais-de-santo.   Ver Delogum.
ENDOQUE — Feiticeiro, quimbandeiro.
ENDULU — Profano que vai ser iniciado no ritual do culto de
Umbanda.
ENGARAGÉS — Antigos conhecedores de cultos secretos, espécie
de Babalaôs.
ENGERÊ — Planta dotada de virtudes mágicas usada pelos africanos
na confecção de amuleto Engô.
ENGÔ — Amuleto muito usado pelos negros africanos e cujo fim é
proteger, quem o usa, contra os maus espíritos e a sua ação
contra a saúde, a felicidade e a fortuna Também é empregada a
madeira conhecida pelo nome de Engô na construção de casas e
barracos para acolher os espíritos dos chefes de tribos que já
tenham desencarnado.
ENGUIÇO — Este termo traduz o significado de Quebrante, Mau
olhado. Falta de sorte. Azar etc
ENON-ÇANGABA -- Lembrança que o Pajé dá ao iniciado ou
aprendiz nas artes mágicas.
ENSALMADOR — Assim é designado o Benzedor, Curandeiro ou
Rezador.
ENSALMO — Rezas compostas de algumas palavras de diversos
salmos, destinados à cura de doenças e muitas outras finalidades.
ENTRADA-DE-SANTO — É a incorporação, quando o Guia é
recebido.
ENTRADAS — São as diversas partes do corpo que são usadas para
se fazer trabalhos de magia defensiva, com a finalidade de ser
evitado qualquer malefício, seja afetivo, financeiro ou de saúde.
As entradas em questão, são as seguintes: olhos, pálpebras,
narinas, boca, orelhas, testa, pescoço, braços, pulsos, nuca,
curvas das pernas e dos braços e cotovelos.
EPARREI! — Saudação a Iansã.
ERÊ — É conhecido entre os africanos como um espírito supremo e
infinitamente bom, mas que nunca encarnou — Zâmbi-Deus,
segundo outros estudos da matéria, é apenas um espírito infantil
e também subalterno que acompanha os médiuns de cabeça feita.
Como interjeição significa admiração, alegria, zombaria.
EREBO — Na crença dos negros africanos esta palavra significa o
inferno, ou melhor, a zona de sofrimento espiritual após a morte
do corpo.
ERECOARA — Nos centros assim é chamada a pessoa encarregada
de dirigir os cânticos.
EREFUÊ — Fluido provindo de espíritos sem luz e, por isso, muito
nocivo e prejudicial aos que são atingidos por ele.
EREKÊ — Santo Antônio nos cultos de Guiné e Loanda.
ERÓ — Segredos e ensinamentos revelados aos médiuns de terreiro
durante o seu desenvolvimento.
ERUEXIM — Rabo de cavalo, espécie de espanador usado por Iansã.
ERVA-DA-FORTUNA — Assim é chamada a Folha da Costa da
Guiné, que possui grandes propriedades mágicas, levando
mesmo a sorte para a casa que a possui.
ERVA-DE-PASSARINHO — Planta usada particularmente em
certos trabalhos de terreiro.
ERVA-REAL — É a Alfavaca, planta muito usada como amuleto e
empregada em banhos e defumações com a finalidade de atrair
os bons fluidos.
ESCORA — Em terreiros, esta palavra significa a pessoa que
enfrenta os obsessores e se defende com grande vantagem dos
golpes com os quais é atacado.
ESOTÉRICO — São os ensinamentos da Teosofia ministrados aos
seus iniciantes.
ESPAÇO — Dentro do Espiritismo esta palavra significa a extensão
do Universo, dos mundos materiais e espirituais conhecidos e
desconhecidos. Significa também o Infinito.
ESPADA-DE-OGUM — É o nome de uma planta fibrosa e de
excelentes propriedades mágico-protetoras. É muito empregada
na confecção de amuletos, defumações, banhos de descarga,
sendo ainda de grande utilidade para proteção contra qualquer
trabalho de corrente maléfica.
ESPELHO — É um amuleto protetor cuja função é de repelir e
expulsar fluidos, forças nocivas e espíritos atrasados, porque eles
não atravessam a face polida do mesmo, sendo, portanto, uma
barreira de defesa pessoal ou do ambiente. Para adquirir maior
força mágica o espelho deve ser cruzado por um Guia. O espelho
também é utilizado para a vidência, não só de médiuns videntes
já em pleno desenvolvimento, como também por qualquer pessoa
que queira adquirir a vidência provocada.
ESPÍRITA — Adepto ou praticante do Espiritismo, seja da Corrente
de Umbanda, de Kardec ou qualquer outra.
ESPIRITISMO — O espiritismo na Umbanda tem por norma fixa
espiritualizar os homens a fim de lhes aprimorar os sentimentos
de fraternidade. É sempre este o objetivo revelado por todos os
guias e chefes espirituais.
Quem não amar o próximo como a si mesmo, não estará em
condições de servir de intermediário entre a lágrima do sofredor
e a palavra confortadora dos caboclos e pretos-velhos.
A finalidade do espiritismo umbandista não é levar o órfão à
convicção  de falar  com   o  espírito daquele  que
na vida terrena fora seu pai, nem a viúva desolada ouvir palavras
candentes de seu defunto marido. No espiritismo de Umbanda
não se incute no estudante preguiçoso a possibilidade de se
comunicar com os mestres falecidos para deles receber soluções
de problemas confusos e complicados.
O espiritismo na Umbanda é algo mais sério do que muita
gente supõe. As entidades que se apresentam nos terreiros, como
pretos-velhos ou caboclos, são espíritos portadores de missões as
mais diversas e que escapam às possibilidades interpretativas de
qualquer elemento terreno.
O umbandista esclarecido jamais se deixa embair pelas
asserções falsas e interpretações sofismáticas desses pseudo-
conhecedores que, à guisa de "bem assistidos", em desrespeito à
inteligência alheia, sem noção de autocrítica, pretendem definir o
indefinível.
O espiritismo umbandista tem a grande virtude de, através
das entidades que se apresentam como espíritos de caboclos e
pretos-velhos, quebrar a vaidade mórbida dos medíocres que não
se convencem que o homem quanto mais sabe precisa reconhecer
o quanto ignora.
O espiritismo na Umbanda, cuida, em suma, de aprimorar o
sentimento dos homens para aproximá-los da verdadeira
felicidade terrena.
Além de ser o intercâmbio filosófico e espiritual entre os
encarnados e desencarnados, o espiritismo afirma: a imortalidade
do espírito; a pluralidade de existências pelas reencarnações
sucessivas; a vida em mundos, planetas e planos por nós
conhecidos e desconhecidos.
ESPIRITISMO DE LINHA — É a designação dada a Umbanda ou
sessões de terreiros.
ESPIRITISMO DE MESA — Assim é chamado o espiritismo da
Linha de Kardec.
ESPÍRITOS PRIMÁRIOS — Todo guia, espírito, antes de s iniciar
nos trabalhos mágicos umbandistas, para a sua vinda à Terra ou a
outro qualquer Planeta que lhe seja determinado, é advertido
pelos seus Chefes espirituais sobre a sua responsabilidade nesses
trabalhos, recebendo determinações, que  ele  usará  para a
construção  daquilo que ele próprio deve preparar para si e para o seu médium.
Escolhida por esse Guia a fase mágica de seus trabalhos,
dentro das Linhas que já foram descritas, ele se inicia na
primeira força cabalística, onde se processam trabalhos leves de
magia até ser concluída uma força estável, na qual ele
permanecerá o tempo necessário, a fim de poder, de acordo com
a sua evolução e os conhecimentos que tiver alcançado, mostrar
às Entidades Superiores que se acha apto a partir para o Planeta
Terra ou qualquer outro que deseje ou lhe seja indicado, tudo
conforme a sua evolução, para os seus trabalhos de caridade.
Estes são os elementos, ou melhor, entidades que vós outros
podeis considerar como elementos em evolução, porque não são
profundas em todas as Linhas e sim ainda superficiais
aprofundando-se somente na parte que se diz
terra-a-terra.
São os chamados espíritos em evolução, que conhecem uma só parte
da magia, tendo apenas passado pela camada
terra-a-terra, de que acabamos de falar. São, portanto, espíritos primários,
encaminhados para o vosso Planeta, de acordo com a evolução
que se processa no tempo e no espaço. Inicia-se, assim, para esse
espírito, a primeira fase das Sete Linhas. Terminando esse ciclo,
regressa ele ao ponto de partida para dar conta aos seus chefes
do cumprimento da sua missão, dentro dos conhecimentos que
trouxe consigo. Aí, nova Linha de evolução é destinada a
esse espírito, iniciando-se, então, para ele, a segunda fase da magia,
ou trabalhos espirituais mágicos umbandistas, que não serão
mais para elementos primários, e sim para os mais evoluídos.
É assim que se processam evolutivamente até o seu término,
os sete Planos que formam as Sete Linhas evolutivas da
Umbanda.
Cada uma dessas Linhas desde o terra-a-terra até a mais elevada magia.
ESPONGITA — É uma pequena concreção
encontrada em certas esponjas do mar que é dotada de grandes
propriedades mágicas, sendo, por isso, usada como talismã e
empregada também em muitos trabalhos de magia.
ESSÊNCIAS — Princípios de origem oleosa ou resinosa extraídos de vegetais e de
alguns animais e raramente de  minerais. Eles têm uma grande aplicação nos trabalhos de
terreiro e na Alta Magia, dadas as suas comprovadas
propriedades.
ESTADO-DE-SANTO — É o transe mediúnico, quando o médium é
tomado pelo seu guia.
ESTORAQUE — Resina vegetal dotada de virtudes mágicas e, por
isso muito utilizada em banhos e defumações.
ESTRAMÔNIO — Planta muito famosa pelas suas altas
propriedades mágicas, mas cujo emprego somente deve ser feito
mediante a orientação e direção de guia espiritual.
ESTRIGE — É o adepto da Quimbanda que se dedica à feitiçaria.
ÊTU — Assim é designado o feitiço que é preparado com terra
retirada do cemitério e tendo em vista fazer mal a alguém.
ÊTU-TU — Oração que é rezada enquanto se prepara um amuleto de
pedra para combater doenças, enfeitiçamentos; esse amuleto tem
o nome de Pedra de Santa Bárbara.
EXÊ — Talismã, Breve, Amuleto, Patuá Pequena cabaça usada nas
sessões para chamada dos guias que deverão baixar nos seus
aparelhos.
 EXÊS — São as partes dos animais sacrificados para serem
oferecidos aos Orixás.
EXORCISMO — Práticas que, mediante rezas, orações e diversos
outros ritos, são utilizadas para o afastamento de entidades
perversas que, consciente ou inconscientemente, prejudicam
pessoas ou ambientes.
EXU — De uma forma geral, Exu é nome genérico dos espíritos que
trabalham na Magia Negra. Assim, os Exus ou espíritos
diabólicos, são considerados como servos ou escravos dos
Orixás, servindo de intermediários entre os
Orixás Menores è 5tgv o homem. São essas entidades que se incumbem de castigar os
filhos da fé quando erram, de vez que aos Orixás não é dado o
direito ao castigo e tampouco incumbem da prática do mal.
EXU-BATIZADO — São os espíritos de Exu pagão que, apesar de
sua nenhuma evolução espiritual, reconhecendo o erro que
praticavam, fazendo somente o mal, agora somente praticam o
bem, debaixo da orientação de um Guia de elevada
luminosidade.
EXU ETAMETA — Assim é chamado o Exu das encruzilhadas.
EXU PAGÃO — São os espíritos ainda empedernidos na prática do
mal e dos atos mais repulsivos, abjetos, odiosos e condenáveis
contra qualquer pessoa, mesmo aquelas que já se utilizaram dos
seus préstimos.
 
F
 
FALANGE — Falange em Umbanda significa a subdivisão de
Linhas onde cada Falange é composta de um número
incalculável de espíritos orientados por um Guia chefe da
mesma.
FALANGES — Como discriminação de Falanges, podemos citar as
seguintes:
 
Linha de Santo ou de Oxalá:
 
Falange de Santo Antônio
 
" " São Cosme e São Damião
" "  Santa Rita
"  "  Santa Catarina
" " Santo Expedito
" " São Benedito
"  " São Francisco de Assis
Linha de Iemanjá:
 
Falange das Sereias - Chefe Oxum
"        "   Ondinas - Chefe Nanamburucu
"        "   Caboclas do Mar _ Chefe Indaiá
"        "   Caboclas do Rio - Chefe Iara
"      dos  Marinheiros - Chefe Tarimã
"      das  Calungas - Chefe Calunguinha
"      da    Estrela Guia - Chefe Maria Madalena
 
Linha do Oriente:
 
Hindus — Zartu
Médicos e Cientistas — José de Arimatéia
Árabes e Marroquinos — Jimbaruê
Japoneses, Chineses,
Mongóis e Esquimós — Ori do Oriente
Egipcianos, Aztecas, Incas — Inhoari
Índios Caraíbas — Itaraiaci
Gauleses, Romanos e outras
raças européias — Marcus I, Imperador Romano.
 
Linha de Oxóssi:
 
Falange de Urubatão
 "       "  Araribóia
"       "  Caboclo das Sete Encruzilhadas
"       "  Peles Vermelhas — Chefe Índio Aguia-Branca
"       "  Tamoios — Chefe Índio Grajaúna
"       "  Guaranis — Chefe Índio Araúna
"       "  Cabocla Jurema.
 
Linha de Xangô:
 
Falange de Iansã
do Caboclo   do Sol e da Lua
 " "        da Pedra Branca
 "         "        do Vento
 " "        Treme-Terra
 "       dos Pretos-Quenguelê:
 
Linha de Ogum:
 
Falange de Ogum Beira-Mar
" "       "  Iara
" "       "  Megê
"         "       "  Naruê
       "         "       "  Malei
" "       "  Nagô.
 
Linha Africana:
 
 
Falanges: Chefes:
Povo da Costa Pai Francisco
Povo do Congo Pai Jerônimo
Povo de Angola Pai José
Povo de Benguela Pai Benguela
Povo de Moçambique Rei do Congo
Povo de Loanda Pai Cabinda
Povo de Guiné Zun Guiné
FALANGES E SUAS MISSÕES — Os espíritos das Linhas e
Falanges têm as seguintes missões: A Linha de Oxalá ou de
Santo é composta de espíritos de diferentes raças da Terra, não
somente brancos e pretos — da Bahia, pretos-Mina, frades,
freiras, padres e em geral todas as pessoas que foram devotas e
muito religiosas.
As falanges desta Linha penetram nas Linhas de Quimbanda
a fim de diminuir o mal produzido pelos quimbandeiros.
Os espíritos da Linha de Iemanjá, repartidos entre as suas
Falanges, são protetores de marinheiros e de criaturas do sexo
feminino, fazendo limpeza fluídica nos rios e no mar, enfim,
trabalhando sempre para o bem.
As Falanges da Linha do Oriente compõem-se de espíritos
de cientistas versados em ciências ocultas. São mestres em
Astrologia, Quiromancia, Numerologia, Cartomancia e praticam
sempre a caridade.
Os espíritos das Falanges da Linha de Oxóssi, fazem a
caridade, desmancham trabalhos de Quimbanda, de feitiçaria e
de Magia Negra, dando ainda passes conhecendo ainda os
segredos das plantas medicinais.
A Linha de Xangô, compõe-se de espíritos em trabalhos de
demanda, combatendo os quimbandeiros.
As Falanges da Linha Africana executam trabalhos de Magia
Branca e desmancham os trabalhos de Quimbanda, para isso
costumam infiltrar-se nos terreiros onde se fazem despachos de
Exu. São espíritos que possuem muitos conhecimentos, sendo
joviais e conversadores.
FALANGEIRO — Chefe de Falange. Guia. Orientador espiritual
incorporado.
FAMÍLIA — Assim é designado o Exu infantil.
FAÊER BOZÔ — Significa enfeitiçar alguém, sendo usado para isso
os trabalhos de magia negra.
FAZER MESA — O mesmo que abrir uma sessão e os respectivos
trabalhos, sob a orientação do chefe de terreiro.
FAZER OSSÊ — Cerimônia semanal que consiste no oferecimento
de alimento ou bebida preferida pelos Orixás.
FAZER SALA — São as orações do culto malê, que são feitas em
número de cinco no correr do dia, da forma seguinte: l.a Acubá.
2.a Ailá. 3.a Aí-a-Sari. 4.a Alimangariba. 5.a Adixá.
FÉ — Não pode haver espiritualismo, seja ele de Umbanda ou de
Kardec, se não houver uma fé devidamente forte. A fé é a virtude
que remove montanhas, disse Cristo. Porém, mais pesados do
que as montanhas, são a impureza e todos os vícios que dela
decorrem e que se acham depositados no coração do homem.
Devemos partir, pois, animados da maior coragem para
removermos essa montanha de iniqüidades que as gerações
futuras somente deverão conhecer como lenda.
Se o médium se desvia do seu objetivo, empregando a
preciosa faculdade que lhe foi concedida em coisas fúteis ou
prejudiciais, se coloca a mediunidade a serviço de interesses
mundanos e luxuriosos, se se recusa em a utilizar em benefício
dos que geralmente têm necessidade de amparo, é certo que em
tal situação, Deus lhe retirará essa mediunidade que se tornou,
não só inútil, mas também prejudicial. A esperança e a caridade,
nada mais são que produtos da fé, formando com esta o trio
inseparável que todos nós conhecemos e que está sempre
presente ao nosso espirito.
FECHAR A GIRA — Significa encerrar os trabalhos do terreiro.
FECHAR A TRONQUEIRA — É o ato de defumar o lugar onde se
realiza uma sessão, lançando-se ao mesmo tempo aguardente aos
quatro cantos do mesmo local. Com esse cuidado evita-se a
balbúrdia provocada pelos espíritos
obsessores que descem ao terreiro, garantindo-se um desenrolar
tranqüilo dos trabalhos.
FEITIÇO — É a atração de forças negativas contra alguém, por uma
série infindável de coisas, desde as mais inocentes às mais
repulsivas e odiosas. O feitiço pode ser: Direto, quando é
transmitido por contato àquele contra o qual foi feito e, Indireto,
quando é transmitido por irradiações maléficas.
FEITO — É o médium masculino desenvolvido dentro do ritual.
FEITO EM PÉ — É o médium que não cumpriu o cerimonial do seu
desenvolvimento.
FEITURA DE SANTO — Iniciação do desenvolvimento de um
médium.
FERRADURA — É o amuleto feito com uma ferradura usada para
proteger residências e pessoas, devendo ser colocada, de
preferência, junto à porta de entrada da casa.
FERRAMENTA DE XANGÔ — Consiste na espada, foice,
machado, lança, enxada e outros apetrechos.
FESTAS UMBANDISTAS — São diversas as festas celebradas
pelos umbandistas, e a nova Umbanda que surge, registrou em
seu calendário o que de mais expressivo havia para que as
tradições sejam conservadas num sentido mais compatível com
uma corrente espiritualista de tanta importância.
Existem algumas festas que não se revestem de atos
teúrgicos, e que são:
Natal de Jesus — Deve ser celebrado na intimidade dos
lares, com simplicidade e respeito àquela família sagrada que
modificou para sempre a estrada palmilhada pelos homens! Nada
de exageros e bebedeiras. Se o culto do lar, o estudo dos
Evangelhos e o exercício da prece é um dever de todos os dias, a
noite de Natal é uma noite de alegria espiritual. Os que desejarem
ofertar brindes, que o façam, mas que o façam diretamente,
dizendo que é um simbolismo. Jesus foi presenteado com as
oferendas que os magos levaram, e, sendo a noite de Natal, a data
comemorativa do mais sublime evento entre os homens, rende-se
homenagem ao Cristo Jesus, e as oferendas
marcam o dia em que se procura evidenciar o gozo que traz o
advento de Jesus no coração humano!
Cosme e Damião — A festa de Cosme e Damião é aquela em
que a Umbanda celebra o advento da criação do homem em seu
duplo aspecto: Físico e Astral. Dois corpos exatamente iguais em
sua aparência e traços fisionômicos, conforme já descrevemos.
Vide Cosme e Damião.
Convocação de Xangô — A Umbanda
destes dias, fugindo ao ritual gêge-nagô, celebra a festa
denominada Convocação de Xangô, de forma um tanto diferente,
deixando de lado os sacrifícios e outros atos menos compatíveis
com o Cristianismo.
É uma solenidade altamente teúrgica, e para ela devemos
atentar com cuidado, uma vez que é a época em que todas as
atividades da organização Umbandista serão balanceadas. A
festa da Convocação de Xangô tem lugar no dia 25 de Setembro.
FEITA — Médium feminino que teve o cerimonial de firmeza de
cabeça por haver completado seu desenvolvimento mediúnico.
Também chamada Filha-de-Santo.
FETICHE — Objeto natural com propriedades mágicas naturais ou
adquiridas mediante preparo pelos Guias, servindo de ponto de
apoio as forças extraterrestres e supernaturais.
FETICHISMO — Adoração de objetos materiais como suportes de
forças sobrenaturais.
FIGA — Amuleto muito conhecido e usado contra mau-olhado,
feitiçarias etc, constituindo na forma de uma mão fechada, na
qual o polegar atravessa o indicador e o dedo médio. A figa, para
proteger contra mau olhado e inveja, deve ser colocada atrás da
porta de entrada da casa.
FIGUEIRA — Arvore muito conhecida, gozando de propriedades
mágicas. Reza a tradição que é a árvore dos Exus, onde são
traçados seus planos, principalmente da meia-noite e quinze
minutos.
FILA — Gorro litúrgico, usado nas cerimônias de entrega do
Deká. (V. Deká).
FILACTERE — Amuleto. Talismã. Preservativo mágico contra mau
olhado, fluidos nocivos e uma infinidade de outras aplicações.
FILHO DE FÉ — Denominação dada aos adeptos da Umbanda.
FILHO OU FILHA-DE-SANTO — Médium que se submeteu a todo
o aprendizado do ritual.
FIRMAR A PORTEIRA — É a segurança para os trabalhos de
sessão que será realizada, simbolizada por um ponto de firmeza,
riscado na entrada do Terreiro. Existe uma enorme variedade de
se firmar a porteira, conforme o critério seguido de Terreiro para
Terreiro.
FIRMAR O PONTO — Concentração coletiva que se consegue
cantando o ponto "puxado" pelo Guia responsável pelos
trabalhos. Significa também quando o Guia dá seu ponto cantado
e riscado, como prova de identidade.
FITA-DE-SANTO — É a fita que foi amarrada ao santo como
promessa ou que representa o tamanho da imagem ou um de seus
membros, servindo como amuleto e para diversos outros
trabalhos.
FLUIDO — É uma das formas de manifestação da Energia Universal
das Forças Cósmicas.
FLUIDO ÓDICO — É o fluido individual, característico de cada ser
humano.
FLUIDOS DA UMBANDA — A carne, elemento primordial do
corpo humano que se fixa nos ossos para proteção do esqueleto e
das vísceras, recebe, dessas mesmas vísceras e desse esqueleto,
aquilo que é necessário para a exteriorização da vida material, no
complemento da órbita que se destina à permanência do espírito
na terra. E assim como a carne é o elemento que jamais poderia
deixar de existir no corpo humano, assim os fluidos carnais
fazem dos trabalhos da Umbanda, porque, buscando a Umbanda,
para os seus trabalhos de magia, os elementos que cercam o
homem, ela tira desses fluidos, que deverão ser apurados para o
completo êxito desses trabalhos, tudo que é necessário para os
espíritos poderem receber as mensagens da magia e dar a esse
mesmo homem os influxos espirituais de que ele necessita, a fim
de que possa ser realizado um perfeito trabalho mágico.
Se o homem material busca aperfeiçoar o seu espírito e dar-
lhe sabedoria, nós buscamos os fluidos carnais, que vão dos pés à
cabeça do médium, para a realização
de tudo o que se necessita dentro dos trabalhos, não só os
chamados terra-a-terra, como também aqueles para os quais
buscam-se os grandes elementos, para dar ao homem esse alívio
que somente os fluidos umbandistas podem dar, porque esses
elementos são os únicos que se adaptam aos fluidos espirituais.
Assim é a Umbanda. Casa seus espirituais com os fluidos
carnais e deles aproveita o máximo para tirar o mínimo para si.
Busquem, meus filhos, a harmonia para, dentro dessa
harmonia, poderem obter aquilo que se chama realidade dos
fatos.
FORÇAS CONTRÁRIAS — São as forças benéficas ou maléficas
quando atraídas, podem trazer o mal e prejudicar as pessoas e os
seus lares.
FORÇAS OCULTAS — São as forças benéficas ou maléficas que
nos envolvem e sobre nós atuam, pois que sendo acionadas e
movimentadas por certos rituais, poderão produzir o efeito
desejado, a não ser que a influência de um poder mais forte,
humano ou espiritual, possa tornar sem nenhum efeito as suas
finalidades.
FRANQUIA — É o bosque ou mata onde os médiuns realizam
trabalhos. Terreiro dentro do mato. Bosque sagrado.
FUMAÇA ÀS DIREITAS — É a sessão cujos trabalhos ou
despachos têm a finalidade única de fazer o bem a alguém.
FUMAÇA ÀS ESQUERDAS — Trata-se de sessões de baixo
espiritismo, pois os seus trabalhos ou despachos visam apenas a
fazer o mal.
FUNÇÕES DOS ORIXÁS — São as seguintes as funções de alguns
orixás que passamos a mencionar:
Oxalá — É o Obatalá da trindade primitiva. É chamado
Olssass no ritual gêge. Oxalá é a denominação nagô. Em nagô,
alguns o invocam, ora como Orixá-Babá (Santo Pai), ora como
Babá-Okê (Grande Pai). Em Angola, é Cassumbecá.
Olorum — É o Senhor Supremo, Deus, o Criador do
Universo, em Nagô. A origem do nome parece significar Olo
(muito longe, muito alto) e Oriun (o Sol) Olorum é o
Supremo, o que está muito alto no Céu, a fonte  de lua que
ilumina o Mundo.
Ifá — É o terceiro elemento da trindade divina,
correspondendo ao Espírito Santo. É representado por dois vasos,
contendo, cada um, dezesseis frutos de dendê. Sacudindo os
frutos nas mãos, eles vão caindo um a um. À proporção que
caem, o Babalaô vai traduzindo e explicando o que significam.
No final resume a profecia do ifá, e a adivinhação está completa.
As mulheres não podem trabalhar com os ifás, mas somente com
o jogo do búzios ou a alobaça (alubosa, o 'verdadeiro nome da
cebola, jogo, dos caboclos).
Xangô — É um dos orixás mais discutidos, pois a lenda diz
que ele teve vida terrena, tendo, depois, se transformado em
orixá. É o dono do trovão e do raio, propriedade que reparte com
o orixá feminino Iansã.
Bessên — É o orixá que simboliza o arco-íris. Bessên é a
denominação Gêge de Oxum-Barê. É também simbolizada por
uma figura de cobra e está ligada à lenda de Xangô.
Ossãe — É a divindade da folha. É representada por uma
mulher cujo rosto não pode ser visto. Corresponde também ao
Caapora (tupi) que só tem uma perna. Ossãe nunca se manifesta.
Iroco — É o orixá da árvore. Diz-se que Iroco aparece à
noite, num bambuzal, aumentando e diminuindo de tamanho. É
também Loko, uma planta rara, ao pé da qual se fazem
obrigações.
Exu — É o agente mágico universal, intermediário entre os
seres humanos e os orixás. É um orixá com uma função toda
especial e, por isso, tratam-no de compadre. Chama-se Aluvaiá,
em Angola, em Keto, é Embarabô. Em Gêge é denominado
Legbá, ou seja, a serpente que o simboliza. No congo é chamado
Bombogira.
FUNDANGA — Feitiçaria. Encantamento. Pólvora.
FURABULÊ — Saudação. Reverência. Cumprimento de
cordialidade, amizade e fraternidade entre os Guias.
 
G
 
GADIÊ — Amuleto que é muito empregado no tratamento das mais
diversas moléstias, no mais das vezes, com ótimos resultados.
GALO — Ave que é muito utilizada em sacrifícios e trabalhos de
terreiros, tanto de magia branca como de magia negra.
GANGA — Chefe de terreiro de Cabinda, ou seja, na Linha das
Almas. Este termo também designa Feiticeiro e Grande
Sacerdote.
GANGA-ZUMBÁ — Jesus entre os negros da Cabinda.
GANZA — Ritual da circuncisão feita por diversas tribos africanas.
GANZÁ — Instrumento musical religioso.
GARRAFADA — Remédio preparado por curandeiro o qual consiste
numa maceração de vegetais em aguardente. Muito raramente
entram na sua preparação quaisquer ingredientes que não sejam
puramente vegetais.
GENGIBRE — Raiz utilizada como condimento em certas bebidas
da preferência de alguns Guias.
GÊNIO — Espírito bom ou mau que preside os vícios, a virtude ou
algum  fenômeno extra-normal.
GEÓCIA — Magia negra. Necromancia. Apelo às forças infernais
para a prática do mal.
GINJA-ZAMBE — Sacerdotisa de Deus. Babá de Orixá.
GIRA — Corrente espiritual. Rua. Caminho.
GITATI — Objeto individual dotado de poderosa força            
mágico-protetora.
GLÂNDULA PINEAL — Essa glândula possui a particular
propriedade de agir como transformador da mediunidade.
GLÊ — Guardião dos lares. Entidade benfazeja que possui o poder
de guardar e proteger os lares, bem como os seus habitantes.
GNAMA — Fluido nocivo. Energia malfazeja emanada de potências
ocultas, produzindo, em conseqüência, a doença e a morte a
quem toca em certos animais, vegetais, pessoas e minerais.
GNOMOS — Pequenos seres (homúnculos) habitantes da Terra, mas
que nunca encarnaram, guardadores dos tesouros nela ocultos e
jazidas preciosas. São prestimosos, atendendo aos que buscam a
sua proteção mediante certo ritual apropriado.
GONEKA — Fluido que é destinado a prejudicar à distância.
GONGÁ — Local onde são realizadas as sessões de Umbanda.
Mamãe Gongá é também o nome de um protetor de grande
iluminação que somente pratica o bem a todos que recorrem à
sua proteção.
GONGORO — Planta africana utilizada em trabalhos em virtude das
suas grandes propriedades mágicas.
GOTEIRA — Assim é chamado o freqüentador de sessões espíritas
que não tem voz suficiente para cantar os pontos.
GRANDE OPERAÇÃO — Na alta magia a grande operação consiste
não somente em evocar as forças superiores do Astral, mas
também em comandá-las, dominá-las e delas se servir com a
finalidade de obter resultados positivos em benefício de alguém
ou da coletividade.
GRIMORIO — Livro de conjurações de sinais protetores com a
ajuda do qual o mago pede auxílio às entidades ou mesmo suas
materializações.
GROGOTÓ — Termo que significa estar tudo perdido, não havendo
mais a menor esperança para coisa alguma.
GRONGA — Aguardente diluída em água doce com limão.
Garrafada com diversas ervas e gengibre, que é oferecida aos
assistentes presentes ao terreiro como sinal de saudação e de
boas vindas.
GRONGUEIRO — Mistificador que se diz médium.
GU — Amuleto protetor dos ferreiros, o qual representa a força e
sendo a terça-feira o seu dia consagrado.
GUACARARAÍBA — Louro. Planta muito utilizada como
condimento no preparo de certos alimentos e também em banhos
e defumações pelas suas grandes virtudes mágicas.
GUARACAPÃ — Escudo. Emblema. Ponto riscado.
GUARACI — Espírito solar. Sol.
GUARA-MIN-FÔ — Grito de guerra de Ogum.
GUARUJU — Planta utilizada em banhos e defumações.
GUAÚ — Dança cantada. Dirigente de cerimônias.
GUGA — Breve ou patuá empregado em certos trabalhos de magia
negra. Veneno preparado com certos vegetais e pêlos de bambu.
GUIAS PROTETORES — Os guias espirituais são aqueles que
acompanham e orientam os médiuns nos seus trabalhos. O
médium trabalha durante muitos anos com um determinado
"Guia" e, de uma hora para outra, esse "Guia" avisa que
abandonará aquele "aparelho", pois que atingiu um determinado
grau de elevação espiritual e não voltará mais à terra. Entretanto,
o que aconteceu foi o seguinte: esse Guia recebeu a incumbência
de doutrinar um novo médium, neste ou noutro planeta, isto é,
teve necessidade de prestar em outro lugar a sua cooperação ou
caridade, a fim de se elevar espiritualmente. Com o afastamento
dessa entidade, outro espírito passará a influenciar aquele
aparelho, embora não haja mais necessidade de doutriná-lo ou
domesticá-lo, porque o terreno já estava preparado. Esse é um
dos inúmeros casos que acontecem na vida de milhares de
médiuns que trabalham no espiritismo. Todavia, é muito comum
um médium trabalhar toda a sua vida sem mudar de Guia.
GUNA — Forquilha em cima de uma lage, com velas, muito usada
em certos terreiros do Nordeste.
GUNGUM — Objetos usados em trabalhos de Umbanda e
Quimbanda. São eles: Espada-de-São Jorge. Pedras de raio.
Estrela do mar, figas, flechas e muitos outros.
GURU - Espírito elevado. Orientador. Guia Espiritual.
 
H
 
HALO — Luminosidade que envolve um espírito de grande
elevação.
HALOMANCIA — Arte de adivinhar o futuro por meio do sal.
HAMADRÍADE — Almas do outro mundo. Espíritos. Ninfa dos
bosques, que nascia e morria com uma árvore que lhe era
destinada e onde se imaginava que ela morasse.
HAUARUANA — Indivíduo da tribo amazonense dos Hauaruanas.
HAXIXE — Folhas secas de Cânhamo Índico para serem fumadas ou
mastigadas. O seu uso provoca a vidência, principalmente nos
médiuns que possuem essa virtude.
HÉCATE — Deus da maldade e do malefício.
HELÍACO — Designativo do nascimento e ocaso de um astro
quando coincide o nascimento do sol.
HERBOLÁRIA — Mulher que fazia feitiços ou preparava venenos
com vegetais.
HESTIA -- Fogo doméstico cultuando alguma entidade.
HEVIESSO — Deus do raio, do corisco — Xangô.
HEXAGRAMA PENTÁLFICO — É a estrela de seis pontas, tendo
ao centro a estrela de cinco pontas. É poderoso talismã para o seu
portador.
HIEROFANTE — Sumo-sacerdote. Profundo conhecedor de todos
os fatos extra-normais.
HILOCLASTIA — Fenômeno que consiste no aparecimento ou
desaparecimento de objetos guardados em lugares
hermeticamente fechados.
HINDUS — Para os povos hindus o infinito representa uma unidade
espiritual, sendo que as suas concepções religiosas, são de molde
a considerar a Terra como simplesmente um planeta de
aperfeiçoamento, embora acreditem nas várias reencarnações e,
por esta razão cultivam grandemente o espiritualismo.
Como entidades espirituais de grande força, os
Guias Hindus operam verdadeiros milagres, sendo que, por seu intermédio,
adquirimos grandes conhecimentos nos diversos cultos da
Umbanda. A eles devemos grande parte dos ensinamentos sobre
a Alta Magia,
bem como toda sorte de esclarecimentos sobre o
Espiritismo praticado desde há muitos séculos.
Pelo fato de cultuarem os povos hindus grandemente as artes
mágicas, as entidades espirituais que trabalham nas suas
falanges, possuem um elevado grau de adiantamento e, por esta
razão, quando qualquer deles se manifesta numa sessão de
Umbanda, praticando seus rituais, pode se ter absoluta certeza de
que grandes resultados serão obtidos.
Entretanto, os hindus, por serem entidades de grande luz
espiritual e possuidores de poderosa força fluídica, são também
por demais exigentes, sendo que seus trabalhos e manifestações
requerem um preparo todo especial, sem o qual não será possível
a sua evocação e descida num terreiro. Muito ainda poderíamos
dizer sobre os hindus, mas a carência de espaço não nos permite.
HIONDO — Sociedade mística dos negros onde o iniciando, para ser
admitido, necessita possuir certos conhecimentos de magia.
HIPNOGÓGICO — Que produz sono; diz-se das alucinações e
visões que se têm ao cair no sono, sendo tudo de influência
espiritual.
HISTÓRICO DE UMBANDA — O Espiritismo, e com ele a
Umbanda, sua mais forte corrente, não deve ser considerado de
modo algum uma ciência recente. Devemos considerar que a sua
doutrina está bastante ligada às práticas religiosas de tempos já
muito distantes dos nossos dias, devendo-se ter em conta que a
evolução da sua moral nunca
esteve sujeita a quaisquer dogmas não sendo, desta forma, nem
uma seita nem uma ortodoxia.
A Umbanda, na realidade, é apenas o culto que os espíritos
humanos esclarecidos prestam, na Terra, à
Obatalá, servindo-se
para isso da mediação dos Orixás, participando desse culto os
espíritos primitivos e os espíritos já desencarnados.
Mas vamos falar de Umbanda.
A definição do nome de Umbanda é a seguinte; temos em
linguagem oriental antiga a palavra UM, que significa Deus, e
BANDA, também da mesma origem, que quer dizer
agrupamento, legião. A influência do Oriente sobre os povos
africanos, foi a causa de que, no Brasil, recebêssemos a
Umbanda da África, dada a grande massa de africanos que
emigraram para o Brasil na época colonial.
Tendo em vista a sua essência e a sua finalidade, podemos
afirmar que a Umbanda tem perfeita identidade com todas as
religiões do passado ou do presente. A religião de Umbanda tem
como sua principal finalidade o reconhecimento de um Ser
Supremo, pois que tudo quanto é praticado nos seus terreiros, o é
em nome de Deus e tudo é feito com a graça de Deus.
A Umbanda é, pois, um culto que se perde na noite dos
tempos, dado que, na realidade, pode-se dizer que ele existe
desde que existe a Humanidade. Os conhecimentos que temos
permitem-nos apenas afirmar a sua origem da Lemúria, nome de
um antiqüíssimo continente desaparecido muito antes da
Atlântida. E por falarmos em Atlântida, devemos lembrar ao
leitor que os seus povos já praticavam a Umbanda, embora o
fizessem de um modo ainda primitivo. Devido a esta origem da
Umbanda no Brasil, é que vemos nos nossos terreiros os pretos
de descendência lemuriana e os chamados caboclos de Origem
Atlante trabalhando para praticar a caridade, pois que a
finalidade da Umbanda resume-se em  fazer o bem.
A História da Umbanda entre nós é esta. Ela nasceu com o Brasil
e continua sempre a se desenvolver com o Brasil. HOMEM DAS
ENCRUZILHADAS — Exu.
HORAS ABERTAS — São as horas impróprias para se chegar a um
bom termo em trabalhos de Umbanda. Essas hora.; são: 6 da
manhã, meio-dia, 6 da tarde e meia-noite.
HORAS FECHADAS — São as horas próprias para os trabalhos de
Umbanda, servindo todas elas, com exceção das citadas em
Horas Abertas, salvo recomendação do Guia espiritual.
HUMULUCU — Comida africana feita de feijão fradinho, azeite-de-
dendê e diversos temperos. É também chamada o
mida Oxum ou Omolocum.
 
I
 
IABÁ — Carne seca. Cozinheira que conhece e prepara as comidas
dos orixás e dos guias. Cozinheira do culto.
IALORIXÁ — É a designação dada a qualquer mãe-de-santo,
quando se encontra no período da menopausa.
IANSÃ — Santa Bárbara na Lei Católica (Deusa do vento e da
tempestade. Deusa da vingança). Tem como fetiche uma pedra
meteorito. Insígnia: a espada e o raio. Amalá: bode, galinha,
acarajé. Cor da indumentária: vermelha e verde. Contas: de cor
vermelha, coral. Pulseiras: cobre e latão. Curiador:  cerveja
branca, água de cachoeira.
IAÔ — Médium feminino no primeiro grau de desenvolvimento no
Terreiro. Sacerdotisa. Noviça. Inicianda.
IAQUERÊ — Mãe pequena, isto é, espécie de dama de companhia
que atende as necessidades de uma inicianda durante a clausura
existente enquanto se efetua o seu desenvolvimento.
IARA — Mãe d'água. Divindade das águas. Deusa das águas.
IBÁ — Cuia com pimenta da Costa. Feitiçaria. Pós diversos. Dentes,
cabelos, ossos, raízes, ervas, tudo empregado contra alguém em
trabalhos de magia negra.
IBI — Lugar. Chão. Terra. Sepultura. Túmulo.
ICIKA — Resina de Elemi, muito usada em defumações e diversas
outras aplicações em terreiros.
IDÁ — Assim é designada uma campainha de tamanho muito
reduzido e usada n os trabalhos de terreiro.
IEIÉ — É o Guardião protetor da Terra.
IEMANJÁ — Nossa Senhora da Conceição. Iemanjá é a Senhora do
Mar. Protege as esposas e mães de família. Seu dia é o sábado,
sua cor é o branco muito alvo. Seu distintivo é um leque. Suas
comidas são o manjar do céu, tainha e milho.
IFÁ — Orixá adivinho. Deusa protetora dos partos.
IGÁ-LORIXÁ — Mãe-de-Santo. Mulher chefe de Terreiro.
IGBÔ — Terreiro. Magia entre os negros do Daomêi.
IJEXÁ — Ritual africano. Os adeptos do Ijexá temem os mortos e
apressam-se em expulsá-los para longe do Terreiro.
IKA — Trombeta indígena usada em práticas ritualísticas.
ILÊ-OILORUM — Casa de Deus. Igreja. Terreiro. Templo.
ILÊ-SAIM — Casa das Almas.
IMAGENS — Para o Brasil as imagens foram trazidas pelos
sacerdotes catequizados, sendo que a primeira missa aqui
realizada, bem como as procissões que se realizam,
transportando-se imagens, nada mais representam do que uma
intensa propaganda católica, com a finalidade única e exclusiva
de conseguir-se maior número de adeptos.
Ainda chegaremos à conclusão de que, quando o homem
encarar devidamente as questões religiosas, não se deixará
imbuir por falsos princípios e falsos credos, guiando-se
unicamente por uma força superior e divina, a qual não admitirá
absolutamente o fenômeno da fé, baseando-se naquilo que se vê,
mas sim naquilo que se sente. Essa será a sublime condição da
Umbanda. Mostrar a verdade onde ela verdadeiramente se
encontra.
INCONSCIENTE — É assim chamado o médium feminino que se
acha em situação de impureza, quando atravessa o período de
menstruação, ou quando teve relações sexuais pouco antes de
comparecer ao terreiro para início dos trabalhos. Nessas
condições esse médium não deve tomar parte na sessão, devido
às emanações tóxicas que irradia e que são facilmente absorvidas
pelo vampirismo psíquico, como também não deverá entrar no
local onde se encontra o pegi. Em casos muito excepcionais, e
mesmo assim acompanhado do responsável do Terreiro, o
médium, obtida a permissão faz o pedido, devendo retirar-se
imediatamente. O acompanhante  segue o médium, pronunciando
as seguintes palavras: "Entra como entrei. Bebe como bebi. Sai
como saí", cujo significado é o seguinte: "Quem entra tem fé.
intenções pacíficas e grande necessidade em ser socorrido
espiritualmente.
IMU — Espírito de pessoa desencarnada (morta), entre os negros de
Kamba.
INAÍBA — Canela de casca preta usada em defumações e banhos
para atração de fluidos protetores.
INCENSO — Assim é chamada uma resina vegetal grandemente
usada em defumações bem como purificador de ambientes e
pessoas que sofram os efeitos da influência espiritual.
INCENSO DOS MAGOS — É o incenso quando empregado em
trabalhos de alta magia. O incenso usado para tal fim é misturado
com carvão em pó e mirra.
INCENSÓRIO — É como se chama a vasilha onde são postas as
brasas do ambiente.
INCORPORAÇÃO — A incorporação perfeita ou completa é aquela
na qual o médium perde toda a consciência do que se está
passando nele próprio, ou no ambiente onde se encontra. A
incorporação é imperfeita, quando o Protetor não toma conta de
modo completo do aparelho acontecendo isso porque o médium
não foi bem desenvolvido, ou por qualquer outro motivo, como,
por exemplo, a impossibilidade mesmo de um completo
desenvolvimento, pois existem médiuns que, por motivos que
não conhecemos, não podem ser desenvolvidos. Todavia, neste
caso, pode-se tentar o desenvolvimento fazendo o médium ser
examinado por um vidente. Se mesmo assim nada se conseguir,
então é porque esse médium só poderá ter a sua mediunidade
desenvolvida noutra reencarnação.
INDIRI — É o nome de uma planta possuidora de grandes virtudes
mágico-protetoras. É muito usada pelos negros africanos, para
banhos, defumações e preparo de amuletos.
INFLUÊNCIA ESPIRITUAL — A influência espiritual é um dos
casos mais importantes da Umbanda e das demais correntes
espiritualistas. Muitos espíritos que nos acompanham, muitas
vezes tornando a nossa vida um verdadeiro
mar de sofrimentos, na realidade não sabem o que estão fazendo,
embora em muitos casos insistam em levar a sua perseguição ao
máximo, certos do mal que estão praticando. Assim como
praticamos a caridade, perdoando os vivos que nos são adversos,
mais ainda devemos fazer por esses pobres desencarnados, pois
outros motivos tem ainda o verdadeiro espírito para ser
indulgente com os seus inimigos. Sabemos que o desencarne nos
livra da presença material de um inimigo, pois que ele pode nos
continuar a perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver
desencarnado.
Mas se como verdadeiros espíritas, não podemos pensar em
castigar de qualquer forma um irmão desencarnado que nos
persegue, temos uma oportunidade de lhe fazer a caridade,
livrando-nos ao mesmo tempo do seu encosto, desde que nos
utilizemos dos trabalhos de terreiro de Umbanda. Fazendo esse
irmão descer ao terreiro, o babalaô conduzi-lo-á à realidade,
fazendo-o ver o erro em que está incorrendo. Muitas vezes, de
um espírito muito atrasado, torna-se necessário fazê-lo descer em
várias sessões, mas. no fim, consegue-se o seu afastamento,
seguindo ele o seu destino para iniciar o caminho do progresso e
deixando livre de qualquer influência o irmão que ele vinha
perseguindo.
Não são raras as vezes em que um espírito atrasado que
persegue uma pessoa, aproveita-se de uma certa oportunidade
para praticar o mal, incutindo-lhe certos sintomas de uma dada
doença. Tais sintomas se agravam e o doente vai ao médico, que
nada encontra nos exames a que submete o pseudo-doente. Ele
sente tudo, mas os seus órgãos estão perfeitos. O tratamento em
tal caso terá que ser puramente espiritual.
De qualquer forma, o doente não se deverá afastar das
determinações do chefe de terreiro, cumprindo com o máximo
rigor todas as suas determinações. Embora as doenças devidas a
encostos ou despachos possam ser tratadas em sessões de
terreiro, com assistência, em muitos casos esse tratamento deve
ser feito em sessões privadas, levadas a efeito somente para esse
fim, observando-se todo o ritual da Linha de Umbanda.
INHASÃ — Inhasã, ou Deusa das Águas, tem no seu nome o doce
significado que lhe deu origem: INHA, senhora SÃ santa. Não
podendo o preto dizer Nossa Senhora das Águas, adotou,
juntamente com o índio ou caboclo, o nome de INHASÃ ou seja,
a Deusa das Águas.
INICIADO — Assim é chamado o aprendiz dos princípios de uma
seita.
INICIANDA — É o médium feminino quando em início do seu
desenvolvimento mediúnico.
INICIANDO — Ê o médium masculino quando em início do seu
desenvolvimento mediúnico.
INSILA — É como se  chama a carga fluídica prejudicial e, por  isso
mesmo,  chamada  negativa. É  também  o  nome dado pelos
negros zulus à imundície psíquica.
IOGA — Assim é chamada uma corrente espiritual-filosófica
originária da Índia, a qual pretende melhorar a espécie humana
pelo desenvolvimento das faculdades psíquicas do seu praticante
que, assim, denomina a matéria, não sendo jamais dominado por
ela.
IOGUE — É o adepto e praticante da Ioga.
IORUBAS — São os negros africanos que falam a linguagem nagô.
IPETÊ — Comida da Iansã. É feita tendo como base o inhame
fervido com camarão, ao qual se junta dendê e diversos
temperos.
IRA — É uma espécie de abelha, sendo o seu favo feito no chão. A
sua cera é de grande uso em muitos trabalhos de Umbanda.
IRMÃO — Assim é chamado o adepto ou irmão de uma seita
religiosa ou corrente espiritualista.
IR PARA A RODA — É uma frase que traduz o desenvolvimento da
mediunidade na corrente de Umbanda.
IROCO — Gameleira. Árvore sagrada à qual se devem muitos
milagres.
ISAGOGE — Iniciação no espiritualismo.
ITA — Pedra-de-Santo. Amuleto. Fetiche. É também o nome de uma
pedra preparada pelos guias e que é colocada às ocultas dos
olhares curiosos no pegi existente no terreiro.
ITA DE XANGÔ — Pedra caída junto com o raio.
ITAMBI — Ritual funerário, praticado pelos tupis.
ITON-ENGAMBI — É um chifre mágico que serve para tirar a sorte,
servindo também para fazer o horóscopo do consulente. Com o
seu emprego pode-se também provocar o transe mediúnico,
dentro de certo ritual.
IXÃ — Chicote sagrado usado nos rituais de terreiro e da Alta Magia
para afastar os maus espíritos que venham perturbar os trabalhos.
IXÊ — É um mastro que ostenta o símbolo de Xangô e de qualquer
outra entidade protetora.
IWIN — Espírito. Protetor.
 
J
 
JABAMBANE — Ogum.
JABARANDAIA — Chefe de centro ou de terreiro.
JABONAN — É assim chamada a auxiliar da Babá ou sacerdotisa do
culto.
JAÇAMIN CUNHÃ — Dança das índias, ou melhor, bailado
feminino indígena.
JACARÉ — É o nome de um vegetal muito utilizado em trabalhos de
Umbanda, dadas as propriedades mágicas que possui. Réptil.
JACI — Estrela do mar. Lua. Mês. É também o nome de um brinco
feito de concha, tendo o formato de meia-lua e sendo usado não
só como enfeite, mas muito especialmente como amuleto.
JACI-ICAUÁ — Lua cheia.
JACI-OMUNHÃ — Lua nova.
JACI-TATAGUASSU — Estrela d'Alva.
JACULATÓRIA — Oração curta. Reza resumida.
JACUTÁ — Orixá do Culto Nagô, senhor do corisco, que atira
pedras. Também é denominação de Altar.
JAGUARÁ — VÊNUS — Estrela Vesper.
JALAPEIRO —  Curandeiro.
JALOFOS — Negros originários de certas regiões do Senegal.
JAMA-YA-AROGI — É a assembléia de feiticeiros entre os negros
africanos, os quais se reúnem secretamente à noite. As suas
atividades maléficas são neutralizadas e totalmente desfeitas
pelos Mundu-Mugus.
JAMAMBURI — Ogum.
JANDÊ-JARA — Jesus Cristo em linguagem indígena.
JANDIRA — Espírito dos rios. Cabocla.
JANEIRA — É o nome de uma canção que é cantada em alguns
centros em dias festivos, como Natal, 1.° de Janeiro e dia dos
Santos Reis.
JAPACANI — É uma palmeira cujas cascas são utilizadas para
banhos ritualísticos em certas cerimônias religiosas entre os
indígenas.
JAPANA — É o nome de um vegetal cujas folhas são empregadas
em banhos, sendo ainda utilizada para outras finalidades,
inclusive em tratamento, dadas as suas grandes propriedades
mágico-terapêuticas.
JAPURUCHITA — Concha de caracol em forma espiral, muito
usada em certos trabalhos ritualísticos.
JARA-ORIXÁ — Espécie de altar existente nos terreiros.
JARATATACA — Animal carnívoro de pequeno porte cujo mau
cheiro que despende é sentido a grande distância. É também o
sinônimo de Manacá, que é uma flor usada em banhos de defesa
e descarga.
JARÉ — Dança de ritual em sessões de terreiro. É o nome também
de  uma antiga dança dos pretos escravos.
JASSANNÃÃ — É o nome da ave Piassoca utilizada em magia
amorosa.
JASSUCA — Tomar banho, principalmente banho de descarga.
JATIBÁ — Caracol empregado com diversas finalidades em
trabalhos de terreiro.
JAÚNA ou JURUBEBA — Planta cujos frutos são usados em
medicina doméstica.
JAVACANIN — Curandeira.
JECOCA — Choro. Soluço.
JEGUEDÊ — Instrumento musical trazido pelos escravos. Passo de
dança dos escravos. Dança com cânticos.
JEJUCÁ — Praticar o suicídio.
JENGOU — Adoração da Água. Entidade malfazeja representada por
um animal marinho devorador de pessoas.
JEOVAH — O Deus de Israel. Foi o primeiro a impor a sua
condição, ao incutir no seu povo, o poder da sua força e
o medo ao seu castigo. Ao ditar a Moisés os seus mandamentos,
impôs-lhe também o dever de adorá-lo e obedecê-lo. Jeovah era
um Deus vingativo, procurando, pela força, incutir nos espíritos
de seus filhos a violência de suas pragas.
O povo do Egito muito sofreu quando, sob a tutela do
segundo Faraó, quis impor o domínio sobre o povo de Israel.
Foram necessárias oito pragas para que o Faraó abandonasse o
seu intento e deixasse seguir a Moisés e seu povo através das
escaldantes areias do deserto.
Por sua vez, o homem, sentindo todos
os revezes e todas as
condições impostas pela própria natureza, sentia a necessidade
de dar expansão aos seus instintos e, assim, as idéias se
multiplicaram, e cada um julgou e criou um deus à sua maneira,
proliferando de modo assustador a questão da crença e da
religião.
Espalharam-se as raças humanas pela face da terra e, com
elas, as suas religiões.
JERURÊ — Rezar. Pedir. Rogar. Implorar. Suplicar.
JURURESSABA — Oração. Prece. Reza.
JESUS — Oxalá.
JETAMONGABA — É o presente que se faz ao Pajé.
JETANONGA — Fazer oferendas para conseguir sair vitorioso nas
lutas e nas demandas.
JETATURA — Quebranto. Mau Olhado,   (em  italiano)
JIA — Rã que é utilizada em trabalhos de Quimbanda, isto é, de
Magia Negra.
JIBONAN — É a designação do irmão que fiscaliza os trabalhos nos
terreiros.
JOÃO — É o santo das festas juninas que é festejado no dia 24 de
junho, dia este muito usado em trabalhos de magia, no mais das
vezes em trabalhos festivos. São João foi degolado na Palestina,
em 29 de agosto do ano 31 da era cristã, por sua sobrinha
Salomé, filha de Herodíades. Na Umbanda João é conhecido
como Xangô Agodô.
JOÃO-CORRÊA — É o nome de uma árvore cujas folhas são muito
empregadas em banhos de defesa e como condensador fluídico.
JOGAR PARA TRÁS — Afastar ou expulsar um elemento
indesejável, qual seja o obsessor consciente ou inconsciente do
mal que pratica. É a forma também de jogar fora o despacho,
sendo porém, indispensável a quem o joga, não olhar para trás.
Sendo o caso de haver necessidade desses despachos, o Guia ou
o Chefe de terreiro darão as necessárias instruções ao
interessado.
JIMA — Planta muito usada pelos africanos em defumações para
afugentar os maus espíritos durante o período do sono.
JOSÉ — São José conhecido na Umbanda como Xangô Alafim. Sua
data festiva é no dia 19 de março. São José é o protetor dos
casais, sendo exemplo de marido por ter sido esposo de Maria
Santíssima.
JUCÁ — É uma árvore que tem também o nome Pau-ferro. Suas
folhas são muito usadas na medicina popular para várias
doenças, sendo também de grande emprego em trabalhos, dadas
as suas grandes virtudes mágicas. Serve, inclusive, para banhos
de descarga e defumações de ambientes que estejam carregados.
JUDAS ISCARIOTES — Dos 12 apóstolos, foi Judas que teve sob
seus ombros a terrível provação de trair Jesus. Judas, depois de
cumprir a sua ignominiosa provação, suicidou-se nos galhos de
uma figueira. Pelas suas sucessivas reencarnações, todas elas dos
mais terríveis sofrimentos, ele suportou com a mais estóica
resignação todas as provações, sendo hoje um espírito de grande
elevação e altamente iluminado.
JUDAS TADEU — Primo de Jesus Cristo, tendo morrido martirizado
no ano 70 da era cristã. Sendo patrono de vários centros e
terreiros, ele é um grande protetor de todas as pessoas que se
encontram debaixo de influência espiritual maléfica, bem como
dos desesperados, aflitos e angustiados
JUREMA — Deusa das matas. É  o nome  também  de  uma planta
muito usada pelos pajés nos terreiros de caboclos.
JURUJUBA — Verbena.   Flor muito  utilizada  nos  trabalhos
devido às suas grandes virtudes mágicas. JURUPARI —  Gênio
do mal.  Entidade  maléfica  que  reside
nas florestas.
 
K
 
KABANDULULA —  Significa pedido de  amparo, de socorro.
KAIGNETAZU — Variedade de flauta usada por certas tribos
indígenas.
KAKOKO — Mocho.  Coruja.
KAMIAM — Guia protetor das crianças e das parturientes.
KAMON — É o nome de um longo e muito complicado cerimonial
no qual a menina passa a ser moça, tendo em vista o
aparecimento da primeira menstruação. Essa cerimônia é uma
verdadeira iniciação da puberdade feminina.
KAMUANO NINDÉ — Entre os índios é a idade dos que já se
podem transformar em guerreiros. É um acontecimento muito
festejado com grandes cerimoniais indígenas.
KAÓ — Salve! Viva!
KARDECISMO — Um dos pontos básicos em que se fundamentam
todas as teorias espiritualistas.
Ao ser criado, na França, o Espiritismo de Kardec, nada
mais se fez do que dar-se nova modalidade ao culto da Umbanda,
ou seja, continuar-se através dos séculos, a obrigatoriedade de
seguir-se a ordem divina, que assim foi expressa TURIM EVEL,
TUMIM UMBANDA, DARMOS, que quer dizer o seguinte:
Baixou sobre a face da Terra a LUZ DA UMBANDA.
Por que razão se digladiam mutuamente KARDECISTAS,
UMBANDISTAS, quando na realidade se deveriam dar as mãos
e caminhar como verdadeiros irmãos, procurando a LUZ que está
diante dos nossos olhos, bastando para vê-la, apenas encarar com
sentimento e amor todas as manifestações espirituais que nos
vem de cima, isto é, do próprio Deus?
O mundo atual precisa de homens que, em vez de
Bombas Atômicas,
dirijam cânticos e preces ao Deus Todo Poderoso, para
que a Humanidade não se afunde no caos da ignomínia e do
desespero. Façamos do nosso livre arbítrio uma força poderosa
de amor ao próximo, mas nunca uma arma de ataque e de
devastação. Procuremos evoluir material e espiritualmente, pois
assim estamos certos de que a nossa condição humana se tornará
cem por cento proveitosa. Avancemos pelo mundo procurando
construir em vez de destruir. Aproveitemos os ensinamentos que
nos são ministrados pelos
Guias Espirituais, e podemos estar
certos de que, tanto os
Espíritos de Luz do Kardecismo,
como os Pretos-Velhos e Caboclos da Umbanda, e os Orixás da
Quimbanda,
nada mais são do que os verdadeiros missionários da fé.
Todos os fenômenos que surgem atualmente na terra, têm a sua
razão de ser. É por isso que devemos estudar com o devido carinho
todas as manifestações espirituais, pois só assim chegaremos a um
ponto no qual não encontraremos mais dúvidas quanto ao
aperfeiçoamento do homem, que foi idealizado e criado à imagem de
Deus. KARMA — É a conseqüência de vidas passadas, as quais
dirigem a presente e organizam as futuras e, para melhorar a presente
e as futuras, é indispensável que o indivíduo se desembarace e liberte
dos resíduos das vidas anteriores, limpando o seu Karma e evitando
olhar a humanidade de acordo com as suas necessidades pessoais,
elevando seus olhos um pouco mais alto que a verticalidade humana.
KASSUTÉ — Divindade africana.
KATENDE — Divindade dos povos africanos que representa o
tempo e a sua ação. É também o nome por que é chamado São
Francisco entre os mesmos povos.
KAURIS — Búzios, utilizados no jogo do delogum; outrora chamado
dinheiro na África.
KÉ — Em linguagem nagô significa o fogo.
KEBIOSO — Xangô. Ave que vomita fogo.
KELEKONGBO — Gênio da floresta.
KERPIMANHA — Deusa dos sonhos.
KIBANDA — No termo Kibanda,
foi suprimido o "m" da palavra KIM (demônio), ao juntar-se a palavra
BANDA (lado), pelo fato
da má interpretação dada pelos nossos aborígenes ou índios que,
nada conhecendo dos dialetos africanos, sentiam dificuldade em
pronunciá-la, devido à sua linguagem dialética, emitida por
simples sons guturais.
Aproveitando apenas a segunda parte do nome
AM-BERÊ-KIBANDA,
isto é, o nome KIBANDA, foi este deturpado para
QUIMBANDA,
com que procuravam apenas desenvolver o ritual
na prática única e exclusiva da maldade, dando origem ao que
atualmente é conhecido também com o nome de
MAGIA NEGRA.
Surgiu desta forma uma nova religião no Brasil, na qual os
seus praticantes, na maioria composta de elementos incultos e
maus, procuraram criar em torno dessa nova seita um mito de
que as suas práticas eram dedicadas exclusivamente à evocação
das falanges de Exus, entidades essas dirigidas pelo
Agente Mágico Universal (Demônio ou Satanás).
Mas o tempo foi passando e o homem branco, procurando
imiscuir-se com os negros, mas dotado de maior capacidade e
cultura, aproveita grande parte dos rituais praticados nos
Candomblés, nos Cangerês e mesmo na Quimbanda; e, com o
advento da Lei Áurea busca melhores desígnios nessas crenças
concebendo o que hoje, erroneamente, conhecemos com o nome
de Umbanda, na qual. alguns escritores querem fazer crer ser
também originária dos povos africanos.
É preciso, entretanto, que se separe o joio do trigo, pois
surgirá no futuro uma nova religião, a qual, baseada
verdadeiramente nos princípios e ensinamentos do Mestre, e
mesmo dedicando-se ao culto das evoluções com o mundo astral
superior, terá a denominação de
ESPIRITUALISMO.
Essa, sim, será a verdadeira Umbanda que Jesus Cristo praticou na Terra, e
a única que permanecerá sobre a face da terra, de vez que todas
as demais religiões desaparecerão, ou se fundirão nela.
KIBUNGO — Espírito do mal.
KILI — Planta africana empregada como forte amuleto protetor.
KILUNDU — Espírito altamente maléfico que se apossa das
mulheres em estado de gravidez.
KIMBANDA — KIA — KUSUKA — Curandeiro. V. Kibanda.
KIRUME — Praga.  Maldição.
KISSIMÊ — Um dos nomes com que é designado Oxum entre os
negros de Angola.
KISSIUM — Reza. Prece. Oração entre os negros africanos.
KISUTU — Bode, que é o animal muito empregado nos trabalhos
obscenos de magia negra.
KITABA — Ciência da escrita mágica, ou melhor, o conjunto dos
ensinamentos dos negros muçulmanos sobre o uso escrito das
palavras mágicas.
KITANGONA — É uma das partes do ritual dos negros Kamba,
quando são oferecidos alimentos e bebidas aos espíritos dos
desencarnados.
KIUMBA — Espírito maléfico e obsessor Espírito muito atrasado e
sem nenhuma luz.
KOLÉ — Amuleto muito usado pelos escravos
KOLOBÓ — Um dos Exus.
KOROKOMBO — Gênio da Floresta entre algumas tribos africanas.
KOSI — Filha-de-Santo. Médium feminino. Sacerdotisa do culto
vodu.
KUDRAT — É considerada, entre os muçulmanos, a grande Força
Ativa, a quem se deve a criação de todas as coisas, sejam boas ou
más.
KUFUA — Morrer. Desencarnar
KUFUKUMUNA — Reencarnar. Ressuscitar.
KUGBO — Amuleto que é feito de uma bola de terra misturada com
cinzas de diversas árvores sagradas, sendo tudo superposto no
chifre de um animal e, assim, mediante o devido ritual,
determina as mais diversas moléstias.
KUIN-IGNON — Pessoas que cultivam o espiritismo e que praticam
somente o bem, tanto desfazendo trabalhos e malefícios, como
curando doenças.
KUJIMA — Acabar. Extinguir. Terminar.
KUNIMINA — Trovoada.
KUNUA — Bebida usada nos  trabalhos de terreiro.
KUSSÊ   - Deus da terra
 
L
 
Laçar o Cobreiro - É assim chamada a oração que se escreve com tinta em volta do "cobrero" para fins curativos;
Lágrimas de Nossa Senhora - Além do capim e da miçanga, assim também são conhecidas as contas de semente dessa planta para confecção de terços, guias e outros objetos;
Lancaté de Vovô - É o mesmo nome por que é conhecida a Igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador - Bahia;
Lavagem de Cabeça - A lavagem de cabeça é feita derramando-se o Amaci (banho preparado especialmente para essa cerimônia) sobre a cabeça do médium, enquanto se entoa um ponto de caboclo. A confirmação do Guia de Cabeça verifica-se após a lavagem de cabeça, quando o Guia incorpora e risca seu ponto em frente ao congar;
Linha - União das falanges, sendo que cada um tem seu chefe;
Linha Branca - Linha de guias que não cruzam com a linha da esquerda;
Linha Cruzada - É quando se unem duas ou mais linhas com  o fim de tornar mais forte um trabalho no terreiro.
Normalmente esse cruzamento se dá com um guia da direita com um da esquerda.
 
M
 
MACAIO – Coisa ruim e sem nenhum valor.
MACUMBA – Termo antigo que se denominava aos cultos dos escravos nas senzalas. Candomblé. Depois esse termo passou a ser vulgar e tornou-se como feitiço ou culto de feiticeiros.
MACUMBADO – enfeitiçado
MADRINHA – O mesmo que Mãe de Santo, Babá.
MÃE D´ÁGUA – Iemanjá.
MÃE de SANTO – Médium feminino chefe ou dirigente de terreiro, Madrinha, Babá.
MÃE PEQUENA – Médium feminina desenvolvida e que substitui a Mãe de Santo. Auxiliar das iniciandas (iaôs) durante o seu desenvolvimento mediúnico.
MALEME ou MALEIME – Pedido de socorro, de clemencia, de auxilo ou ajuda, de misericórdia. Podem vir em forma de canticos ou preces pedindo perdão.
MANIFESTAÇÃO – Quando o corpo do médium é tomado por um Guia. Conhecido também como transe mediúnico, incorporação.
MARAFA ou MARAFO – aguardente, cachaça.
MAU OLHADO – Quebranto, feitiço. Doença ou mal estar causado por um olhar mau, invejado.
MESA BRANCA – Trabalhos no terreiro quando há incorporação apenas de médicos e enfermeiras.
MEISINHA – Despacho, mandinga, trabalho.
MIRONGA – Feitiço, segredo, feitiço feito pelos Espiritos Nagôs.
MISTIFICAÇÃO – É o mais importante dos casos do falso espiritismo, pois constitui um recurso muito empregado por falsos médiuns, ou pessoas de má fé, com a finalidade de auferirem vantagens pecuniárias e aumentarem sua fama e sua vaidade.
MUCAMBA – O mesmo que cambone.
MUZAMBÊ – Forte, vigoroso.
 
N
 
NAGÔ – Nome dado aos escravos originários do Sudão, na África. Considera-se nagô como a religião do antigo reino de Iorubá.
NIFÉ – Fé, crença na lingua iorubá
NOMINA – Oração que é guardada num saquinho e pendurada no pescoço como amuleto para proteção. Patuá.
NURIMBA – Bondade, amor e caridade.
 
O
 
OBASSABÁ – O mesmo que abençoar, benzer.
OBASSALÉA – O mesmo que obassabá.
OBATALÁ – Céu. Abóbada celeste. Deus
OBRIGAÇÕES – Festas em homenagem aos Guias ou Orixás. São também as determinações feitas aos médiuns ou consulentes pelos Guias com o objetivo de auxilio ou como parte de um ritual do desenvolvimento mediúnico.
OBSEDIAR – Perseguir. Ação pela qual os espíritos perturbados que prejudicam as pessoas levando a situações econômicas difíceis, loucura, etc.
OBSSESSOR – Espírito pertubador ou zombeteiro que prejudica as pessoas.
ODÉ – Oxossi. Oxossi mais velho.
ODÔ, IÁ – Saudação de Iemanjá
OFÃ – Médium responsavel pela colheita e seleção das ervas nos rituais.
OGÃ – Auxiliar nas sessões do terreiro. Ogã pode ser um protetor de Terreiro ou como um Chefe das Curimbas. Ambos tem o mesmo grau hierarquico.
OIÁ – Outro nome conhecido por Iansã
OKÊ – Saudação aos Caboclos. Diz-se assim : Okê Caboclo! Okê Oxossi.
OLHO-DE-BOI – Semente de Tucumã, gozando de propriedades protetoras contra cargas negativas como feitiços, mau-olhado, inveja. Tem muitas utilidades no terreiro, desde patuás até guia (colar).
OLHO GRANDE – Mau Olhado, inveja, malefício, quebranto.
OLORUM – Deus Supremo.
OMOLOCÔ – Culto de origem angolense.
OPELÊ DE IFÁ – Rosário deito de pequenos búzios e que é utilizado para ler o futuro.
ORAÇÃO FORTE – Patuá que consiste em uma oração escrita em pequeno pedaço de papel, que a pessoa preserva em seu poder, quer guardado no bolso, ou dentro de um pano em forma de saquinho pendurado no pescoço a fim de proteger-se ou livrá-la de todos os males.
ORIXÁ – Divindades africanas que representam as forças do Universo Infinito. Espirito puro. Santo.
OTÁ – pedra ritual, elemento e objeto sagrado e secreto do culto.
 
P
 
PADÊ – Despacho para Exú no início das sessões ou festas, constando alimentos, bebidas, velas, flores e outras oferendas, a fim de que os mesmos afastem as perturbações nas cerimonias.
PADRINHO – pai-de-santo, Chefe de Terreiro.
PAI-DE-SANTO – Zelador do Santo, Chefe de Gira, Chefe de Mesa, Chefe do Terreiro. Médium e conhecedor perfeito de todos os detalhes para o bom andamento de uma sessão.
PALINÓ – Cântico ou poema em louvor a Iemanjá
PÃO BENTO – Pão ázimo ou qualquer outro tipo de pão, ao qual se dota de forças mágicas. É utilizado em inúmeros trabalhos para diversas finalidades. Há trabalhos com pão e vela benta para se localizar num rio ou no mar o corpo de uma pessoa afogada, por exemplo.
PARAMENTO(s) – Roupas e objetos utilizados em cerimônias do ritual religioso.
PATUÁ – Amuleto que é colocado num saquitel (pedaço de pano costurado em forma de saquinho) e é pendurado no pescoço, ou se prende na roupa de uso.
PAXORÔ – Instrumento simbólico de Oxalá usado pelos pais-de-santo em trabalhos.
PEDRA-DE-RAIO – Meteorito, Fetiche de Xangô , itá
PEJI – altar, congar.
PEMBA – Espécie de giz em forma cônico-arredondada, em diversas cores, como sejam : branco, vermelho, amarelo, rosa, roxo, azul, marrom, verde e preto, servindo para riscar pontos e outras determinações ordenadas pelos Guias, sendo que conforme a cor trabalhada com pemba, pode se identificar a Linha a que pertence a Entidade, ou a Linha que trabalhará naquele ponto.
PIPOCA – comida de Omulu/Obaluaê. Grão de milho arrebentado na areia quente para ser utilizado em descarrego. Descarrego de Pipoca.
PIRIGUAIA – Variedade de búzio.
PONTOS CANTADOS – Os pontos cantados na Umbanda são preces e a invocação das falanges e Linhas, chamando-as ao convívio das reuniões e no auxilio dos que buscam caridade. Assim, como toda a religião tem seus canticos, a Umbanda usa seus pontos cantados, dos quais, não se deve abusar. Esses hinos representam e atraem forças das Falanges, para trabalhos de descarrego e desenvolvimento mediúnico. Pontos cantados não devem ser deturpados, ou modificados, para que sua força não se altere, uma vez alterado o efeito não será o mesmo, podendo até ser prejudicial.
PONTOS RISCADOS – São identificação dos Guias. Cada Guia e cada Orixá tem seu ponto riscado. Os pontos são riscados com pemba. Mas o ponto não se resume apenas a identificação de um guia, linha, falange ou Orixá; ele pode fechar o corpo de um médium, pois a escrita sagrada se utiliza de magia para que qualquer espírito perturbado não se aproxime.
PORTEIRA – Entrada de terreiro.
 
Q
 
QUARÔ – Flor chamada Resedá possuidora de notáveis virtudes mágicas e grandemente empregada em banhos e defumações.
QUEBRANTO – Mau olhado, feitiço, coisa feita. Normalmente atinge mais crianças pagãs, mas pode atingir também crianças batizadas e adultos. O quebranto é cortado com benzimento.
QUEBRAR DEMANDA ou QUEBRAR AS FORÇAS – É anular, desmanchar o efeito de um trabalho para prejudicar ou perturbar uma pessoa.
QUEBRAR PRECEITO – Desrespeitar as regras e hábitos estabelecidos no ritual do desenvolvimento ou dos trabalhos.
QUEZILA, QUEZíLIA ou QUIZILA – Aversão, antipatia, repugnância, alergia a alguma coisa.
QUIUMBA – Espírito obsessor e pertubador. Zombeteiro.
 
R
 
RAÚRA – Cambone. Auxiliar nos trabalhos do terreiro.
RECEBER O SANTO – incorporar. Entrar em estado de transe com o Guia ou Orixá
REDENTOR – Jesus Cristo
REINOS – Uma das divisões dos mundos espirituais. Domínios dos Orixás. Alguns exemplos : Juremá, Pedreiras, Fundo do Mar, Humaitá, etc
RESPONSO – Oração em latim para determinado santo para se conseguir uma graça.
ROÇA – terreiro, centro.
 
S
 
SACUDIMENTO – Ato de realizar limpeza, lavagem e varredura do terreiro e/ou seus filhos. Descarrego.
SAÍDA de IAÔ – cerimônia de inciação do filho-de-santo no candomblé ou no culto Omolokô.
SANTERIA – nome da religião na América Latina. Religião irmã do Candomblé
SAL (GROSSO) – Empregado sob diversas modalidades nos terreiros, principalmente como banho de descarrego. Ou como descarrego do local com um copo de água e sal atras da porta.
SALUBÁ – Saudação de Nanã
SARAVÁ – Saudação umbandista que corresponde a Salve! Viva!
SEREIA DO MAR – Janaína, princesa d´água. Pode representar também como Iemanjá dentro de um contexto.
SINCRETISMO – Fenômeno de identificação dos orixás com os Santos Católicos.
 
T
 
Tarimba: cama.
Tenda: centro.
Toco: Vela.
Tomar Passe: Receber das Mãos dos médiuns em transe vibrações da entidade, as quais retiram do corpo da pessoa os males provocados por vibrações negativas, provenientes de mau-olhado, encosto, castigo das entidades, etc. 
Tuia: Pólvora.
Tumba: sepultura.
Tupi- Tribu indígena
 
U
 
Unje - Comida
Untó - Ato Que Antecede O Acofari
 
Uaça: Veja Aauçá.
Uaçaí: Veja Açaí.
Uaçaiçú: amar.
Uaná: vagalume.
Ubá: de canoa.
Ubã: Pai (como situação na família).
Ubá: Veja canoa.
Ubaia: de fruto saudável.
Ubatuba: de muitas canoas.
Uçu: de variedade de capim.
Uiba uí: Flecha.
Uiquê: entrar.
Uirá: pássaro.
Uirapara ou uirapa: Arco.
Umbu: arvore (imbu)
Una: preto, preta.
Upã: lagoa, lago.
Upitanga: de rio vermelho.
Uquirimbau: poder.
Urissanê: Veja Uaná.
Urnbuzeiro: Veja umbu.
Urú: de urú ave.
Urubici: de areal das aves.
Urubu: de o que desprende mau cheiro.
Urubuquara: de toca, buraco, ninho do urubu.
Urubutiaga: de urubu branco.
Uruçanga: de uru ave e çanga espraiado; espraiado das aves. Este nome vem escrito em mapas antigos como :Urolanga.
Urucum: de o vermelhão.
Urucurana: de urucum falso.
Uruguai: vem de yuru gua o coracol, o buzio e Y rio; dos caramujos. querem alguns escritores que seja rio dos pássaros.
Urumbeba: de a ma-deira, o tronco chato.