Pontos de Preto Velho
21/11/2014 11:48
Quem que lê quem que lê Xangô
Ele é filho da Cobra Coral (Bis)
Olha nego ta trabalhando
Olha branco ta espiando (Bis)
***
Preto Velho ta cansado de tanto trabalhar
Preto Velho ta quebrado de tanto caminhar (Bis)
Canta ponto, risca pemba que é longa a caminhada
Quem tem fé tem tudo, quem não tem fé não tem nada (Bis)
***
Ninguém ouviu um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro foi pro cativeiro e de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares onde se refugiou
Fora a luta dos inconfidentes pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz, de paz em guerra
Todo povo dessa terra quando pode cantar, canta de dor
Ôôôôô ôôôô (Bis)
E ecoa noite e dia
És ensurdecedor
Ai, mas que agonia o canto do trabalhador
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
Ôôôôô ôôôô (Bis)
***
Pai Joaquim êê
Pai Joaquim ê a (bis)
Pai Joaquim que veio de Angola
Pai Joaquim é de Angola, Angolá (Bis)
***
Quem vem lá
Quem combate demanda
Filha de Congo é Maria Redonda
***
Aruê meu Santo Antônio (Bis)
Mas quando chega na Umbanda chora
Aruê meu Santo Antônio (Bis)
Ele veio de aruê era
Aruê meu Santo Antônio (Bis)
***
Olha branco que sabe ler
Olha branco que sabe escrever
Olha branco que ainda não sabe
Qual o dia em que vai morrer (Bis)
Olha branco que sabe, sabe
Olha branco que é sabedor
Olha branco que ainda não sabe
O poder de Nosso Senhor
***
No terreiro desse conga
Flor branquinha está de pé
Viva a bandeira da Costa
Viva o povo de Guiné
Viva o povo de Aruanda
Saravá rainha de Umbanda
Viva o povo de gongá
Saravá Pai Oxalá
***
É devagar
É devagarinho
Quem anda com Preto Velho
Nunca fica no caminho (Bis)
***
Abre a porta do céu São Pedro
Deixa os Preto trabalhar
Abre o porta do céu São Pedro
Deixa os preto curimbar
***
Eu abro a minha gira com Nosso Senhor do Bonfim
Eu abro a minha gira com Rei Congo e os Preto Velho (Bis)
***
Ele é Rei Congo
Que chora uma mironga (Bis)
Lá no Humaitá (Bis)
Congo, Rei Congo, cadê os Preto Velho?
Foram sarava na terreira de Umbanda
***
Pai João cadê vó Maria? (Bis)
Foi no mato buscar guiné (Bis)
Diga a ela que quando vier
Que suba as escadas e não bata o pé (Bis)
***
Tira o cipó do caminho, o criança
Deixa vovó atravessar (Bis)
Eles vem chegando
São os Preto Velho que vem trabalhar (Bis)
***
Preto Velho vem descendo o morro
O morro da mata virgem
Vem trazendo sua arruda
Vem trazendo seu guiné
Oi pra salvar filhos de fé
***
Que vento é aquele que vem do andor
É Pai Joaquim cercado de flor (Bis)
É congo, é congo, é congado
Bate marica tambor
Vou pegar minha espada que eu também sou lutador
***
Lá no alto da fazenda tem quatro cantos cercados
Cada canto tem um nego
Cada nego seu lugar
Senhor, senhor deixa o nego trabalhar
***
Rei Congo, Rei Congo
Cadê Preto Velho?
Foi trabalhar na linha do congo
É congo, é congo, é congo
É de congo, é de congo aruêê
É congo, é congo, é congo
Agora eu quero ver
***
Na Bahia tem vou mandar buscar (Bis)
Corrente baiana, só dona e preto pra trabalhar
Na Bahia sim, é que tem ouro fino
É que tem ouro em pó (Bis)
Pimenta da costa, macumba aiaia ôôô (Bis)
***
Quem é aquele velinho que vem de mansinho andando devagar
Com seu rosário e cachimbo
Ele vem de mansinho, ele vem trabalhar
Ele é do cativeiro é o Pai Preto é mirongueiro (Bis)
***
O nego vem banhado de suor (Bis)
Mas ta feliz porque Deus o libertou
Ô sinhá, sinhá
Segura a chibata não deixa bater
Faz uma prece pra nego morrer
Que nego não quer mais sofrer (Bis)
***
Maria Redonda uma preta feiticeira
Trabalha na segunda pra pagar na sexta feira (Bis)
***
Nessa casa tem quatro cantos
Cada canto tem um santo
Pai, filho e Espírito Santo (Bis)
Nessa casa tem quatro cantos
Zum, zum, zum olha só Jesus quem é
Eu rezo pras santas almas inimigo cai
E eu fico de pé (Bis)
O preto por ser preto não merece ingratidão
O preto fica branco na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, ai meu Deus
Como as pancadas doíam (Bis)
***
Vovó tem sete saias
Na última saia tem mironga (Bis)
Vovó veio de Angola
Pra salvar filhos de Umbanda (Bis)
Com seus patuás e a folha de guiné
Vovó veio de Angola pra salvar filhos de fé (Bis)
***
Vovó não quer
Casca de côco no terreiro (Bis)
Que é pra não lembrar
Dos tempos de cativeiro (Bis)
***
É preto, é preto, é preto só na cor
Por dentro, por dentro é filho de nosso senhor (Bis)
Salve o Pai Tomé
Que na vida também sofreu
E por amar a Jesus
Na cruz também morreu (Bis)
***
Estava sentado na minha tarimba
Estava rezando para Xangô
Bateram na porta alguém me chamou (Bis)
***
Preto Velho vem já de Aruanda (Bis)
A benção meu Pai
Proteção pra nossa Umbanda (Bis)
***
Cachimbo tá no toco mandei moleque buscar (Bis)
Na hora da derrubada meu cachimbo ficou lá (Bis)
Meu navio apitou
Apitou em alto mar
Vem trazendo da Bahia
Muita paz neste congal
***
O tambor ta me chamando
Pretos Velhos vem chegando (Bis)
Oi dá licença abre a porteira
Pretos pedem amor
E vem trazendo pros seus filhos
Caridade e muito amor (Bis)
***
Preto Velho foi escravo
Na terra de Santa Cruz
Quando chega no congal
Salve os filhos de Jesus
***
Nós que somos Pretos Rei
De Congo não se dá
Seu Rei Congo ora, vamos saravá
Dizer aruê aruá
Seu Rei Congo ora, vamos saravá
***
Onde é que Mãe Maria mora
Mãe Maria não tem morada
A morada dessa Preta Velha
É na beira da estrada (Bis)
***
Não chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Não chora meu cativeiro
Meu cativeiro não deve chorar
No tempo da escravidão
Quando o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, ai meu Deus
Como as pancadas doíam (Bis)
Não chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Não chora meu cativeiro
Olha quantas saudades que eu tenho de lá
No tempo da escravidão
Preto Velho muito trabalhou
Não tinha o que pensar
Entregava os problemas pro Nosso Senhor
E quando chegava a noitinha
Preto Velho pegava o tambor
Sentava na sua sezala
Saravá Pai Ogum
Saravá Pai Xangô (Bis)
Não chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Não chora meu cativeiro
Meu cativeiro não deve chorar
No tempo da escravidão
Preto Velho sabia rezar
Sentava na sua senzala
E tocava macumba até o sol raiar (Bis)
Não chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Não chora meu cativeiro
Olha quantas saudades que eu tenho de lá (Bis)